O Relato de Abasi continua

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Ainda em seu emocionante relato, Abasi contou que foi preso, junto com seu pai, em uma outra base da Aeronáutica, mais próxima de Snyder. Enquanto ele recebia as atenções de uma equipe chefiada por uma médica, seu pai foi levado até onde estavam os corpos conservados dos tripulantes que pilotavam sua nave, para que confessasse se era um dos que haviam caído nas proximidades de Hoswell. Ao olhar os 3 corpos mutilados e seccionados por diversas autópsias e retiradas de tecidos para exames patológicos, acabou por confessar ao ouvir o Coronel Douglas Macpherson dizer que o mesmo poderia acontecer com ele e seu filho caso não colaborasse. Sim, era ele o quarto tripulante que havia sobrevivido à queda.

Durante pouco mais de 2 anos, seu pai ficou isolado em um galpão, cercado de cientistas e militares, colaborando no desenvolvimento de armas e equipamentos de guerra, principalmente na construção do primeiro protótipo do Stealth, o poderoso caça invisível aos radares. Vários equipamentos de navegação e de defesa foram projetados com a ajuda dos enormes conhecimentos de seu pai. Enquanto isso, Abasi seguia tendo aulas normais com professores militares e vários testes de telecinese, telepatia, levitação, dentre outros fenômenos paranormais eram aplicados na jovem criança. Estranhamente, seu pai não tinhas os mesmos poderes apresentados por Abasi, somente o forte poder de sugestão mental que usou contra os soldados na primeira vez que foi detido. Isso fazia com que os cientistas acreditassem que os poderes de Abasi foram desenvolvidos com o cruzamento genético de seus pais. E se aprofundavam com a perversa intenção de usar estes poderes como armas de guerra.

Numa tranquila e quente noite de verão, a base aérea de Roswell foi acordada por fortes fachos de luz que vinham de uma verdadeira esquadrilha de 12 pequenas naves espaciais que se aproximaram rápida e silenciosamente. Todos os sistemas de alarme e de defesa foram desativados e uma nave maior que todas as 12 que permaneciam imóveis, pairando à baixa altitude, aterrissou junto aos galpões, deixando todos os militares em pânico. Alguns sentinelas passaram mal e desmaiaram, outros correram para seus dormitórios, outros ajoelharam-se rezando. Abasi e seu pai acordaram e sentiram que eles eram os alvos. Seu pai reconheceu as naves de Vega. Estavam ali para levá-lo de volta. E, provavelmente, Abasi também. O silêncio era enorme. Somente um baixo zumbido parecendo vir de alguma fonte eletromagnética podia ser percebido. Abasi continuava abraçado ao seu filho, olhando pela pequena janela do alojamento cercado de fortes grades onde passavam a noite, esperando o que estava por vir. De repente, ouviram passos e barulhos de chaves abrindo as várias portas que davam acesso ao alojamento. Ao abrirem a porta do alojamento, Abasi e seu pai viram o Coronel Douglas Macpherson lívido, tremendo como uma criança assustada dizendo:

- Venham, está na hora de irem embora. Vieram buscar vocês e temos que entregá-los para evitarmos um mal maior.

O pequeno Abasi não estava entendendo o que aquilo significava e começou a chorar, assustado. Seu pai o confortou dizendo:

- Filho, não se assuste. Vamos para o lugar de onde eu vim. Lá você irá se sentir mais seguro e poderá brincar com meninos iguais a você.

Abasi fez menção de pegar seus livros e cadernos, mas seu pai disse que deixasse tudo para trás. Seguiram o Coronel até chegarem ao pátio, próximo da nave. Um tripulante, com formas humanas como o pai de Abasi em seu traje prateado, olhou para seu pai e disse:

- Finalmente poderemos levar você de volta. Muito trabalho espera por você em Vega.

Em seguida, 2 pequenos grays trouxeram trajes espaciais para eles, e os vestiram ali mesmo sobre suas roupas. Caminharam na direção da nave e ainda puderam ouvir o tripulante dizer para o Coronel:

- Seu país será recompensado com novas tecnologias. Diga aos seus líderes que voltaremos a fazer contato em breve.

Abasi entrou na nave e ficou fascinado com seu interior. Painéis luminosos, luzes que flutuavam de um lado a outro, escotilhas que se abriam para o céu, sons eletrônicos nunca ouvidos por ele. Seu pai não estava feliz. Sabia que seu retorno seria para continuar seu trabalho que poderia pôr fim à raça humana.

O amor que caiu do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora