Capitulo 18

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Ele vinha e me dizia "está tudo bem"

Ele me beijava e me dizia "está tudo bem"

Posso fugir de novo essa noite?

• Aretha Franklin - Son Of A Preacherma    

[ H.I.P Aretha, Deusa do Soul ]  


DORIAN

   — Você tem a chave do apartamento deles?

— A reserva fica comigo para o caso de emergências. — Abri a porta, dando espaço para ela entrar primeiro. — Eu costumava trazer as garotas para cá.

Na verdade, todos os meus amigos traziam garotas para lá. Will e Leo moravam sozinhos no complexo de apartamentos, na casinha que o chefe alugou para eles, eram solteiros e despreocupados.

— Adorei o sentido "passado" nessa frase, mas podia ter me poupado dos detalhes. — Angel tirou o casaco. Aproveitei para acender a luz da sala, observando como ela ficava maravilhosa naquele jeans vintage. — Me trouxe aqui como as outras?

Puxei a bonequinha do mal pela cintura e colei a boca em sua orelha, sussurrando que ela era única. Ela contornou meus ombros, cedendo ao meu toque. Desejei que sentisse a sinceridade na minha voz, porque eu ansiava conhecê-la de um jeito mais profundo...

— Tem certeza que eles não vão aparecer tão cedo?

— Tenho. Eles sempre chegam tarde do ensaio.

O beijo foi imediato, assim como as minhas mãos embrenhadas em seus cabelos, os dedos dela desabotoando os botões da minha camisa... Os passos foram retrocedendo e ela me empurrou no sofá. Arfei ao cair, puxando meu cabelo sem tirar os olhos da garota que eu queria.

Angel sentou no meu colo, assumindo o controle. Terminou de tirar o tecido preto dos meus braços e encarou o meu tronco nu, analisando todos os desenhos. Beijou a rosa no ombro, sorrindo quando a ponta do dedo encontrou o círculo com uma pena no meio, referência à Ma'st.

Sentia falta de sexo, das unhas arranhando as costas ou daqueles sons femininos que eu ouvia enquanto transava com uma mulher. Fazia muito tempo... Até acompanhei uma garota até a sua casa depois do bar: aceitei o seu convite explícito para entrar e tirei as suas roupas, só para descobrir que não sentia falta de sexo com mulheres, e sim de Angel. Sentia saudade de sexo com Angel sem nunca a ter tocado.

— Você não acha estranho fazermos isso aqui? — murmurou contra a minha boca. — Na casa do Will?

— Tudo bem se você não estiver bem com isso, linda. — Senti a curvatura das costas dela por baixo da blusa. — Nós podemos ir embora a hora que você quiser.

Diga não, pensei torturado. Por favor, diga não.

— Não é isso. É que...

Ergui a mão e acariciei sua bochecha, tentando passar segurança. Queria tocá-la, mas jamais permitiria que Angel sentisse desconforto comigo. Aquele encontro só seria bom para mim se fosse bom para ela também.

— Você quer ir para casa? Eu preciso ter certeza do que estamos fazendo...

Ela piscou confusa antes de negar com a cabeça. Retomei o beijo, adentrando a blusinha para sentir a pele macia, não sendo capaz de conter o impulso de beijá-la em todos os lugares; pescoço, clavícula, o vale entre os seios...

1994 - A canção Memória oculta LIVRO 1 (Privilegiados)Where stories live. Discover now