Naquele dia, a noite tinha passado. O sol refletido em minha janela, anunciava que era sábado, estava sem disposição alguma para levantar. Permaneci deitada enquanto pensava em uma maneira de me ver livre daquele castigo. Seria uma semana, exatas uma semana que eu não o veria, aqueles pensamentos reberveravam em minha mente, era tortuoso saber que não o veria, e eu estava sentindo algo diferente...diferente e bom.
Precisava fazer algo. Decidi levantar-me. Tomei meu banho, vestí-me e desci as escadas a procura de meu pai.
-Mãe, onde está o papai?
-No escritório.
-Ótimo, irei falar com ele.
-Minha mãe nada disse, apenas sorriu.
Andei até o escritório, bati, e no segundo toque fui atendida.
-Pode entrar.
-Papai eu preciso...-Minhas palavras se cessaram ao analisar Ernest sentado direcionando seu olhar à mim.-Bom...eu volto depois então...
-Não precise fazer cerimônia comigo, senhorita. Podes falar com teu pai.
-Não...eu volto depois.
-É filha, Ernest já estava de saída, aproveite, faça a s honras e o acompanhe até a porta...ou melhor...fique para o almoço Ernest.
Meu pai não poderia estar falando sério. Ele ficaria mesmo para o almoço?
-Infelizmente, meu caro Teobaldo, não poderei ficar para o almoço, tenho negócios a tratar, mas quanto a primeira proposta, eu aceito, será uma honra que a senhorita me acompanhe até a porta. -Senti um alívio ao saber que ele não ficaria para o almoço, mas tampouco isto fez muita diferença, ele queria que o acompanhasse até a porta. Eu não
gostava da maneira que ele se portava comigo, simplesmente não gostava. Tentei protestar, mas apenas com o olhar meu pai me repreendeu.
Não tendo alternativa, fiz o que meu pai propunha.
-Então vamos senhor.
-Vamos.
Passei pela sala com fisionomia de poucos amigos e minha mãe sorriu ao me ver em companhia de Ernest.
-Até mais Mercedes.
-Até. -respondeu sorridente.
Já tinha chegado à porta quando Ernest se dirigiu a mim.
-Eres encantadora, senhorita.
Não respondi, apenas queria sair Dalí o mais rápido possível.
-Até mais.
-Até. -Respondi fechando a porta logo em seguida quando ele saiu.
Dei um olhar revoltado para minha mãe e subi as escadas indo direto para o meu quarto.
Analisei as cortinas que na janela balançaram. Deitei-me na cama sentindo-me momentanêamente triste .Logo, lembrei-me de Harry...eu não conseguia tirá-lo de meus pensamentos, não sei o que estava acontecendo, ou melhor, talvez eu soubesse sim...e eu acho que já sei o que estava acontecendo comigo...eu...eu acho que...apaixonada? Eu estava apaixonada pelo Harry?