ODDG - Capítulo 31 - Formação.

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Revisado 23.12.2018

Eu estava entrando na garagem dele, alguns dos seus carros tinham sidos entregues para alguns amigos depois do testamento. Mas os seus favoritos ainda estavam aqui. Eu cuidei para que eles sempre estivessem em pleno funcionamento, talvez porque, bem no fundo eu ainda tinha esperanças que ele voltasse, como voltou.

Passei pelas fileiras de carros esportivos, SUV e caminhonetes. até encontrar o Aston Martin de 750 cavalos de potência. A máquina reluziu o vermelho vivo. Lembrei do meu primeiro dia, da minha primeira missão, quando joguei o cigarro pela janela quase acertando um entregador, tudo parecia tão distante, mas tinha se passado apenas dois anos dês que a minha história com Nicolas tinha começado. Eu era seu empregado bobinho, mas o próprio Nícolas me fez forte. Assumi a sucessão do seu trono de ferro. Me tornei um rei, me tornei tudo aquilo que eu nunca quis, mas assumir de livre e espontânea vontade. Não posso ser hipócrita e dizer que estou arrependido. Mas eu sentia que toda essa situação era obrigação minha, mas agora eu tinha uma saída.

Os papeis estavam invertidos. Antes ele era o todo poderoso, o grande editor chefe, o inovador, o pioneiro. Eu era apenas um garotinho inocente. Mais hoje o garotinho inocente tinha virado o todo poderoso e o grande editor tinha virado o menino bobinho.

Abrir o carro e entrei nele. A primeira vez que eu estive aqui eu não sabia como fazer o carro sair do lugar, dessa vez eu conduzir o veículo graciosamente pela noite tenebrosa de Nova Iorque.

Estacionei a poderosa máquina na frente daquela conhecida livraria, coloquei meu sobretudo e entrei. A pesar da correria ter passado, eu ainda gostava de vir aqui comprar café. Fui caminhando, já estava tarde e eles estavam quase fechando.

― Olá Bernadette ― disse abrindo um sorriso amigável.

― Olha só quem resolveu aparecer ― disse ela sorrindo também ― quem é vivo sempre aparece.

― Você pode ter certeza disso ― disse piscando para ela.

― O que você quis dizer com isso? ― perguntou ela desconfiada.

― Nada ― respondi ― quero o café do Themonium.

― O mesmo pedido de Nícolas? ― ela parecia surpresa ― faz tanto tempo que você ou alguém da GQ pede isso.

― Hoje é uma data especial ― disse feliz. Conversamos um pouco enquanto ela preparava o pedido para depois eu voltar para o carro, desci a rua e deixei o veículo na frente da imponente torre de vidro azul, um dos maiores arranha céus da cidade de Nova Iorque. Entrei no saguão nada tradicional da Freedom Tower Publicações. Lembrei de todas as vezes que tive que pagar um mico para passar pelas catracas e hoje eu tenho passe livre.

Peguei os elevadores e sair no andar da GQ. Andei por aqueles corredores fantasmagóricos até chegar na minha sala, que já estava aberta. Nela encontrei um grupo seleto. Ive Ritz, o presidente do grupo Freedom. Enzo Montenegro, um advogado que eu recém tinha descoberto. Jocelyn Cannon, a medica especialista em memória. Rodolfo Seet, o ex-namorado junto com Nigel, Rachel e Aurora.

A Santa Formação.

― Fico feliz que todos puderam vir a nossa reuniãozinha ― disse tirando o casaco e deixado no sofá junto com meu café.

― Eu espero que seja algo importante, eu vi de Toronto para estar aqui essa noite Andrew ― disse o senhor Ive Ritz.

― Eu tenho a certeza que vai ― disse indo me posicionar na frente deles.

― Todos os presentes trabalham aqui, mas eu ainda não entendi o porquê você precisar da minha ajuda ― interveio Rodolfo.

― Eu agradeço a sua presença, o que eu vim dizer, apesar de Aurora, Jocelyn, Rachel e Nigel já saberem, é muito importante ― comecei ― não apenas no fato pessoal, mais como empresarial.

O Diabo de Gravata (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora