ODDG - Capítulo 11- Nícolas Me Fez Modelo

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Revisado 13.12.2018

Eu não preciso dizer como Nícolas abalou o meu relacionamento, não é? Alex voltou para casa furioso, para ele. Nícolas não era tão terrível como eu descrevia, que para mim, isso foi particularmente insultante, depois disso ficou questionando se eu realmente queria casar com ele, o que eu todo instante insistia que sim.

― Quando que eu te pedi em casamento? ― perguntou Alex no meio do corredor que levava para o nosso quarto.

― O que isso tem a ver com a minha vontade de casar? ― rebati.

― Me responda Andy, quando foi? ― perguntou ele mais uma vez. Um branco, um branco total e absoluto. Meu Deus, como eu fui esquecer algo tão importante? Como fui esquecer isso. Alex balançou a cabeça negativamente e entrou no quarto. Eu me encostei na parede me sentindo culpado, mas em instantes ele voltou com um travesseiro e um edredom ― Foi no natal ― disse ele jogando as coisas aos meus pês ― Eu pedi você em casamento no natal, é dês de lá você não tocou mais no assunto.

― Alex, me desculpa ― disse realmente triste ― por favor.

― Por enquanto eu não posso fazer isso ― disse ele ― é você vai dormir no sofá até decidir se realmente quer casar comigo ― e foi embora por quarto.

―Amor, não faz assim ― disse batendo em sua porta ― Eu preciso de um cigarro ― disse indo para o sofá.

***

Eu estava no escritório uma manhã, já fazia exatamente uma semana que eu estava dormindo no sofá. Eu pesquisava sofá-cama na internet quando o santo Uri ligou.

― Andrew? Alô, alô. É Uri. Pode descer, por favor? Estou na rua 58, perto da Park Avenue. Tenho umas coisas para você ― disse ele.

― Certo, estou descendo agora mesmo ― disse desligando, eu já tinha pegado a mania de não me despedir das pessoas.

Essa ligação era uma boa maneira, mas imperfeita, de me avisar que Nícolas chegaria, de certa forma, cedo. Pois o mesmo tinha adotado medidas completamente estranhas depois do nosso encontro no seu prédio. Ele passou a vim no seu próprio carro todos os dias. Mas Uri era bicho vivo, então adotou essa tática. Uri vinha na frente com as coisas de Nícolas, um sortimento de roupas sujas que precisavam ser lavadas, algum exemplar que ela tinha levado para ler em casa, revistas, sapatos ou bolsas de costas para serem consertadas, e o Livro. Eu, então, iria até o carro, traria todas essas coisas tão comuns antes do horário, e cuidaria delas antes que ele entrasse no escritório. Nícolas apareceria mais ou menos meia hora depois de suas coisas. Pois tinha que esperar Uri voltar para tirar o seu carro da garagem, pois Nícolas se recusava a fazer isso. E todos os dias eu comprava ótimos almoços para ele, almoços de restaurantes finos, pois ele merecia. Pois Nícolas chegar ao escritório sem estamos preparados estava fora de cogitação. Fui em direção ao corredor que levava a recepção, peguei meu Galaxy Note 5 e abrir um mensageiro instantâneo, e rolei a tela procurando O Grupo. Todo assistente que passou pela vida de Nícolas tinha deixado uma mutreta, ou seja, um jeito de facilitar a vida das pessoas. Um tinha feito o acordo do café, outra tinha feito o contrato com John e os jornais, alguém tinha criado a busca ajuda. Aurora tinha criado o sistema de entrega e recebimentos dos presentes de natal, e eu criei o grupo "O Chamado" Em referência ao filme de terror. Deixe-me explicar a minha obra prima. No sistema tradicional, ligávamos para as meninas de moda para avisar que Nícolas estava chegando, mas nem todos recebiam a notícia em tempo hábil para estar pronto, isso criava um efeito onda. Então eu criei esse grupo, fui atrás de todas as pessoas que trabalhavam no escritório da GQ e coloquei as pessoas nele, a principal regra era que ninguém podia falar nada no grupo a não ser presente ou ausente, e apenas eu mandava os avisos. Então toda manhã eu enviava a mensagem "Themonium chegando ao inferno", logo todos iam mandando presente, para sinalizar que já estavam dentro do escritório, arrumados e preparados, quem ainda não tinha chegado mandava ausente. Assim, a pessoa mais próxima aquele departamento tinha que ir até lá e ajudar a deixar tudo pronto. Com isso, todos nós saímos ganhando. Assim que enviei a mensagem os gritos assustadores de todas as manhãs começaram. E junto com ele, começava a minha contagem regressiva para chegar em casa.

O Diabo de Gravata (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora