-Narra Leon-
Fiquei horas na empresa conversando com meu chefe, e sócio. Resolvemos problemas imensos, e tanto ele como eu estávamos exaustos. Ele me pediu mil desculpas por atrapalhar minhas férias, mas não reclamei. O mesmo prometeu-me incluir uma semana a mais nas férias, para compensar esse dia que fiquei o ajudando. Mais uma vez meu chefe agradeceu minha ajuda, e nos despedimos. Entrei no carro. Estava preparando-me para ligar o carro. De repente, comecei a sentir um aperto em meu peito, parecendo que ia explodir, e a angústia tomou conta de mim.
— O que será que está acontecendo? — falei e peguei meu celular. — Atende Nilce... Atende. — falei completamente tenso, enquanto o telefone tocava no outro lado da linha.
A chamada caiu na caixa postal. Disquei outra vez, e ninguém atendeu. Segui viagem até em casa.
— Nilce! Nilce! — gritei, entrando com tudo na sala, desesperado.
Não a encontrei em nenhum cômodo da casa.
— Nilce o que aconteceu com você meu bem? — falei com desespero. — Ah... A Gláucia! — disquei para a casa dela, e a mesma atendeu.
— Alô Gláucia? Aqui é o Leon.
— Oi Leon! Aconteceu alguma coisa? — perguntou ela, percebendo o desespero na minha voz.
— A Nilce está aí?
— Não... Só estão as crianças. Por que?
— Eu estava ligando pra ela, e só caía na caixa postal. Estou aqui em casa, e ela não está. Já era pra ela ter chegado. — falei com voz trêmula.
— Calma Leon... Vou ligar pra ela... Só um momento. — falou Gláucia, e a esperei ligar para Nilce pelo telefone de sua casa.
— É Leon... Realmente ela não atende. Só cai na caixa postal mesmo. Mas tenha calma... Qualquer coisa me ligue.
— Ok Gláucia... Obrigado, muito obrigado! Vou tentar mais algumas vezes. Se ela não atender, vou ter que chamar a polícia. Mas mesmo assim obrigado Gláucia, e mande um beijo pras crianças.
— Ok... Boa sorte Leon, e por favor, me ligue se precisar!
— Ok, obrigado! Agora vou tentar ligar pra ela outra vez... Tchau Gláucia!
— Tchau Leon!
E desliguei. Tentei, de um jeito desesperador, ligar para Nilce. E mais uma vez, caiu na caixa postal. Após terminar de ligar várias vezes, meu celular toca.
— Alô... É o senhor Leon?
— Sim... É ele mesmo. Quem fala?
— Aqui é a Margareth, do Hospital Central do Canadá (nome fictício). Você é algum parente de Nilce Moretto Martins?
— Sim... É a minha esposa! O que aconteceu? — já estava com o coração disparado.
— Ela sofreu um acidente, e está internada. Ela encontra-se na UTI.
— Estou indo aí... Obrigada por me avisar! — falei e desliguei.
Corri até o carro, e dei partida, em rumo ao hospital. Chegando lá, fui até a recepcionista. Peguei o crachá de visitante, e fui direto para a UTI. Após esperar uns minutos, entro na sala. Uma lágrima escorreu em meu rosto, ao ver minha esposa ali, em um leito de hospital, com vários aparelhos ligados ao seu corpo. Com avental descartável, e luvas cirúrgicas vestidos, vou ao encontro de Nilce.
— Meu bem... Por favor, preciso de você. As crianças precisam de você... — meus olhos transformaram-se em um dilúvio. Não conseguia parar de chorar. Ver minha mulher em coma, é um desespero enorme.
Peguei em sua mão direita, e a observei. Aquilo me machucava. Fiquei pensando em como seria a partir daquele momento. Pedia a Deus para proteger minha mulher, e deixá-la com vida. O doutor disse que Nilce sofreu uma hemorragia interna, pelo impacto ser forte demais. Nilce passou por várias cirurgias, e o doutor não sabe quando ela irá sair do coma. O pior de tudo, é que Nilce está esperando um bebê. Foi um milagre o bebê ter sobrevivido. Não quero perder os dois.— Nilce, eu te amo. Te amo muito. Por favor, não morra... — disse aos prantos.
Resolvi passar a noite no hospital. Liguei para Gláucia, e avisei que iria ficar pelo hospital, e pedi a ela que levasse as crianças para a escola. Então, fiquei no hospital, esperando notícias de minha esposa.
*Narra Zelda*
Meus irmãos e eu estamos na casa do André. Ele é nosso amigo da escola, e nos damos muito bem. Tia Gláucia é muito legal, e sempre gostou de nós. Hoje ela vai nos levar para a escola.
Ela disse que meus pais estavam resolvendo alguns problemas, e não poderiam vir nos buscar. Não sei se isso é verdade, mas tudo bem.
— Vamos... Já chegou a hora! — exclamou tia Gláucia.
— Já está na hora de ir pra escola? — falou Luigi.
— Com certeza. Vamos pro carro... — e nós seguimos em direção ao carro.
— O que foi Zelda? Por que está assim? — perguntou tia Gláucia.
— Não sei tia... — dei um suspiro.
— Não fique assim ta? — falou tia Gláucia passando suas mãos em meus cabelos. — Agora vamos?
— Sim. — respondi um pouco cabisbaixa.
Não estava muito animada. Nem queria fazer as travessuras de sempre. Mario e Luigi estavam até que normais, mas eu, estava me sentindo triste e desanimada.
— Por que está assim Zelda? — perguntou Mario enquanto esperávamos o portão do pátio abrir para entrar na sala.
— Não sei Mario. Só posso dizer que eu não estou animada hoje. — respondi.
— Não fique assim. Vai ficar tudo bem. — respondeu ele. — O portão abriu. Vamos entrar.
Entramos na sala de aula. Por coincidência, estudamos na mesma sala. Até que é bom seus irmãos estudarem junto com você, porque sempre temos companhia. Eu gosto de estudar junto com Mario e Luigi, pois nos damos muito bem.
Durante a aula, não prestei atenção em nada. Até a professora achou estranho meu comportamento. Realmente eu não estava bem.
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Uma psicopata entre nós {COMPLETO}
Misteri / ThrillerNilce Martins, é uma bela mulher que constituiu uma linda família com seu marido, Leon Martins. Ela guarda um segredo obscuro, que até então, não contou a ninguém. Seus comportamentos estranhos, sua frieza, e seu desprezo desenfreado com seus filhos...