EXTRA - BRIAN

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Tóquio, Japão

Não precisei abrir os olhos para ter plena consciência do lugar em que estava, podia sentir o corpo pequeno e macio colado ao meu, o silêncio absoluto reinava graças ao ótimo isolamento acústico do apartamento. Me levantei rapidamente, vestindo as roupas largadas ao longo do quarto, os pequenos raios de luz vindos da rua atravessavam as brechas da cortina mal fechada.

Todos os pensamentos foram facilmente ordenados enquanto me organizava, já totalmente desperto. Observei a mulher deitada a respiração constante indicava que seu sono era profundo, olhar toda a extensão de seu corpo com toda a pele negra macia foi uma distração. Azura era uma das poucas pessoas que eu consideraria como uma amiga.

Era exatamente por isso que o sentimento de culpa se esgueirava dentro de mim, eu odiava isso.

Gustavo me deu informações preciosas, mas investigar todas aquelas informações ainda era necessário para saber a veracidade de cada uma delas. Eu sabia que Azura tinha uma vida no mínimo obscura, nunca senti vontade alguma de descobrir muito sobre ela para evitar merdas complicadas mas talvez tivesse sido melhor ter descoberto algo antes.

Aquele prédio era nosso ponto de encontro sempre que decidíamos nos ver, e eu já havia estudado a planta baixa dele, conhecia tudo como a palma da minha mão. Sai, fechando a porta suavemente atrás de mim, meu celular vibrou no bolso do jeans enquanto eu caminhava rapidamente ao longo do corredor vazio. Jam.

— Irmão.

Tenho tudo o que precisava, - a declaração ocultava uma mensagem muito clara. Saia dai.

— O quê achou?

As informações coletadas estava corretas, convenientemente nem todos estavam lá.

— Sabe algo sobre quem entregou isso? Tenho pensado sobre a garota. - falei com um suspiro, havia algo sobre ela que me deixava intrigado e não apenas porque ela escapava de nossas mãos como areia escorria entre os dedos.

Tenho algo, mas preciso avaliar, - a indiferença na voz dele mostrava que não estava realmente interessado. — Te vejo em breve.

Com isso, ele desligou.

Toda aquela ala estava vazia enquanto eu seguia em meio aos corredores silenciosos, os cartões chave que eu carregava em meu bolso me garantiam acesso a qualquer porta ali, mas não precisei procurar, ainda na grande sala de estar estavam descartadas sobre o sofá negro as coisas de Azura.

Caminhei até o laptop, e abri o aparelho, girando o pen drive entre os dedos impaciente, enquanto esperava o mesmo ligar. Conectei o dispositivo, algumas coisas precisavam ser feitas pessoalmente, a tecnologia por mais avançada que fosse as vezes precisava de um trabalho em campo.

O som de passos foi repentino e me deixou em alerta, a frustração foi imediata. Não teria tempo o suficiente. Observei as abas abertas na tela, os códigos correndo, levava um tempo extremamente longo para quebrar um código criptografado pelo método que chamávamos de força bruta, mesmo com um computador de última geração e processadores avançados. Em um nível de programação básico poderia até ser mais fácil.

Interceptando o processo de decodificação, encaminhei um link de intermediação para James.

Eu odiava pedir coisa alguma ao Jam, mas não podia negar que ele era a melhor pessoa para algumas questões. Meu irmão era considerado o gênio da tecnologia atual, e ele realmente era.

James conseguiu criar uma super máquina, algo realmente inimaginável, com a capacidade de quebrar códigos criptografados, em pouquíssimo tempo. Enquanto o computador mais potente da CINT americana, levava pelo menos 19 anos para quebrar códigos gigantes, o super computador quebrava-os em menos de 12 hora.

GAROTA HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora