Jantar!

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Eu caminhava pelo castelo, indo diretamente para o meu quarto. Sem sequer falar com os guardas, eu andava em passos rápidos. Meu maior desejo do momento era tirar aquela roupa suja de lama e vestir algo mais confortável. Enquanto me aproximava do meu quarto, senti uma sensação estranha, como se alguém estivesse me seguindo, algo provável, mas ainda assim, bem anormal. Quando olhei para trás, lá estava ele, com o seu típico olhar brincalhão, me aliviei.

— O que foi, August? — sorri ao encarar o meu irmão mais novo.

— Da torre eu vi você ganhar do Anthony. Outra vez — ele riu, assim como eu.  — Vi também que temos convidados.

— Eu os conheci na entrada do castelo — falei, sem importância, e o loiro se aproximou. — Creio que o pai vá fazer eles conhecerem você e o resto dos nossos irmãos mais tarde. Na hora do jantar.

— Estranho essas pessoas chegarem assim, sem nem ao menos mandar uma carta avisando — comentou, apenas oficializando minhas inseguranças.

— Concordo, mas o nosso pai os aceitou. O que nos resta fazer agora é o mesmo — sorri de lado. — Agora se me dá licença, vou tirar essa roupa.

— Eu te acompanho até o quarto — August sorriu e eu assenti.

Caminhamos em silêncio pelo longo corredor, uma luz ofuscada, da qual eu já era acostumada, grandes cortinas vermelhas e algumas paredes de pedra de mármore branca eram a composição da arquitetura.

Ainda me pergunto como o meu tataravó construiu esse castelo. Ele era rico em detalhes, mínimos detalhes dos quais quem não conhecia o castelo como a palma da mão, deixaria passar.

Ao chegar no meu quarto, um dos guardas saiu da frente, dando uma curta reverência e passagem. August se despediu com um beijo na testa, se dirigindo até seu quarto. Ao fechar a porta, me deparei com minhas duas criadas.

— Ah, não — murmurei baixo, já sabendo o que vinha em seguida.

— Ah, sim — Maria disse, sorrindo e puxando o meu braço. Amoleci meu corpo, fazendo seu trabalho ficar mais difícil, apenas por implicância.  — O seu banho já está pronto e as suas roupas para o jantar também.

— Meu pai mandou vocês, não foi? — resmunguei enquanto Kate tirava o meu vestido.

— O castelo tem visita de Lordes e a senhorita tem que parecer apresentável — Maria disse, após me arrastar para a banheira.

— Soube que os lordes são bastante bonitos — Kate comentou, enquanto prendia o meu cabelo no alto da minha cabeça. Não pude discordar, a beleza dos convidados era algo realmente atrativo.

— E que são todos solteiros —Maria acrescentou, não deixei de rir.

— Com aqueles modos, é claro que são. Duvido que alguma dama queira eles — comentei, enquanto Kate esfregava as minhas costas suavemente.

— Será que nenhum homem chama a sua atenção? — Kate perguntou, eu a olhei, ela suspirou, já sabendo a resposta. Não me dei ao trabalho de responder.

— Já pensou que um dia terás que casar? Ter filhos? Construir uma família? — Maria insistiu, me limitei a revirar os olhos. — A vida não são apenas campos de batalha e cavalos, senhorita Italia — novamente esse assunto, havíamos discutido disso várias vezes, em todas elas falavam sim para uma vida com família, filhos e tudo mais, enquanto eu acabava falando sobre meu sangue puro.

— Me deixem sozinha — disse séria, porém elas não obedeceram. — Eu mandei me deixarem sozinha — disse com um tom autoritário e alto, elas secaram as mãos na beira dos vestidos e saíram do quarto de banho.

Italia- Kol MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora