Capítulo 22 - Issues (Problemas) e Happier (Mais feliz)

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'Cause I got issues

(Porque eu tenho problemas)

But you got 'em too

(Mas você também os tem)

So give 'em all to me

(Então dê todos eles para mim)

And I'll give mine to you

(E eu darei todos os meus para você)

Bask in the glory

(Nos banharemos na glória)

Of all our problems

(De todos os nossos problemas)

'Cause we got the kind of love it

(Porque nós temos o tipo de amor)

takes to solve 'em

(necessário para resolvê-los)

Yeah, I got issues

(Sim, eu tenho problemas)

And one of them is how bad I need you

(E um deles é o tanto que eu preciso de você)

Issues – Julia Michaels

Bárbara

Vozes. Três vozes conversavam na minha cabeça. Três homens. Eu me remexi, sentindo meu corpo pesado. Meu Deus, o que estava acontecendo? Tentei abrir os olhos devagar, sentindo-me sem forças. Um raio de luz invadiu a pequena fresta aberta, mas eu não tive forças para tampar meus olhos com minha mão. Eu não conseguia mexê-la. Estava tudo tão pesado que doía. Era uma sensação tão estranha, de torpor. Como se eu estivesse vivendo ali, mas também não estivesse.

Tentei abrir os olhos de novo, incomodada com a claridade, mas mais determinada. Se meus olhos eram a única parte do meu corpo que me obedecia, era com eles que eu lutaria.

— Acho que ela está voltando — uma das vozes disse.

Depois de piscar algumas vezes tentando ajustar meus olhos à luminosidade, consegui enxergar o dono dela. Era um garoto ruivo, de olhos claros e sorriso aberto. Ele era ligeiramente familiar, então aceitei quando ele estendeu os braços e me ajudou a sentar, sem jeito.

— Bárbara! — outra voz disse, enquanto eu ainda tentava entender o que estava acontecendo.

Não deu nem tempo de virar o rosto e ver quem tinha me chamado. Alguém se arremessou na minha direção, envolvendo-me em seus braços. Um simples abraço e meu coração disparado. Tive que me agarrar em seus braços para não cair no chão novamente, tamanha intensidade de sua chegada.

Rafael.

Eu tinha reencontrado Rafael.

Ele era sempre assim. Ou melhor, talvez nós fossemos sempre assim. Avassalador. Aquele tipo de sentimento que te deixa sem chão toda vez. Mas nem todas as vezes de uma maneira boa.

Mas aquela era uma maneira boa.

— Larga a menina, seu idiota — a mão do menino ruivo agarrou o ombro de Rafael e o puxou para longe. — Ela precisa de ar, não de um marmanjo desse em cima dela.

Rafael se afastou e meus braços antes apoiados em seus braços despencaram ao lado de meu corpo. Eu encarei os dois, me dando conta de que o menino ruivo era, na verdade, o irmão do Rafael, que eu não via há tanto tempo quando não via o mais velho.

Chinelo e Salto AltoOnde histórias criam vida. Descubra agora