CAPÍTULO 16

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A garota saiu me deixando com absolutamente nada de concreto em mãos para trabalhar, a única coisa que eu tinha era a imagem terrível de Gustavo completamente quebrado um andar abaixo do local em que eu estava.

Sem sequer uma cadeira para me acomodar eu abri os papéis que ela deixou vendo o a planta baixa do prédio junto com o projeto elétrico e hidráulico, demorei um pouco para entender a distribuição das câmeras de segurança e o posicionamento dos guardas, aquilo era uma loucura.

Uma verdadeira insanidade. Uma garota sozinha nunca poderia furar uma brecha naquela fortaleza.

Ainda assim, continuei a estudar os projetos deixados tentando formular a melhor estratégia com mais chances de eficácia, minha mente parecia pronta para explodir.

— Você consegue fazer isso. - murmurei o encorajamento necessário.

Talvez uma ou duas horas tivessem se passado quando a porta daquela sala voltou a ser aberta, mas diferente do que eu esperava quem me encarava era Rebecca, a americana que se encontrou com América em Londres.

A surpresa me deixou muda, só podia piscar enquanto olhava para ela esperando que a qualquer momento ela fosse desaparecer.

— Que diabos você faz aqui? - ela explodiu de uma única vez.

— O que você está fazendo aqui? - eu devolvi a pergunta, extremamente na defensiva. Tinha que me lembrar que eu não devia satisfação alguma a ela.

Ela caminhou até a parede de vidro, vendo exatamente o que tinha lá embaixo e voltou para mim com um suspiro.

— Eu sabia. - ela resmungou. — No momento em que vi você aqui, sabia que ele também deveria está aqui.

— Bom, se só veio conferir como vão as coisas pode ir embora agora.

— Como exatamente pretende fazer esse resgate? Você está colocando minha operação em risco, eu estou trabalhando nisso a semanas.

— Eu não poderia me importar menos. - falei indiferente. — A verdade é que não consigo pensar numa estratégia que funcione para mim sozinha.

— Em que você pensou? - ela perguntou, dava para ver claramente em sua expressão que continuar com aquilo era o que ela menos queria.

— Está me oferecendo ajuda?

— Se isso fizer com que você não interfira na minha operação, então sim.

— Ótimo. - falei, o sorriso que surgia foi involuntário, era bem mais fácil me situar quando tinha alguém para ouvir minhas ideias e me dá um choque de realidade quando fosse preciso.

Comecei a relatar para Rebecca todo o passo-à-passo da estratégia criada até agora,  ela acenava algumas vezes, resmungava em outras, ela me ajudou a adaptar o plano já criado para que ficasse mais eficiente.

Eu realmente me sentia aliviada com a ajuda, só tinha participado de um curso de ação em Paris e mesmo assim sequer tinha participado do desenvolvimento estratégico, só servi como peão na ação.

— Tome. - ela me entregou um pequeno relógio dourado. — Cuidado com o tempo, você precisa fazer tudo em sincronia comigo, ou você vai acabar morta.

— Agradeço pelo incentivo. - falei amargamente.

》《

Charlotte Thomaz

Minha irmã nunca, absolutamente nunca, me ligava.

Então foi só pegar o celular e ver o nome dela brilhando na tela, que eu soube que havia uma grande merda acontecendo.

GAROTA HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora