Capítulo 22

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*Narra Zelda*

Estou muito cansada. A noite toda, andei para todos os lados, e dormi apenas em um banco de uma praça. Agora já amanheceu, e ainda estou sentada no banco. Alguns minutos depois eu me levanto, e vou em busca de comida, porque na verdade eu não tenho comida, pois esqueci de colocar dentro da mochila.

— Nossa Zelda, você é uma burra mesmo! Não pegou nem bisnaguinha pra comer! — falei em alta voz, totalmente brava.

Continuei andando. Não sabia ao certo onde estava. Eram ruas com nomes completamente estranhos para mim. Não sabia onde estava. Talvez eu estaria muito, mas muito longe de casa. Continuo caminhando, e sinto alguém me seguir. Mesmo assim, continuo a andar, mesmo com muito medo. De repente, dou de frente com um homem esquisito. Acho que é aqueles homens que moram na rua. Eu paro, e olho para ele com muito medo.

— Olha só quem está aqui... Uma garotinha indefesa... — falou o homem, se aproximando de mim.

— Quem é você? O que você vai fazer comigo? — perguntei com muito medo e com meus olhos cheios de lágrimas.

— Calma princesinha... Não vou fazer nada com você. — disse ele, dando voltas em mim.

— Me deixa em paz moço, por favor...

— Vou deixar você em paz, mas antes, vou fazer isso... — e o homem me agarrou de repente.

— Me solta! Me solta!

— Você vai vir comigo menina idiota!

— Não! — e de repente vejo um carro preto parando, e saindo de lá de dentro uma mulher.

— Solta ela seu estúpido!

— Tia Dani! — exclamei feliz e ao mesmo tempo com medo.

E Dani deu um empurrão no homem, e pegou em minha mão e me levou para perto dela. O homem não disse mais nada.

— Não ouse tocar nela... Me ouviu bem? Vamos Zelda... — assenti com a cabeça, e fomos em direção ao carro dela.

— Você está bem? — perguntou tia Dani.

— Sim... — respondi.

Ela abriu a porta do carro, e entrei. Ela entrou em seguida.

— O que você estava fazendo aqui na rua, totalmente sozinha Zelda? Poderia ter acontecido algo pior... — falou tia Dani enquanto ligava o carro.

— É que... Eu fugi de casa...

— O que?! Por que fez isso? — vi que tia Dani ficou confusa.

— Porque meus pais e meus irmãos não estão mais dando atenção pra mim. — respondi.

— Isso é por causa da Angel e da Zoe não é?

— Sim... — abaixei a cabeça, e comecei a chorar.

— Zelda... Não chore vai... — tia Dani estacionou o carro, após andar por alguns segundos. — Olha... Não adianta chorar. Sei que é um pouco chato você ser deixada de lado, mas você tem que entender que suas irmãs são pequenas, e elas precisam de um carinho, uma atenção especial. — disse tia Dani.

— Mas meus pais não deixam eu brincar com elas. Se eu toco nelas, eles falam pra tomar cuidado, senão eu posso machucar elas, e blá, blá, blá... E se é o Mario ou o Luigi que vão brincar com as meninas, eles não falam nada... Eu estou cansada disso tia... — falei em meio aos soluços.

— Entendi... Agora sei como você se sente... Olha pra mim... — olhei para ela. — Procure não ficar triste com isso. É aquilo que eu falei... Suas irmãs ainda são pequenas. Elas precisam de cuidados. Tenho certeza que você também recebeu toda atenção do mundo quando nasceu... Zelda, seus pais e seus irmãos te amam! E tenho certeza que suas irmãzinhas também te amam.

— Será mesmo tia?

— Não tenha dúvida minha linda... Você é especial, e nós, adultos, erramos as vezes. E talvez seus pais não perceberam o erro deles. Bom... Agora vou levar você pra casa, mas antes vou ligar pros seus pais, porque eles devem estar desesperados. — falou tia Dani pegando o celular.

Dani ligou para minha mãe avisando que tinha me achado e que estava tudo bem. Conversei um pouco com minha mãe, e lógico, ela reclamou por eu ter fugido de casa, mas prometeu não me bater.

Meia hora depois, chego em casa. Estou em frente a porta com tia Dani, e ela toca a campainha.

— Filha! — exclamou mamãe, me abraçando forte, e chorando. — Não faça mais isso pelo amor de Deus! Por favor... Não fuja mais de casa... — disse ela colocando suas mãos em meu rosto.

— Ta mamãe... — e assim eu comecei a chorar. — Mamãe, você me ama?

— Claro que eu te amo filha... E quero te pedir perdão... Perdão por tudo que eu fiz... E seu pai e seus irmãos também vão te pedir perdão... — e ela olhou para eles, que logo entenderam o que tinham que fazer.

Papai venho ao meu encontro. Ele também estava com muito medo de que acontecesse alguma coisa de ruim comigo. Ele me abraçou forte, e me pediu perdão.

— Ô minha princesa... Eu te amo ta? Me perdoa por não ter te dado atenção... Suas irmãs são tão pequenas e... Acabamos exagerando um pouco nos cuidados. Zelda... Se nós não te amássemos, não ficaríamos desse jeito, desesperados, procurando você. Me perdoa?

— Sim papai... — respondi e o abracei com todas as minhas forças.

Mario me abraçou em seguida.

— Desculpe maninha por não ter brincado com você. Te amo...

— Também te amo maninho... — e nos abraçamos.

Luigi também veio e me abraçou. Dava para ver que ele estava muito preocupado comigo.

— Maninha, fiquei com muito medo. Não queria perder você... Eu te amo muito maninha! — nos abraçamos. — E me perdoa também ta?

— Ta Luigi... Eu te perdoo... Perdoo todos vocês... — e todos nós nos reunimos para dar o abraço de família.

— Ai gente... Não fazem isso comigo... Assim vou desmoronar! — disse tia Dani enxugando as lágrimas, e todos riram.

— Dani, muito obrigada por resgatar a Zelda... Muito obrigada mesmo... — falou mamãe.

— Não foi nada... Ainda bem que encontrei ela por acaso. Eu nem imaginava que ela estava sozinha pela rua.

— É... Ainda bem mesmo que você a encontrou Dani. Estávamos desesperados. E espero que não aconteça isso de novo... Não é mesmo Zelda? — perguntou papai.

— Sim... Não vai mais acontecer. — respondi com um leve sorriso.

— Bom... Vou indo gente, tenho que resolver alguns problemas.

— Não tia, não vai... Fica com a gente! — exclamei segurando o braço da tia Dani.

— É Dani, fica mais um pouco... — falou mamãe.

— Ta bom... Eu fico um pouco mais!

E meus irmãos e eu festejamos.

— Então vou preparar um belo almoço! — exclamou mamãe sorrindo. — Fique a vontade Dani, e se quiser, pode ir lá ver as meninas. Até então elas estavam dormindo.

— Ok Nil... — respondeu tia Dani, e mamãe foi para a cozinha. — Então Zelda... Quer ir ver suas irmãs?

— Sim tia!

— Então vamos lá... — e levei a Dani até o quarto das minhas irmãs.

Uma psicopata entre nós {COMPLETO}Onde histórias criam vida. Descubra agora