22 - Proposta

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22 - Proposta.




A entrada da faculdade estava um inferno, literalmente. O dia em São Paulo começara quente e sem vento algum, as pessoas se aglomeravam pela entrada principal para converçarem ao invés de liberarem a passagem, aí se dava o efeito sarra novinha no grau onde um se esbarrava bem perto um do outro.

Se é ótimo? Eu concordo. Com calor? Aí eu discordo.

NÃO SOU OBRIGADO A ENCOSTAR EM PESSOAS COM SUÓR E CHEIRO DE QUEIJO PARMESÃO LOGO DE MANHÃ.

- Gay passando... Dá lisença, obrigado. - disse abrindo caminho com as mãos, os héteros quase corriam o que facilitava e muito minha parte.

De longe eu observava minhas amigas colando cartases da nova festa que ocorreria no final do mês, o cartaz era rosa forte e azul marinho com vários pontos brancos como as luzes de uma casa noturna, na parte rosa pessoas dançavam apontando para cima onde estava escrito "Vira Vira Balalaica".

Ao cumprimentar as meninas eu perguntei:

- Vai ter uma festa e eu não estava sabendo?

- Essa festa vai ser bem mais complicada de administrar, estamos passo-a-passo com você. Primeiro uma festa tranquila, a próxima média e depois uma dessa desse porte. A gente não te falou isso? - disse Tauana.

- Não... não tô lembrado de nada agora.

- Gay, presta atenção em mim more. - disse Pri balançando a cabeça - Estamos indo de vagar para a senhora não se complicar e me obrigar a achar o meu pau no lixão só pra enfiar à seco no seu rabo por ter feito merda.

Gisele engasgou e segurou a risada pois bem na hora passara dois meninos que já tiveram um caso com Priscila e não sabiam do passado dela. A mardita da Pri deu uma bolsada no peito da amiga que se ocupou a massagear os seios a chingando:

- Ai vaca do caralho, isso dói!

Priscila fingiu segurar a risada como Gisele fez e em seguida fez cara de Dangerous Woman -  perigosa mesmo. - e estralou a língua para retrucar:

- Caguei. Terminem vocês, estou irritada hoje. - e saiu com seu salto agulha vermelho sangue abrindo caminho com seu cabelo esvoaçante.

- Melhor terminarmos isso logo, seis minutos para entrar na sala de aula.

- Vamos.

Colamos os cartases e cada um foi para o seu lado, eu fiquei tranquilérrima na aula de logística pensando na luta do meu irmão e na luta do Renan. Fiquei nessa até chegar o assunto mais importante do dia, estágio.

Entrou no final da aula uma mulher gorda e alta com a feição tranquila, seu cabelo amarrado num coque, óculos de grau bem forte, terno azul marinho, sapatilha e uma prancheta entre o braço esquerdo.

- Lisença professor, bom dia sala. - disse a mulher.

Respondemos:

- Bom dia.

- Dia.

- Boa.

- Alguns aqui já me conhecem. Meu nome é Mariana e sou do setor administrativo daqui da faculdade e dou apoio ao serviço social as vezes quando precisam, enfim, vim falar sobre um assunto importante para vocês. - Mariana deixou a pasta sobre a mesa e começou a andar sobre as fileiras. - Estágio, este ano não é obrigatório para os novatos mas vim alertar da importância dele para quando vocês forem entregar o currículum numa empresa ao concluírem o curso. Lá deveria constar o estágio que fizeram o que quer dizer que passaram pela experiência e está apto a atuar na área. Se não tiver um estágio, se não constar que passou por uma experiência, se isso não acontecer... - ela fez biquinho. - Provavelmente perderam a vaga e assim vai ser até achar um entrevistador com coração bom e ignore a ordem do superior de contratar apenas o pessoal com experiência, o que não está errado não é mesmo? Vocês tem tempo de sobra para poder fazer um estágio... - e falou por mais vinte minutos sobre o assunto.

Lutador bom de cama (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora