Clara e Abasi saíram do carro e entraram em casa. Aparentemente, seu pai ainda não havia chegado pois seu carro não estava nem na garagem nem do lado de fora da casa. Tudo estava muito silencioso. Clara começou a procurar por sua mãe pelos cômodos da casa, chamando por ela insistentemente. Ao chegar no pequeno quarto que servia de escritório, viu sua mãe sentada de costas para a porta, diante da tela do computador.
- Poxa mãe! Estou te chamando e você não responde! – disse Clara aborrecida entrando no quarto. Diante da falta de resposta de sua mãe, Clara ficou diante dela e para sua surpresa, Demmy estava com a mesma aparência de Nathaly. Abasi entrou no quarto e encontrou Clara chorando enquanto sua mãe estava em um transe parecido com um profundo estado de hipnose.
- Clara, ainda dá tempo! O processo ainda não foi concluído!
- Que processo? Veja o que fizeram com minha mãe, Abasi!
- O processo de mutação neural. Ainda está sendo executado em sua mãe! Me ajude aqui – disse Abasi rasgando a blusa de Demmy expondo sua nuca branca. – Veja, aqui tem um pequeno corte. É por aqui que implantam a nova programação do cérebro. Temos que retirar antes que complete o processo.
-Mas como você sabe que ainda não terminou? – perguntou Clara entre soluços de choro convulsivo.
-Tão logo o implante neural termina o processo, ele sai da pele deixando um pequeno buraco. Como um plug. Ele cai e se dissolve. Agora corre na cozinha e pega uma faca de ponta fina. Não temos muito tempo!
- Clara correu até a cozinha e apanhou logo três facas pois não sabia qual seria a mais adequada. Ao sair da cozinha, viu que seu pai estava chegando em seu carro. Gritou: -Pai, entra logo! Mamãe não está bem!
Clara entrou no quarto e deu as facas para Abasi que imediatamente enfiou a ponta no pequeno corte, retirando o pequeno dispositivo envolto em sangue. Neste instante, Demmy desmaiou após um forte grito de dor.
- Mãe! – gritou Clara.
- Calma, ela vai ficar bem. Conseguimos evitar que ela se tornasse um informante dos Greys – disse Abasi tentando acalmar Clara e segurando o minúsculo dispositico que começava a se desintegrar nas mãos dele.
Clara estranhou a demora de seu pai entrar no quarto e voltou até a sala para procurá-lo. Ao chegar lá, encontrou seu pai em pé, imóvel e com a face sem nenhum tipo de expressão, da mesma forma que sua mãe.
- Pai? Não pode ser! Abasi, corra aqui! Aquela coisa esta no meu pai também!
Abasi entrou na sala e ao ver Ben, segurou Clara pelos ombros e disse:
- Desculpe, Clara. Não posso mais fazer nada pelo seu pai.
Neste instante, Ben vira-se para eles e, como um animal, parte para cima deles que fogem da casa. Antes de conseguirem despistar e sair, Clara rapidamente apanhou as chaves do carro de seu pai que estavam jogadas no pequeno aparador próximo à porta de entrada.
Enquanto Abasi tentava ligar o motor do carro, Clara pode ver a silhueta de seu pai correndo na direção do pequeno quarto onde estava sua mãe. Antes que o carro saísse em disparada, ainda pode ouvir um grito de pavor de sua mãe.
- Pare o carro, Abasi! Precisamos salvar minha mãe!
- Clara, lamento. Mas não podemos fazer nada. Em poucos minutos isso aqui vai estar cheio deles. Espero que não tenha acontecido nada com sua mãe. Mas não podemos voltar.
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O amor que caiu do céu
Science FictionA jovem Clara Spencer não imaginou que seu destino estava marcado desde sua infância, a encontrar um amor que veio do céu. E que este destino poderia decidir existência da humanidade. Um acidente espacial acontece nas proximidades de Snyder - Tex...