(...) A tarde naquele dia tinha passado rápido. A Chuva ainda caira fortemente, enquanto eu, bem, eu ainda continuara em minhas lamúrias. Percebi que logo ficara tarde. Vesti minhas pantufas branca de veludo, direcionei-me até o banheiro e tomei meu banho.
Terminava de me arrumar enquanto escutava a chuva cedendo, era perceptível a diferença de minutos atrás.
Estava descendo as escadas, passando pela sala, escutei alguns risos vindo do escritório de meu pai. Parei para ter certeza de que não estava escutando errado. Meu pai raramente ficava tão feliz, saí de meu transe.
Sentei-me no sofá quando escutei a porta do escritório ser aberta.
-Hó Bruna, eu iria mandar chamá-la agora mesmo.-Meu pai disse e eu estranhei, estranhei muito.
-Pois não, papai, aqui.
-Venha até aqui.-Me chamou e entrou no escritório. Entrei logo em seguida enquanto fechava a porta atrás de mim.
-Pois não, papai, o que o senhor..-minhas palavras cessaram-se ao notar que Ernest estava sentado na cadeira olhando fixamente para mim. Meu Deus, agora seria sempre isto?
-Boa noite, Bruna, tudo bem com a senhorita?-Ernest perguntou se levantando e beijando minha mão.
-Boa noite, e tudo bem sim, obrigada. -Digo retirando sua mão da minha.
-Papai o que o senhor gostaria de conversar comigo?
-Estava conversando com Ernest e nós decidimos que você irá a fábrica amanhã, fará um tour.
-Bem...mas por quê?
-Porque sim...é uma visita a fábrica, não seria interessante?
-Mas papai, amanhã não será o dia da reunião com os fornecedores?
-Sim, será amanhã, por isso, irá só você e Ernest.
Olhei para meu pai, o olhei fixamente tentando protestar, mas seu olhar de negação ordenava que eu o obedecesse.
-Não se preocupe, senhorita, iremos apenas conhecer a fábrica de qual sou dono.
Lembrei-me de quê Harry trabalhava nesta fábrica, uma boa oportunidade de vê-lo.
Não me opus mais, apenas concordei acenando com a cabeça.
-Tudo bem então, mas...que horas vamos?
-Amanhã as 15:00.
-Tudo bem então. -Respondi educadamente. Afinal, amanhã eu o veria. Eu o veria.
