ODDG - ULTIMO CAPÍTULO 39 - Adeus?

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Tudo estava pronto.

Faltava apenas um dia para o baile de lançamento do último exemplar do ano. Que seria apresentado na premiação Men Of The Year 2016. Onde iriamos premiar os maiores homens e mulheres da indústria da moda aquele ano. Como editor chefe, eu não poderia concorrer, mas tínhamos homens de peso.

Preciso confessar que fiz questão de transformar a vida de Nicolas em um inferno nas duas últimas semanas. Fiz ele comer o pão que ele mesmo amaçou. Foi bem divertido, mas principalmente ver ele se conectar com a revista de novo. Ele logo assumiria o meu lugar, assumiria o lugar dele de direito.
Encontrei a verdade sob suas mentiras Nicolas, descobrir quem você era por baixo daquele brasão em forma de cicatriz.
O verdadeiro amor nunca tem que esconder, mas as vezes é preciso deixar ele ir. Eu estava disposto a trocar as asas quebradas de Nicolas pelas minhas. Eu vi suas cicatrizes e beijei seu crime, me tornei seu cumplice e depois seu sucessor. Preciso dizer que no ano que fiquei como editor chefe eu aprendi muito, ganhei muito. Conheci pessoas maravilhosas, mas esse ciclo estava chegando ao fim. Era hora do Andy raiz se encontrar novamente e decidir o meu futuro. Era aquilo mesmo que eu queria?

Tantas pessoas que conheço, elas só tentam te tocar, ver você de novo. Ter a certeza que Nicolas estava vivo de novo. Eu vendi a minha alma a ele, e não estava arrependido. Mas a minha missão estava chegando ao fim, essa história está chegando ao fim, então, qual seria o próximo passo?

Nosso amor era mais forte do que seu orgulho, do meu orgulho, do nosso orgulho.

Eu estava no loft de Nicolas, as faxineiras tinham feito um trabalho incrível, tudo estava limpo de novo, os lenções brancos que cobriam os moveis tinham desaparecidos. Pois logo o dono voltaria.

Por muito tempo eu me perguntei o por que não conseguia me desfazer de tudo que era dele, afinal agora era meu. Mas algo, bem lá no fundo me dizia para não fazer isso. Segui a minha intuição e deu certo. Eu tinha encontrado Nicolas.

O barulho da porta aberta tinha denunciado que ele finalmente tinha chegado. Eu queria que Nícolas se conectasse com ele mesmo, na casa dele para escrever a sua história. O grande impacto da última edição da QGA sobre o meu controle iria trazer a volta de Nícolas, contanto sua trajetória em seu ano desaparecido.

Esperei um pouco, mas ele não apareceu no escritório, então resolvi ir até a sala. E lá estava ele, parando, olhando para o espaço que antes ficava o meu quadro, com a minha foto.

— Eu quebrei a primeira vez que vim aqui, depois da sua morte — expliquei.

— Você não se desfez do loft, porque? — perguntou Nícolas.

— Também não sei, acho que no fundo eu tinha esperanças que você estivesse vivo — respondi, mas a verdade era que eu não conseguia. Uma vez eu tinha colocado à venda, mas na hora de fechar o negócio eu desistir. Eu ainda não estava pronto para abrir mão dele.

— Obrigado por não ter desistido de mim — agradeceu ele. Nícolas ou Heitor, duas pessoas tão diferentes que se mesclavam. Nícolas era um homem todo poderoso, inescrupuloso e talentoso, porem durão e fechado. Já Heitor era um homem simples, de bom coração e humilde. Como se a personalidade dele tivesse se dividido em duas.

— Passamos por muita coisa juntos nesses anos para eu desistir, fora que ver você passando por tudo que eu sofri nessas duas semanas, valeu a pena ter trazido você de volta — disse a ele rindo — você trouxe o exemplar?

— Sim, está aqui — disse Nícolas me entregando a bolsa lacrada da Prada. Nesse momento a minha mão ficou por cima da dele, quando ele me passava a alça da bolsa masculina. Era tão nítido que queríamos um ao outro, o que estava faltando? — O que estamos esperando?

O Diabo de Gravata (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora