ODDG - Capítulo 35 - Ex.

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Revisado 24.12.2018

Paparazzi, fotografem meu estilo, e minha arrogância...

Era assim que eu me comportava no Men of the Year 2016, premiação que reconhecia os homens mais fascinante do ano em várias categorias. O evento aconteceria em Lisboa naquele ano. Eu estava no nó Mercedes que me levaria para o evento.

Durante o caminho eu pensava no que tinha descoberto mais cedo. Eu me sentia usado, me sentia enganado. Por um segundo, desejei que Nícolas jamais tivesse voltado, minha raiva era tanta que se eu tivesse descoberto isso no dia que eu soube que ele estava vivo, eu tinha deixado ele esquecido na África, sem dó, sem pena e nem piedade.

― Você realmente virou O Diabo de Gravata, Andy ― pensei alto.

― O senhor falou comigo? ― perguntou o motorista.

― Não, estava apenas pensando com meus botões ― esclareci ―falta muito para chegarmos?

― Não, estamos a uma quadra do teatro ― disse.

O carro seguiu mais alguns metros e o imponente Teatro Municipal de Lisboa mostrou sua majestade. Todo decorado para essa ocasião. A porta foi aberta para mim e eu respirei fundo, fiz a minha prece e saí do carro, logo os flashes dos fotógrafos foram disparados e eu subi as escadas, outras celebridades também estavam presentes. Cheguei ao topo da escadaria e logo fui recebido pela equipe do evento, depois de todas as formalidades, apertos de mão e sorriso afetuoso, fui encaminhado ao tapete vermelho, lá, outra leva de fotógrafos imploravam pela minha atenção. Bem diferente do meu primeiro evento pela GQ, onde eu passei despercebido. Caminhava três passos e parava para fotos, concedia uma ou outra entrevista e caminhava mais um pouco, fazia selfies com os populares presentes e caminhava, mas três passos, assim fiz durante todo o tapete vermelho, quase no final eu senti um braço forte, que me agarrou pela cintura, se posicionando ao meu lado, novamente os fotógrafos ficaram enlouquecidos. Não pude disfarçar a minha cara de descontentamento.

― Não faça essa cara, não ficará boa nas fotos ― disse ele sorrindo para a imprensa ― E se me lembro bem, e eu me lembro, da última vez que nos encontramos você estava revirando os olhos, meu caro.

Eu quase não conseguia ver adiante, de tantas fotos que eram feitas, afinal todas as revistas queriam uma foto nossa, depois do boato que estávamos juntos circulava na cidade.

― Espero que você tenha guardado bem a minha imagem na sua memória. Pois não terá uma nova oportunidade ― disse me soltando dele e saindo do tapete vermelho.
Naquele momento eu estava completamente arrependido de um dia ter tido um caso com Christian Thompson, mas também não pode ser injusto e não reconhecer o quão bom amigo ele foi e o quanto me ajudou com a revista, lógico que ele tinha outro interesse em me ajudar, um não, dois.

Cristian sabia que eu tinha apenas um ano como editor-chefe, Pois foi assim que Nícolas determinou em seu testamento, contudo depois que esse ano acabasse, o conselho do grupo Freedom decidiria se eu continuaria ou não no cargo pois era de conhecimento de todos que Cristian desejava o meu lugar, com tudo ele precisava que a empresa continuasse no auge enquanto eu estava em exercício no cargo, por isso ele me ajudou, para não ter que pegar uma empresa falida caso eu fracassasse. Eu exercia uma boa relação com ele, já que realmente eu pretendia deixar o emprego no final do ano determinado por Nícolas, então não vi a mal no interesse de Christian, afinal era meu interesse também, contudo as coisas tinham mudado.
Seguimos pelas entranhas do evento, cumprimentando pessoas, abraçando e parabenizando algumas. Depois disso fui levado ao meu lugar e informado que o evento aconteceria logo.

O Diabo de Gravata (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora