Capítulo 14

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-Narra Leon-

Fui tomar banho. Chorei igual a uma criança. Enquanto a água caía em meu corpo, lembrava da cena chocante. Amo tanto meus filhos e minha mulher... Não quero perder Nilce. Não quero perdê-la. Espero que ela tenha uma ótima desculpa para tratar nossos filhos assim. Não quero ver Nilce atrás das grades, longe das crianças e de mim. Quero fazer de tudo, e vou fazer de tudo, para que isso não aconteça.

Após sair do banho, vou direto para a cama, e pego nas pequenas e macias mãos de Nilce, que naquele momento, estava totalmente gélida.

— Nilce... Quero saber... Por que fez aquilo com a Zelda? — Nilce olhou tristemente para mim, em puro silêncio. — Nilce... Aconteceu alguma coisa? Confie em mim, pode contar-me o que aconteceu.

E nisso, ela começou a chorar compulsivamente. Ela simplesmente apoiou sua cabeça em meu peito, e continuou a chorar. Com meus braços em volta de suas costas, a deixei desabafar com seu choro. Algumas lágrimas caíram de meus olhos. Só por muito tempo, ela conseguiu conter um pouco o choro.

— Lon... — disse ela soluçando.

— Pode falar meu bem.

— Eu não sou assim... Eu não sou má desse jeito, ao ponto de agredir as crianças. — explicou ela.

— Então por que você está se comportando desse jeito? — perguntei.

Nilce olhou no fundo dos meus olhos. Acariciei seu rosto, e enxuguei suas lágrimas. Então, ela começou a explicar.

— Sabe... Não sei como irei começar a falar sobre isso. É muito difícil pra mim, ter que tocar nesse assunto.

— Você consegue conversar sobre esse assunto? — perguntei preocupado.

— Vou ter que falar sobre isso com você... Não vai ter outro jeito. — disse ela com voz triste.

— Então... Conte. Simplesmente conte. Pode confiar em mim. Fiquei furioso naquela hora, mas agora estou mais tranquilo.

— Tá... Tudo começou quando tinha apenas dez anos...

Flash Back

Nilce, com dez anos, era uma criança como qualquer outra, mas, muito travessa. Um dia, sua mãe lhe pede para esperá-la no pátio da escola, pois as duas iriam juntas para casa. Mãe de Nilce trabalhava na secretaria da escola, e na maioria das vezes, mãe e filha voltavam para casa. A partir desse dia, a vida de Nilce e de dona Diná, mudariam de uma forma brusca.

Nilce, impaciente com a demora de sua mãe, resolve sair do pátio. Vendo o portão da escola totalmente aberto, ela sai, e fica na calçada. De repente, um homem aparece, e começa a conversar com Nilce. Aproveitando-se da inocência da criança, o tal homem a leva para o carro, de cor preto. Nilce tenta chamar sua mãe ou chamar a inspetora, mas não consegue. Ela é obrigada a entrar no carro.

O homem, coloca um pedaço de fita em volta de suas mãos, e um pedaço tampando sua boca. Eles chegam em um local estranho, totalmente abandonado. O homem arranca brutalmente Nilce de dentro do carro, e a leva para uma casa abandonada.

Dentro do quarto, Nilce chorava, com muito medo. Um dos sequestradores entra no quarto minúsculo, onde a menina está. Ele começa a acariciar o rosto da pequena menina, e os cabelos. Então, a partir desse momento, o criminoso começa a violentá-la fisicamente.

— Para moço, para por favor! Ta doendo muito! — gritava Nilce aos prantos.

— Cale a boca sua verme! — esbravejava o sequestrador, enquanto chicoteava as pequenas costas de Nilce.

Após as agressões, o homem a obrigou a tirar sua calça jeans, e sua calcinha. Nilce nega, mas acaba tirando, pois é ameaçada a levar mais chicotadas e chutes. Nilce, com a parte debaixo totalmente despida, começa a gritar e chorar fortemente com socos e pontapés em seu órgão genital. O sequestrador não sente-se satisfeito, e resolve abusar sexualmente da pequena Nilce.

— O que... Você vai fazer? — falava Nilce, soluçando e sentindo muita dor.

— Isso não te interessa loirinha... — e ele abaixou sua calça e sua cueca.

O homem aproximou-se de Nilce, e a penetrou sem dó alguma. A pequena gritava, chorava, e esperneava de muita dor.

E foi assim por longos dois meses. Nilce sofreu muito, e por milagre, não morreu. A polícia achou o sequestrador, e o prendeu. Nilce foi ao encontro de seus pais, completamente assustada e aflita. Nilce precisou fazer tratamentos psicológicos, e precisou tomar remédios por causa dos abusos que sofreu.

— E foi isso que aconteceu... Fiquei dois meses ali, naquele quarto, sendo abusada e maltratada. — falou Nilce chorando desesperadamente.

— Então... Essas marcas em suas costas, não foi sua mãe? — perguntei.

— Não... Foi aquele imbecil! — respondeu ela aos prantos.

Lágrimas escorreram de meus olhos. Não acredito que aquele cretino fez tudo isso com minha amada mulher.

Uma psicopata entre nós {COMPLETO}Onde histórias criam vida. Descubra agora