Você não vai.

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Ao me afastar do Lorde Kol, eu tomei consciência de quanto errado aquele meu ato tinha sido. Olhei nos olhos dele, tentando adivinhar o que se passava, mas não consegui, suas órbitas castanhas me prendiam, eu queria me afundar nelas e saber o que se passava na mente insana dele, mas agora, percebi que eu tinha um pouco dessa insanidade também. Me afastei dele, que agora continha um sorriso brincalhão nos lábios, segurei meu sorriso, tentando ignorar o quão havia sido bom.

— Boa noite para você também — ele gritou irônico, me fazendo revirar os olhos.

— Isso nunca aconteceu —gritei com um pouco de raiva, o fazendo gargalhar. Infelizmente,  um riso bobo saiu de meus lábios e eu esfreguei o rosto. Se controle, sua louca. Disse à mim mesma.

Ao chegar no meu quarto, as minhas criadas me prepararam dormir, mas infelizmente, não consegui pregar o olho durante a noite. Rolava de um lado para o outro na cama, sem o sono vir. Só conseguia pensar nos lábios de Kol sobre os meus, tão macios,  tão bons, isso estava me causando um turbilhão de sentimentos desconhecidos, que eu, com certeza, não quero descobrir. Antes do sol nascer, um dos guardas bateram na porta, me informando que partiríamos em breve. Apenas os agradeci, indo até o quarto de banho e passei água na minha face, para tirar qualquer restrinjo de que não consegui dormir, amaldiçoei o Mikaelson, a culpa do meu cansaço era dele. Me troquei, vestindo a roupa que as minhas criadas tinham separado ontem. Prendi o meu cabelo em uma trança, e voltei para o quarto, vendo um homem sentando na cama, de costas para mim.

— Eu sempre soube que você era louca — eu conhecia esse voz — Mas louca ao ponto de você ir para uma guerra e levar as suas damas juntos, eu nunca pensei.

— Alessio — sorri, quando ele se virou e se levantou vindo na minha direção — Pensei que estava em Grodié.

— Se eu escutasse mais alguma ordem da sua irmã, eu iria enfiar uma espada no meu coração — ri baixo — Sai de Grodié há dois dias, e quando chego já fico sabendo que vai para guerra. Você nunca vai mudar, não é?

— Falou o cara que me deu a minha primeira espada, e me ensinou a lutar — ele riu, lembranças boas e uma nostalgia confortável me invadiu enquanto conversava com Alessio.

— E não me arrependi disso. Não vou ganhar nenhum abraço, minha amada prima?

— Claro — sorri e o abracei Alessio — Me promete que não vai ir para Grodié tão cedo.

— Prometo — ele falou ainda na curva do meu pescoço, ficamos ali abraçados até uma pessoa tossir, nos fazendo separar.

— Lorde Kol — o olhei, meu coração acelerou,  ele estava fora do quarto, o Alessio tinha deixado a porta aberta.

Princesa Italia, vim lhe desejar uma boa batalha, e que a senhorita volte bem — ele fez uma curta reverência, e eu apenas fiquei imóvel olhando cada movimento dele. Meus músculos pareciam petrificados.

— Obrigada — falei rapidamente, tentando não olhar nos seus olhos, ou seu rosto, ou ele todo, não sabia o que poderia acontecer.  — Creio que não conhece meu primo, o Lorde Alessio — toque no ombro de Alessio, o incentivando a ir para frente.

— Ainda não tive o prazer — Kol deixou um sorriso, que nunca tinha visto antes escapar dos lábios, e apertou a mão do Alessio — Lorde Kol Mikaelson, de Liusè.

— É um prazer conhece-lo — meu primo falou, normalmente, agradeço por ele não perceber o clima que havia se instalado no quarto.  —Eu sei que acabei de chegar, mas eu gostaria de ir com você, prima. Será que poderei ter essa honra de lutar ao seu lado?

— Claro, meu primo — sorri para ele — Esteja pronto em cinco minutos, na entrada do castelo.

— Claro — ele sorriu e me deu um beijo na testa. — Lorde Kol — ele passa com um aceno de cabeça por Kol e eu o amaldiçoou por me deixar aqui sozinha, à mercê do destino, ou das minhas vontades.

Italia- Kol MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora