CAPÍTULO 17

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Numa escala de 0 a 100, a probabilidade de tudo da muito errado estava em 110. Mas isso não foi motivo para me desanimar, afinal as coisas raramente davam certo comigo, e bom ou mal eu ainda continuava muito viva.

— Mesmo que eu consiga sair daqui com Gustavo, sem que eles percebam imediatamente, isso vai atrasar o seu... - parei, tentando encontrar a palavra.

— Acha que não pensei nisso? Você vai atrapalhar os meus planos de um jeito ou de outro. - Rebecca suspirou. — A maneira mais rápida de resolver isso é me juntar a você para conseguir o que eu quero. Por isso, nos vamos conseguir os detalhes da arma que eles têm e depois iremos buscar o seu namorado.

— Por quê...

— Porque mesmo que você saia daqui com ele, não vai chegar muito longe antes que te capturem e mantem vocês dois, eu tenho uma equipe me esperando lá fora. E eles só vão te ajudar se eu ordenar que façam isso.  

Ignorei novamente o lado racional que habitava em mim, e alegava que aquela não era uma boa ideia. De fato, não era nem de perto uma boa ideia. O relógio avançava com seus ponteiros, e cada novo minuto que passava era um click sendo martelado em minha cabeça.

— Ok. - falei, uma coisa que aprendi é que precisava reconhecer a hora de ceder, e nesse momento eu precisava. — A única parte não detalhada na planta, é o lado leste do complexo, vamos perder um bom tempo para encontrar o local que queremos.

A porta da sala se abriu de repente, virei esperando ver a garota que me trouxe até aqui mas diferente do que esperei, a versão colorida da América fechou a porta atras de si. A única diferença das duas é que essa tinha os cabelos cor de rosa. 

— Que diabos?! - falei.

— Sem tempo para apresentações, coloquem isso, sei o que querem fazer vou ajudar.

— Como vai ajudar? - Rebecca questionou desconfiada.

— Vou guiar o caminho pelas câmeras, vocês vão precisar seguir minhas ordens com muita precisão se querem que as coisas aconteçam de forma eficiente.

— Porque eu confiaria em você?

— Bom, não vejo outra escolha pra você. - ela me olhou rapidamente. — Estamos sem tempo como já falei, Rebecca eu sei que você conhece o local que pretende entrar só não tinha os meios pra isso. Leve Emma com você, eu vou guiar o caminho para que vocês não tenham surpresa e deixarei o acesso livre.

Com a rápida orientação, ela saiu da sala novamente, olhei para Rebecca e vi ela colocando o ponto no ouvido, coloquei o meu também. Nada mais poderia me surpreender.

Um pequeno ruido de estática chiou no meu ouvido e logo a voz da garota de cabelos rosa soou.

— Mostre o caminho Rebecca, estou acompanhando vocês pelas câmeras.  

Lembrei da sala com varias telas que vi de relance quando cheguei aqui, mas não questionei. Segui Rebecca pelos corredores vazios de vez enquanto a vozinha nos fazia mudar o percurso brevemente até que chegamos a um longo corredor branco.

— A ultima porta do corredor, é a única sala que não tenho visão, deve esta ai o que você procura. O acesso é restrito, Emma você consegue programar?

A pergunta me pegou de desprevenida, não sabia que ela conhecia essa parte da minha vida. E era estranho que conhecesse.

— Acredito que sim, mas ainda precisaríamos da chave de acesso.

— Você só precisa deixa-la online, essa fechadura esta programada para permissão manual. 

Chegamos ao local e eu rapidamente estudei a fechadura, Rebecca estendeu um pequeno punhal, abri a estrutura estudando a fiação. Foi um trabalho bem rápido reconectar os fios e testar os códigos padrões para reiniciar a tranca. 

GAROTA HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora