Nova Iorque,
Eu estava em minha cabine de primeira classe cansado e ansioso, mas estava feliz pois estava indo para casa. Até que a voz do piloto soou na cabine.
"Senhores passageiros devido ao congestionamentos, pousaremos no aeroporto de Newark"
Eu já estava atrasado uma semana, era madrugada de véspera de natal, agora eu tinha que providenciar um transporte para chegar até o nosso apartamento da Quinta Avenida. Eu poderia ligar para uma das minhas assistentes na França para pedir um carro, mas eu já tinha passado por algo parecido, e não faria alguém sofrer aquilo, então quando o avião pousou e finalmente as minhas malas me foram entregues, eu chamei um Uber para me levar até Manhattan.
Eu estou muito atrasado.
O motorista foi até simpático, conversamos um pouco, já que a corrida não era tão próxima, eu estava extremamente cansado, esgotado. Colocar a GQ Francesa nos eixos foi um verdadeiro desafio. Não só porque a revista estava ultrapassada, como também tinha uma nova revista concorrente muito forte, mas eu estava me saindo muito bem. Contudo a famosa frase de Nigel continuava sendo verdadeira, quando o seu trabalho vai bem, seu relacionamento nem tanto. No começo eu conseguia voltar a Nova Iorque para ver os meus amores, contudo essas viagem foram ficando cada vez mais difícil, ao ponto de passar intervalos de um mês e eu não dar as caras.
Assim que o carro me deixou no nosso Loft na Quinta Avenida, eu passei direto para o elevador, porem o porteiro me parou.
— Senhor Sachs? — me chamou.
— Sim? — parei.
— O senhor Apolline e a pequena Lilibeth já foram para os Hamptons, senhor — me explicou ele.
Merda.
Olhei para o elevador e depois para porta que dava para a garagem, a minha cama estava tão perto de mim, será que algumas horas fariam mal?
Claro que fara, estamos falando de Nicolas Apolline.
Respirei fundo e me virei para o senhor que estava esperando a minha resposta.
— O senhor sabe se Nícolas deixou...— mas antes que eu pudesse terminar, o porteiro sacou a chave do meu E-pace.
— Ele não só deixou a chave, como o tanque cheio e o GPS programado — disse ele sorrindo, fui até ele e peguei a chave.
Aquele puto controlador.
Não demorou pra mim estar na NY-27 E. Depois de uma viagem cansativa de quase duas horas, eu finalmente tinha chegado ao paraíso dos Ricos e poderoso de Nova Iorque. Esse ano comemoraríamos o natal na casa reformada. Nícolas era um dos maiores fãs da série Revenge, ao ponto de mandar construir uma réplica exata da casa de Emily Thorne, mas como a nossa família tinha ficado maior, a casa acabou sendo ampliada. Quando eu finalmente cheguei, já era de dia. Nícolas estava na varanda assistindo o sol nascer, ele sempre fazia isso, tanto no verão quanto no Inverno. Assim que entrei no seu campo de visão. Ele abriu um sorriso.
— Eu achei que você não vinha Andrew — disse Nícolas assim que eu cheguei em nossa casa, Nova Iorque estava congelando.
— Os aeroportos estão congestionados — respondi, fui até o meu namorado e beijei o meu Themonium favorito.
— Eu estava com saudades — disse ele alegre.
— Eu também — disse feliz — onde está a nossa flor de lótus?
— Está no quarto — respondeu Nícolas colocando suas mãos em minha cintura — brincando.
— Desculpa não ter vindo no dia de ações de graça — disse arrependido, mas com a loucura da QG Francesa, eu não estava mais conseguindo atravessar o Atlântico.
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O Diabo de Gravata (Romance Gay)
RomansaO mundo da moda não é para iniciantes. Especialmente em uma revista para homens. Mas o jovem Andréw Sachs, recém-saído da faculdade, consegue ser contratado como assistente do todo poderoso Nicolas Apolline, lendário e temido editor chefe da Gentlem...