13 - Ciúmes.

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13 - Ciúmes.

Minha cabeça latejava muito quando eu acordei, várias pontadas contínuas que me faziam ranger os dentes.

Essa dor eu conhecia, a da ressaca. Eu já tive algumas vezes ao longo de três anos em que eu frequentava algumas das festas com meu irmão na qual ele era convidado e tudo o mais, agora, essa dor no meu ânus era nova.

Sabe quando você sente que cortou o dedo? Mais ou menos isso só que lá no belo do seu orifício e bem mais dolorido.

Me sentei na cama que...

Esse quarto não é meu. Onde eu estou?

O quarto de paredes branca era pequeno, uma janelinha bem no topo da mesma dava oxigênio e ar freco para o cômodo, a cama de solteiro de ferro tinha um colchão macio, o travesseiro era branco e laranja. Não, tenho quase certeza que ele não tem essa parte alaranjada...

Uma TV pequena ficava em cima de um criado mudo mau posicionado ao lado do guarda-roupas velho e cheirava muito mau, olhei para baixo e vi um balde com o líquido da mesma cor do travesseiro e aí eu me lembrei de quem era o balde.

Renan, eu parei no quarto dele depois que... Perdi a virgindade com o Pedro?!?

Não era um sonho, era tudo real! Céus, eu tenho que falar com o Pedro mais tarde, aliás que horas são? Peguei meu relógio e marcava três da tarde, a bateria estava quase zerada.

Me levantei e tirei o tecido sujo de vômito e peguei o balde e o agarrei tampando o nariz. Com muito nojo eu andei até a porta branca e girei a massaneta e abri a porta, dali caiu dois corpos no meu pé me fazendo berrar deixando o balde cair.

Era Natan e Renan, na hora eles acordaram assustados com a queda/grito/baldada de vômito e se levantaram.

- A manoo! - meu irmão falou vomitando de nojo.

- Porra! - Renan olhando para eu e meu irmão.

Devo deixar registrado aqui que eu só não vomitei porquê não tinha mais nada para poder jogar fora. Era um saco vazio na frente de dois colossus do MMA.

- Eu... Desculpa!!! - disse abaixando para tentar ajudar o meu irmão mas ele estendeu a mão pedindo para não falar com ele.

Olhei para Renan sem camisa que me encarava sem reção e tentei me lembrar de mais alguma coisa. Lembrava dele me dando o balde mas não lembrava o que aconteceu depois, ele parecia constrangido e ficou vermelho no pescoço e disse:

- Eu vou pegar uma toalha para vocês e um pano para isso... - e saiu.

- Natan? - eu o chamei de novo, ele estava de pé já e tirou a camisa dele para limpar o rosto e tirar... Enfim, aquilo do cabelo e o resto do corpo.

- A gente conversa depois, vai tomar um banho que eu já to indo lá também.

- Banho? Aqui na academia?

- É, hoje ela está trancada e só estamos eu, você, Renan e mais dois caras que moram com ele aqui.

- Onde eles estão? - perguntei.

- Treinando. Fica tranquilo que eu não vou deixar eles entrarem lá.

- Mas e a roupa que eu vou vestir? Essa aqui tá... Nojenta.

- Eu trouxe roupa para você. - ele falou grosso.

- Tá. Tô indo então, ai... - coloquei a mão na cabeça, ele falando auto piorava a dor.

Passei pela poça e caminhei mole para o vestiário, ascendi a luz e fiz aquele caminho em L até chegar nos chuveiros. Sentei no banco e tirei a meia, a camisa de manga longa, calça e cueca. Deixei a roupa no chão e me virei e tive a surpresa de ver um Renan espantado, congelado segurando numa mão um sabonete e um shampoo e três toalhas brancas pressas de baixo do braço.

Lutador bom de cama (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora