Revisado 16.12.2018
Eu tinha feito burrada, meu Deus, como eu tinha feito uma tremenda burrada. Nícolas me olhava de uma forma que eu não podia explicar. Naquele momento a minha cabeça estava processando uma série de coisas. Nícolas era Gay, ou bissexual, sei lá. É tinha acabado de levar um tremendo fora épico. Ele era humano, tinha sentimentos. Eu realmente estava surpreso. Mas acordei desse delírio quando ele grunhiu.
― Vá. Embora ― disse ele entre os dentes, uma lagrima solitária escoria em seu rosto ― Andrew, Vá. Embora. A-GO-RA.
Ele não precisou dizer de novo, sair em disparada pelo corredor, mas antes de sair do escritório, eu dei meia volta e coloquei o livro em cima de sua escrivaninha. Olhei para o fundo do corredor e Nícolas já tinha sumido, novamente sair em a passos apresados pelo corredor e deixei o apartamento.
Quando cheguei em casa, Alex já estava dormindo, notei que tinha esquecido o celular de trabalho no Loft de Nícolas. Naquela noite, eu não conseguir pregar os olhos.
***
Eu estava saindo do taxi em direção a Freedom Tower quando avistei um Mercedes prata parado na frente do edifício, era Uri.
Que estranho, Uri aqui tão cedo.
― Bom dia Uri ― disse chegando próximo dele.
― Menino Andrew ― disse ele assustado quando me viu ― por onde andou? Te liguei a manhã inteira ― Uri tinha uma expressão de preocupação, não precisou ele dizer mais nada.
― Nícolas está aqui, não é? ― disse sabendo a resposta, mas na torcida que estivesse errado. Uri balançou a cabeça positivamente. Então comecei a correr pelo saguão, notei que todos os meus Arcanjos estavam saindo do prédio, o que significava que Aurora já tinha feito à rotina matinal, ou quase. A crise estava tão feia que nem Eduardo me parou, me deixou passar direto. Assim que entrei no elevador as 3 pessoas nele saíram. Simples assim, eu já estava começando a ficar apavorado. Cheguei ao andar da GQ, a recepcionista estava chorando, nem me atrevi a para seguir pelo corredor e notei que a revista estava uma bagunça, todos trabalhavam freneticamente, com expressões alarmadas, virei no corredor e encontrei Heloise, Marcos e o estagiário novo quase chorando, Nigel vinha logo atrás dele preocupado.
― Andy, porque não atende o celular? ― perguntou ele aflito ― a GQ está em crise.
― Eu esqueci na casa de Nícolas ― disse ― o que está acontecendo?
― Eu que deveria perguntar isso a você ― Nigel respondeu ― Nícolas chegou mais cedo, mais cedo que o normal. Aurora e eu estávamos entrando no prédio. Uri atrasou ele, mas só deu tempo dela pegar os jornais, ele chegou e foi cobrando as coisas, ninguém estava preparado. Ele demitiu Heloise porque não tinha conseguido a entrevista com o Justin, demitiu Marcos porque não tinha terminado o layout da revista, que era para ontem e demitiu um estagiário só porque esbarrou ele, o homem está possuído.
― Que droga ― disse a Nigel ― eu tenho que ir ― disse saindo correndo pelo corredor, mas Nigel me chamou e eu olhei para trás.
― Nícolas perguntou por você ― disse.
Eu estava frito.
Cheguei na área dos assistentes. Aurora estava quase descabelada, ela saiu me puxando pelo braço para a copa praticamente me jogando lá dentro.
― O que foi que você fez? ― perguntou ela brava.
― Eu sei, eu errei. Desculpa ― disse culpado ― Eu não achei a mesinha, então pensei que em deixar o livro no escritório, e encontrei Nícolas discutindo...― Mas Aurora não me deixou terminar.
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O Diabo de Gravata (Romance Gay)
RomansaO mundo da moda não é para iniciantes. Especialmente em uma revista para homens. Mas o jovem Andréw Sachs, recém-saído da faculdade, consegue ser contratado como assistente do todo poderoso Nicolas Apolline, lendário e temido editor chefe da Gentlem...