Capítulo 16

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Hoje é sábado e segunda já volta minhas aulas, infelizmente, mas hoje eu e as meninas vamos ir fazer a última prova do vestido e o casamento da Mari é daqui a duas semanas, tempo suficiente pra mim voltar a andar, porque eu preciso entrar naquela igreja andando e, de preferência, com um salto. Os meninos também vão se encontrar, provavelmente pra fazer a última prova do terno antes do casamento também. Me arrumei e fui com o Pedro para o local marcado e de lá cada um foi pra um lado. Apesar de ser muito ruim andar com a cadeira na rua, não era impossível e a Mari, na maioria das vezes, me ajudava, quando ela não podia a Lari ou a Laís ajudava.

-Gente, depois vamos comprar as sandálias que vamos usar? – perguntou a Lari.

-Eu topo – falei junto com a Laís.

-Óbvio que eu topo, ainda não tive tempo de fazer isso – falou a Mari.

-E você Mila? – perguntei sorrindo. Se eu decidi ser uma boa pessoa ou dar uma trégua com ela até o casamento? Óbvio que não, é porque ela odeia que a chamem de Mila. E missão cumprida, já que a cara que ela me olhou já mostrou tudo.

-Mila parece nome de puta – falou a Laís pensativa e a Lari deu um empurrão bem disfarçadamente nela – Não que você seja puta, foi só um pensamento inútil – acrescentou assim que viu a cara da Camila. A Lari e a Laís não estavam morrendo de amores pela Camila, mas como não são exatamente da família, elas não comentam nada e até tentam se dar bem com ela.

-Na verdade ela é, mas só assume a noite né Camila – falei sorrindo.

-Júlia você não consegue me deixar em paz né? Isso tudo é amor? Porque não é possível alguém não gostar de outra pessoa e pensar tanto assim nela – falou.

-Como não é possível se você vive pensando em mim? – falei. Com os anos eu aprendi a como pirraçar ela sem a minha família ficar enchendo o saco, afinal ela é a queridinha da família, não sei por que, se eles soubessem metade das coisas que ela já fez... mas o fato é que ela sempre me enche o saco quando nos encontramos, sempre pirraça porque sabe que eu não vou poder fazer nada, mas minha família não tá aqui, o que é ruim pra ela – Engraçado eu aguentei muitas coisas quietas, mas você não consegue né? É tanto amor que você não consegue deixar de me responder, mas fica tranquila que seu segredinho tá guardado comigo – acrescentei piscando pra ela e fomos provar os vestidos. Eu fui uma das primeiras a sair do provador e adivinha quem veio atrás? Isso mesmo, a insuportável da Camila.

-Parece que ficar paraplégica te deixou mais nervosinha né priminha – falou só pra mim ouvir – Mas aproveita, aproveita enquanto pode pra me falar o que quiser, porque você sabe que pra mim virar a família inteira contra você eu não preciso de muito – acrescentou sorrindo – Eu não vou cair no seu joguinho de pirraça, quer me pirraçar vai em frente, mas aguente as consequências depois, porque aqui eu ainda posso responder, mas no futuro você sabe que vai ter que ficar quieta – falou.

-Já não tá na hora de você ir pro seu ponto? Não é bom deixar cliente esperando – falei sorrindo – Ah e não esquece de usar proteção, afinal engravidar de novo não vai ser bom pros seus negócios – acrescentei sorrindo ainda mais e a expressão dela mudou ligeiramente, mas ela logo disfarçou.

-Cuidado com suas palavras – falou e se afastou assim que ouvimos a Lari e a Laís saindo do provador. Saímos da loja e fomos comprar os sapatos e, graças a Deus, a Camila foi embora assim que saímos da loja, então foi só eu e as meninas. Entramos em umas cinco lojas e, só quem já havia comprado os sapatos eram minha tia, a Paola e a Lari, até finalmente eu, a Mari e a Laís acharmos um que a gente gostasse na sexta loja que entramos. Comprei um salto prata cheio de brilho.

-Podemos comer, to com fome – falei e a Mari riu.

-Você sempre tá com fome Ju – falou.

-Eu topo, vamos parar em algum lugar pra comer – falou a Laís e fomos pra uma lanchonete que tinha ali perto e pedimos lanches e sucos. A Mari ligou pro Rafa e falou pra eles irem pra lá e ele falou que já estavam indo. Quando os meninos chegaram já estávamos comendo.

-Nossa nem esperaram a gente – falou o Caio.

-Meu querido isso se chama fome – falei e ele riu. Os meninos pediram lanches e ficamos lá conversando por um bom tempo. Quando cheguei em casa fui pro meu quarto e tomei um banho bem relaxante, me enrolei na toalha e voltei pro quarto. Levei um susto assim que vi o Pedro sentado na minha cama.

-Desculpe, não achei que você fosse sair quase pelada – falou sorrindo.

-Posso saber o que você esta fazendo aqui? – perguntei.

-Eu queria falar com você – falou – É que sabe aqu... será que você poderia se trocar por favor, se não eu não vou conseguir me concentrar – acrescentou me olhando de cima a baixo.

-Que pena – falei – Mas sabe, se eu for me trocar eu vou ter que ficar pelada aqui – acrescentei e sentei na cama. Pequenas coisas eu já estou conseguindo fazer sem a cadeira.

-Porra Ju ai não dá – falou e eu comecei a rir. Minha risada foi abafada assim que seus lábios tocaram os meus, e suas mãos foram para minha nuca, fazendo meu corpo arrepiar ao seu toque e, acho que ele percebeu, pois deu um sorriso entre o beijo.

-O que você queria me falar? – perguntei entre o beijo.

-Nada que importe – falou mordendo meu lábio – Acho melhor eu sair daqui antes que seus pais percebam – acrescentou.

-Só mais um beijo – falei puxando-o pra perto que sorriu e me beijou.

-Agora é sério to indo – falou e saiu do quarto. Coloquei um pijama e fiquei deitada até dormir.

Um amor pode mudar tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora