Capítulo 8

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Capítulo 8

Já faz alguns dias desde o incidente no parque. Meu pai disse que os rapazes passaram dois dias na cadeia, e então receberam uma advertência verbal. Porém todos os policiais da redondeza estavam de olho neles. Ouvi meu pai rindo sobre quantas vezes eles estavam sendo parados, e como estavam enfrentando várias acusações. Rio um pouco, sabendo que eles não têm a menor chance de aproveitar o verão agora.

Pego minha bicicleta, feliz por ela ter sido consertada, e começo a pedalar pela cidade.

Ouço a sirene de um carro de polícia atrás de mim e paro. Abaixo meu cavalete e desço da bicicleta. Viro e vejo Will saindo do seu carro, vindo na minha direção.

Hoje está soprando uma brisa morna, e ela parece passar por Will de uma forma que parece que estou vendo ele se mover em câmera lenta. Santo Deus, ele fica bem de uniforme.

— Senhorita. — ele fala sério.

— Will?

— É Detetive Clark. — ele responde, batendo no distintivo com a ponta dos dedos. — Agora, sabe por que te parei?

Levanto uma sobrancelha, tentando entender o que diabos está acontecendo.

— Hmm, sem resposta?

— O quê? — grito, achando a situação estranha.

— Senhorita, por favor, abaixe a voz. — Will fala, ainda autoritário. — Você avançou um sinal fechado. — ele declara, apontando na direção do quarteirão atrás de nós.

Eu me viro, olho para o semáforo e então para ele, abrindo e fechando a boca, sem palavras.

— Preciso ver se está sóbria. Sopre aqui. — ele ordena, levantando um bafômetro.

— Por quê?

— Preciso saber se está bêbada enquanto opera um veículo.

— É. Uma. Bicicleta. — falo pausadamente, apontando.

— Tem rodas e está na rua, portanto é um veículo e tem que seguir as leis de trânsito. Ou pensa que porque seu pai é o Chefe não tem que obedecer as leis? — Will ergue uma sobrancelha.

Eu o encaro com as mãos na cintura.

— Certo. — falo, bufando.

Ele estende o aparelho e eu me inclino para a frente, soprando no estúpido bafômetro até que ele apita.

— Hmm, bom, você está limpa. — Will diz. — Mas ainda tem a questão do sinal que você avançou, e o fato de que não está usando um capacete.

— Não estava nem em um cruzamento. — Aponto para o semáforo.

— O capacete?

— Eu nunca uso. — falo, sabendo que deveria, mas é uma cidade tão pequena que nunca me importei.

— Já viu um acidente envolvendo um carro e uma bicicleta? — Balanço a cabeça, ouvindo a dor e a suavidade na voz de Will. — Não é bonito. Vou te dar uma multa, fique aqui.

Eu encaro enquanto ele se afasta, em choque. Will volta alguns minutos depois, segurando uma sacola e um papel.

— Sua multa. — ele me entrega a folha. Dobro e enfio dentro do livro antes de jogá-lo no cesto. — Olhe. — Will pede.

Bufo, com raiva, puxando a folha e a desdobrando.

Annabella Evan, você avançou um sinal fechado. Portanto, é obrigada a sair em um encontro com Will Clark. Você tem um dia, ou encare as consequências das suas ações.

Will Clark

Olho para o papel e então para Will, que está sorrindo. Ele me encara, sem nunca desviar os olhos.

— Passe o dia comigo amanhã. — ele pede, se aproximando.

— Isso tudo foi para me chamar para sair? — pergunto, sentindo toda a raiva me deixar.

— Sim e não. — Inclino a cabeça, olhando para ele. — Estava indo para sua casa te dar isso. — Ele tira um capacete da sacola. — Precisa usar um, anjo. Não quero encontrar você caída na rua, ferida ou morta. Não conseguiria lidar com isso. — A suavidade na sua voz me faz correr as mãos pelos seus braços, enquanto me aproximo até estar entre eles.

Will coloca o capacete na minha cabeça, sem desviar o olhar de mim. Sinto meus olhos dançarem entre seu olhar e seus lábios de novo, mas desta vez os seus estão fazendo o mesmo.

— Eu gosto de você. — ele admite, se inclinando um pouco. Seus lábios estão tão perto dos meus.

Bem quando nossos lábios quase se tocam, um carro passa a toda velocidade por nós. Pulamos, nos afastando.

— Merda! Ele vai matar alguém! — grito.

— É, tenho que ir. — Will grita, correndo para seu carro.

— Sim! — berro a resposta para o seu convite, fazendo ele parar por uma fração de segundo e sorrir.

Ele pula dentro do carro, faz o retorno e vai atrás do outro carro.

Suspiro, prendendo ocapacete.    

Um Amor InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora