Chegamos em casa e tinha um menino sentado no sofá, ele parecia ser mais velho que eu e, com certeza, era mais alto que eu. Ele era moreno, forte, o tipo de menino que faria qualquer uma se derreter por ele.
-Quem é ele? - perguntei.
-Esse é o Pedro - falou minha mãe - Seu pai o contratou pra te ajudar, tanto na fisioterapia quanto aqui em casa.
-Que ótimo agora eu tenho uma babá - falei.
-Ju você já chegou - falou a Amélia entrando na sala - O almoço está pronto.
-Vai me dar comida na boca também? - perguntei olhando pra ele.
-Júlia menos - falou minha mãe e eu virei pra ir pra cozinha comer, mas bati no sofá e não consegui sair dali.
-Droga! - falei tentando passar, sem sucesso.
-Me desculpa pela minha filha, ela ainda está se acostumando - falou minha mãe.
-Tudo bem - falou ele e senti alguém começar a empurrar a cadeira - Aonde você geralmente senta?
-Com certeza não é aqui - falei - Até porque eu me mudei pra cá sexta e não sai do quarto até hoje - acrescentei irônica.
-Júlia Clark se você continuar desse jeito eu vou te colocar num asilo - falou a Amélia me olhando séria.
-Tá bom, parei - falei levantando as mãos em sinal de rendição.
-Você tem sempre esse humor? - perguntou ele me olhando.
-Alguns dias são melhores que outros - falei dando de ombros - E você têm quantos anos?
-20 - falou ele.
-E por que um menino de 20 anos iria querer cuidar de uma menina de 16 que acabou de ficar paraplégica? - perguntei.
-Porque eu preciso do dinheiro - falou ele.
-Precisa do dinheiro pra que? Quer comprar algo pra sua namorada? - perguntei.
-Termina de comer - falou ele - Daqui a pouco você tem fisioterapia - acrescentou se levantando da mesa e saindo da cozinha.
-Pega leve com ele - falou a Amélia - Ele até que é bem gato, quando seu pai falou que ele ia contratar um homem pra cuidar de você, eu imaginei que o homem ia ter uns trinta e poucos anos - acrescentou e eu ri.
-É eu tenho uma babá muito legal - falei revirando os olhos.
-Se eu fosse ele, com certeza eu já teria te batido - falou a Amélia pensativa.
-Até parece - falei - Você me ama que eu sei.
-Tadinha - falou ela me olhando - Tá tão iludida - acrescentou rindo e eu revirei os olhos.
-Pedro - chamei e ele veio - Você sabe que horas é minha fisioterapia? - perguntei.
-Das 14:30 às 16:30 - falou ele. Olhei no relógio eram 13:55.
-Já podemos ir? - perguntei e ele assentiu. Ele pegou as chaves de um carro e me levou até ele, me colocando dentro e colocando a cadeira no porta-malas - Esse carro é seu?
-Não - falou - Seus pais compraram pra mim usar ele pra te levar pra fisioterapia e pra qualquer lugar que você quisesse.
-Como se eu quisesse muito sair - falei revirando os olhos.
-Eu não entendo por que você age como se sua vida tivesse acabado - falou me olhando - Você ainda tem muito pela frente.
-Porque minha vida acabou - falei - Eu não posso mais fazer nada do que eu sempre gostei, todo mundo me olha com pena ou como se eu não fosse uma pessoa, como se elas fossem melhor do que eu e na escola é tudo dez vezes pior - acrescentei.
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Um amor pode mudar tudo
Teen FictionJúlia Clark vê sua vida mudar tragicamente ao ficar paraplégica, porém, como dizem, há males que vem para o bem e graças a esse acontecimento ela pode conhecer um amor que vai mudar sua vida.