A manhã de terça-feira iniciou-se normalmente. Levantei-me, tomei meu banho, vesti-me para o Colégio. Desci as escadas brincando com meus livros em minhas mãos.
-Está animada hoje, Bruna, será que se esqueceu do seu "castigo".
-Não, mamãe, não me esqueci, apenas estou feliz.
-Fico feliz.
Fomos até a sala onde meu pai nos esperava para tomar o café.
(...) O dia no Colégio tinha passado rápido. Olhei atentamente o relógio da sala que marcava 12:02. Fui levada de minha observação ao escutar a voz de minha mãe.
-Filha, preciso que você leve as roupas agora mesmo.
-Mas não seria mais tarde?
-Acho melhor levar agora, mais tarde esperaremos seu pai para o almoço.
-Tudo bem então. Onde estão as roupas?
-Aqui, dentro dessa sacola, são poucas roupas.
-Tudo bem, irei me trocar e já volto.
Subi, cheguei ao meu quarto trancando a porta logo em seguida. (...) estava escovando meus cabelos enquanto olhava-me refletida no espelho, estava ansiosa...ansiosa para vê-lo, porém, algo era temido por mim, e se ele não sentisse o mesmo por mim?...e se eu estivesse me precipitando? Bom, se esse sentimento era recíproco, eu não sabia, talvez decifrace com o tempo.
Terminei de me arrumar. Fui de encontro a sala. Peguei a sacola em cima do sofá. Passava pelos imensos portões, e felicidade era visível em minha face, cruzei a esquina enquanto brincava com os botões de meu vestido. Já estava em frente a boutique Lãná e ainda não tinha o visto, desagrado para mim, perdi minhas esperanças sobre vê-lo o tempo passou, e a distância percorrida por mim, demonstrara que estava perto da casa da senhora Laura, a passadeira.
(...) Estava indo embora, andando distraída, lembrando-me de quando era criança quando escutei alguns passos atrás de mim. Receosa, acelerei meus passos. Escutei alguém chamar por mim.
-Bruna...
-Instintivamente, sorri. Eu acho que conhecia aquela voz...ou melhor, eu tinha a certeza que conhecia.