Capítulo 11 - The baddest thing around town - Rafael

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They say she needs to slow down

(Eles dizem que ela precisa diminuir o ritmo)

The baddest thing around town

(é a coisa mais malvada/pior coisa da cidade toda)

She's nothing like a girl you've ever seen before

(Ela não é como nenhuma outra garota que você já viu antes)

Nothing you can compare to your neighborhood girl

(Nada que você consegue comparar com as garotas da sua vizinhança)

I'm tryna find the words to describe this girl

(Estou tentando encontrar palavras para descrever essa garota)

Without being disrespectful

(Sem ser desrepeitoso)

(Sexy Chick – Akon feat David Guetta)

Eu tinha esquecido como era difícil ficar na presença de Barbara, independente do nosso passado. Ela tinha uma aura própria, saca? Eu sei que pode parecer a maior besteira, mas é minha única forma de explicar. Ela sempre carregou um aspecto cósmico, que fazia todo mundo olhar quando ela passava. Os caras queriam namorá-la e as meninas queriam ser como ela. Só que ela não tinha a menor ideia de que carregava isso consigo.

Mas isso foi antes. Antes do nosso término.

Ah, não, não me entenda mal. Ela continuou virando todas as cabeças – talvez até mais do que antes. Todavia, a aura era outra. Totalmente diferente. E todas as palavras que saiam de sua boca pareciam ser proferidas por outra garota. Eu não entendi nada, mas não estava em posição de questionar. Estava focado em fazê-la me odiar cada vez mais, antes que meus dias em Monterrey acabassem. Eu não sabia que ela se esforçaria tanto para fazer com que eu também a odiasse no processo.

Lembranças ruins, que eu amarguei por muito tempo – mesmo depois de ter voltado para o Brasil. Por anos, a primeira coisa que vinha na minha cabeça quando eu pensava em Bárbara era a mágoa do que aconteceu no passado e a raiva por tudo que ela havia me feito passar. Mas, lá no fundo – bem no fundo – encaixotadas pelos mini Rafaéis, estavam as boas lembranças. Que adoravam vir à tona nos momentos mais inconvenientes. Tipo quando eu estava completamente bêbado e com um celular a mão.

E adivinha se a porra da maior mágoa do mundo conseguiu me fazer esquecer o telefone dessa garota? Claro que não. Ela não podia ter trocado de número? Mesmo sem ter o número salvo no celular, eu sabia digitá-lo de olhos fechados.

Outro momento bastante inconveniente que as lembranças vinham resolvendo aparecer era a caralha do elevador. Em minha defesa, qualquer um que olhasse para aquela garota sentada do meu lado, com rosto angelical e escassos sorrisos maravilhosos, dificilmente conseguiria se lembrar de mágoas do passado. Ela era tão familiar, saca? Acima de ser linda. A sensação que ela me passava era de pertencimento. E era uma boa sensação.

O que era um problema muito mais sério do que eu estava pensando. Para quem adorava passar o tempo todo viajando, com uma mochila nas costas e poucas expectativas, encontrar felicidade em uma sensação de pertencimento só podia significar problema.

— Rafael — Bárbara reclamou e eu sacudi a cabeça, surpreso com o quanto eu tinha deixado meu pensamento voar. — Para. De. Ficar. Me. Encarando.

— Te incomoda? — eu dei um curto sorriso, inclinando a cabeça.

— Claro que me incomoda, se não incomodasse eu não tinha pedido para você parar. Mais de uma vez — ela respondeu, cruzando os braços.

Chinelo e Salto AltoOnde histórias criam vida. Descubra agora