Décimo - Cruzeiro, Estácio, Fórum

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            Eu estava de joelhos na cama, beijando-a inteiramente, pedindo desculpas e apenas querendo que tudo passasse para que eu pudesse entrar novamente, mas ela não permitia, deixava que eu fizesse carinho, mordiscar, mas da cintura para cima.

– Vamos nos levantar e sair um pouco... – ela pediu, tentando levantar meu rosto.

– Não. – voltei a me deitar sobre ela, pressionando-a na cama. – Quero ter você por mais algumas horas.

– Eu não vou a lugar algum, Yan. – garantiu rindo quando fiz cócegas em seu pescoço. – Mas estou com medo do meu pai chegar e nos ver... Assim.

– Ele não vai entrar aqui... Quase nunca entra...

– E se entrar? Vai ver sua bunda. – ela gargalhou.

Parei, me erguendo nos joelhos novamente. Ela se apoiou nos cotovelos e continuou a sorrir. Apenas naquele instante percebi o que estava acontecendo realmente entre nós.

– Tenho que pedir para namorar você. – falei ficando preocupado. – Ai, meu Deus. Seu pai vai me matar se me ver assim com você.

Como quem queria me ver em desespero, ela concordou e riu. Pulei no chão e me vesti, tentado em ir embora, mas ela estava nua e feliz... Tivemos uma das melhores noites e concordamos que estávamos juntos, mais que amigos, tipo namorados. Mas porque eu estava nervoso? Era apenas o pai dela, o cara que me levava para escola quando eu era menor. O homem que eu considerava como meu outro pai.

– Giovana! – a voz cansada chamou da porta da frente. – Já cheguei...

– Pelo amor de Deus, se vista. – implorei tentando cobri-la. – Vou lá falar com ele, mas não quero que ele saiba que tirei sua... Pureza.

–Pureza? – ela gargalhou, estava bem risonha para alguém que também estava correndo riscos.

Dei as costas para ela, indo de encontro com o meu novo sogro enquanto terminava de vestir a camisa. Ele estava bebendo água na cozinha quando me viu sair do quarto, um sorriso automaticamente apareceu nos lábios dele.

– Você por aqui... – ele tentou olhar além de mim, mas eu já estava fechando a porta. – Uma hora dessas... A Giovana está bem?

– Sim. Está. – engoli a saliva, percebendo que minhas pernas estavam trêmulas. Eu estava realmente nervoso? – Tenho que te... Pedir uma coisa... Ou avisar. Não sei bem... É que Sua filha e eu... Bem... Eu nunca fiz isso antes, sabe? Gosto mesmo dela, o senhor sabe...

Ele encheu o copo novamente de água e o empurrou até mim, consentindo em silêncio. Agradeci e comecei a beber, focando ao máximo para não me engasgar.

– Vocês finalmente estão juntos? Que bom. – ele deu de ombros. – Já era hora, mesmo. Mais um pouco e eu bateria em vocês dois. – ele riu e abriu a geladeira. – Fico tranquilo em saber que é você que saiu do quarto da minha filha às oito horas da manhã. Sei que você se importa com ela, que gosta dela e nunca a machucaria.

Balancei a cabeça.

– Sim, senhor.

– E se você não se importa, eu até posso dizer que foi você que a manteve aqui todos esses anos. – ele pegou uma das bananas na fruteira, apertou meu ombro e se foi para a sala.

Então era isso. Simples. Nenhum bicho de sete cabeças, nenhuma ameaça de castração. Voltei para o quarto, Giovana tinha voltado a dormir, enrolada com o cobertor.

Liberdade E Rendição - Crônicas Melhores Amigos.Onde histórias criam vida. Descubra agora