2 semanas depois
Já se passaram duas semana e até agora eu não tive nenhum estimulo ou nenhum sinal de que a fisioterapia vai me ajudar a voltar a andar. Não sei se estou me precipitando quanto a isso, já que a Patrícia falou que cada um tem seu tempo e que pode levar até meses pra mim conseguir fazer algumas coisas básicas e isso está me desanimando. Não quis ir pra escola hoje, porque não estava "me sentindo muito bem" ou melhor não queria ir pra escola mesmo, mas mesmo assim passei a manhã inteira deitada na cama. Ouvi batidas na porta e logo o Pedro entrou no quarto.
-Não espera mais falar que pode entrar não? – perguntei rindo e ele fez uma careta.
-Não estava a fim de esperar sua boa vontade pra fazer isso – falou – A Amélia me falou que você não quis ir pra escola, posso saber por quê?
-Porque eu não estava a fim de olhar na cara de algumas pessoas – falei – Por mais que eu tente não me importar todos ainda me olham como se eu fosse um nada – acrescentei soltando um suspiro.
-Já sei do que você precisa – falou sorrindo.
-Ficar na cama pra sempre? – falei e ele negou.
-Não, você precisa de um banho de piscina – falou me olhando – Tá um dia lindo lá fora e o sol tá bem quente.
-Não quero ir na piscina – falei – E eu não posso entrar sozinha esqueceu?
-Já sei como dar um jeito nisso – falou – Já volto – acrescentou e saiu o quarto e logo a Amélia entrou sorrindo.
-Vim colocar o biquíni em você – falou.
-Eu não quero ir na piscina – falei revirando os olhos.
-Para de frescura e aproveita que o Pedro tá tentando te animar, porque isso não é função dele – falou pegando um biquíni – Que tal esse?
-Pode ser – falei e ela colocou-o em mim – O que eu faço agora? – perguntei.
-Agora é comigo – falou o Pedro entrando no quarto só de bermuda.
-Como você sabia que eu estava vestida? – perguntei.
-Eu não sabia – falou ele me colocando na cadeira e me levando até a área da piscina.
-E agora gênio? – perguntei e ele sorriu.
-Agora você entra comigo – falou tirando a bermuda e vindo até mim.
-Essa era sua ideia? – falei tentando não olhar pro corpo dele, sem sucesso, o que fez ele sorrir de lado e eu revirar os olhos.
-Sim – falou dando de ombros – Vamos?
-Tenho outra escolha? – perguntei.
-Não – falou me pegando no colo e entrando na piscina – Tá tão ruim assim? – perguntou me olhando.
-Tá sendo pior – falei.
-Ah é – falou e mergulhou comigo.
-Pedro eu vou te matar – falei quando subimos.
-Para de reclamar e aproveita – falou ele me olhando.
-Tá bom – falei sorrindo e ele sorriu. Ficamos boa parte da tarde na piscina.
-Trouxe um lanche pra vocês – falou a Amélia colocando a bandeja com dois pratos e dois copos com suco em cima de uma das mesas.
-Obrigada – falei – Amélia você sabe se meus pais já chegaram?
-Ainda não – falou – Seu pai não chega antes das 17:00 e sua mãe ia no mercado e depois ia passar no hospital, e você sabe como ela é, vai pra visitar e falar um oi e fica pra atender alguns pacientes – acrescentou sorrindo.
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Um amor pode mudar tudo
Ficção AdolescenteJúlia Clark vê sua vida mudar tragicamente ao ficar paraplégica, porém, como dizem, há males que vem para o bem e graças a esse acontecimento ela pode conhecer um amor que vai mudar sua vida.