Prólogo

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Milhares de garotos e garotas se matariam pelo meu emprego, mas eu mataria todos eles para conseguir terminar as minhas obrigações sem traumas, lesões, cortes e outros acidentes ao fim do dia. Me chamo Sachs, Andrew Sachs, o escravo da personificação The King. O Rei da Gentlemen's Quarterly (GQ), a maior revista masculina dos Estados Unidos e da Europa. Guiada pelo editor chefe mais temido, reconhecido, amado e odiado do continente americano.

"Merda de funções são essas? Como faço para ligar esse carro? Cadê a embreagem?".

Eu pensava em como iria fazer aquele carro esportivo sair do lugar, um Aston Martin cheio de botões e controles que eu nunca tinha visto na vida. Jamais tinha dirigido algo parecido, nem em meus sonhos.

— Ei, cara, anda, porra! — gritou um motorista moreno, cujo cabelo do peito ameaçava cobrir a camiseta mamãe-sou-forte que ele usava. — Tá pensando o quê? Que isto é a porra de uma autoescola? Sai da frente!

Levantei uma mão trêmula para lhe mostrar o dedo e depois me ative ao que havia me proposto: tirar aquele carro do lugar. O motorista passou ao meu lado puto da vida e como se a própria essência da vida não valesse grande coisa nesse momento, meu celular começou a tocar, o identificador de chamadas confirmou o que eu mais temia: Era ele. O Themonium, como eu o chamava, Nicolas Apolline. Meu chefe.

— Andrew ― disse ele.

― Sim, Sr. Apolline? ― disse ele.

― Pode me ouvir, Andrew? — trinou ele no momento em que apoiei o telefone entre a orelha e o ombro, e joguei o cigarro que fumava pela janela, quase atingindo um mensageiro de bicicleta por um triz. Ele gritou um "vai se foder" nada original, antes de seguir em ziguezague.

— Sim, Sr. Apolline. Oi, posso escutá-lo perfeitamente ― disse colocando o cinto de segurança.

— Ótimo, onde está o meu carro? Já o deixou na garagem? ― meu silencio denunciou que eu não tinha terminado a tarefa que me fora designado ― Você sabe dirigir o carro? ― Não tinha para onde correr, se ele não me ajudasse, quem iria?

― Não senhor, desculpe ― disse engolindo todo o meu orgulho.

― Francamente Andrew ― ele respirou fundo e me passou as seguintes instruções ― atrás do volante tem um botão vermelho, ele vai dar partida no motor, atrás da alavanca de câmbio existe um pequeno botão com um P e uma luz, puxe para fora e ele vai soltar o freio de mão eletrônico, aperte o botão do cambio e puxe ele até a luz do drive ficar acessa, então é só acelerar, você entendeu?

― Sim senhor ― e pronto, ele tinha desligado o telefone me deixando com 750 cavalos para domar, cavalos no valor de 1.500.000 milhões de dólares ― Que Deus me ajude ― pensei enquanto eu dava partida no motor.

Amo vocês demais

Don't Hurt Yourself. 

Oliver Porscher.

O Diabo de Gravata (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora