Capítulo 21

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Capítulo 21

Assim que chego no hospital, vou atrás do quarto de Annabella. Quero vê-la o mais rápido possível. Passo pela porta e vejo Jaque a ajudando a se deitar. Encaro-a dos pés à cabeça, vendo que seu cabelo está molhado, e fico feliz por ela ter conseguido tomar banho.

— Will, você está sangrando. — Annabella ofega e eu dou de ombros, sem me importar.

— Estou bem, anjo. — falo, amando poder abraçá-la.

Levanto-a e a deito na cama, sem soltá-la.

— Vou chamar seu pai. — Jaque fala, dando um beijo na testa de Annabella. Ela me dá um tapinha nas costas antes de sair,

— Faça eles me deixarem ir para casa. Não quero ficar aqui. — Annabella fala no meu ouvido, soando como se mal estivesse conseguindo se controlar.

— Você precisa ser monitorada. — falo, tentando soar firme.

— Não, eu estou bem. Só quero ir para casa e para a minha cama, com você comigo e papai no quarto ao lado. Não quero ficar aqui sozinha... Por favor?

— Eu o peguei, anjo. Ele está morto. Ele não... Ninguém vai te machucar de novo.

Annabella começa a chorar, me fazendo querer matar o filho da puta de novo.

— Eu sei, mas ainda quero ir para casa. — ela soluça.

— Se acalme, anjo. Vamos esperar para ver o que o médico fala, okay?

Annabella balança a cabeça mas se enrola ainda mais no meu peito. Suspiro e a puxo para mais perto, beijando o topo da sua cabeça.

A porta se abre, e ainda estou sentindo os efeitos desses últimos dias. Viro-me depressa, procurando minha arma, e nem lembro que a levaram para o laboratório. O homem em um uniforme de médico engole em seco só de olhar para mim, provavelmente porque deduz o que eu estava querendo pegar.

— É o Dr. Smith, meu médico. — Annabella fala, acariciando minha bochecha para me acalmar.

Relaxo um pouco e sorrio.

— Me desculpe. — falo quando o chefe entra, olhando do médico para mim.

— Annabella tem duas costelas quebradas, mas são fraturas limpas. Ela tem uma fratura no seu braço esquerdo e uma concussão leve, além de cerca de vinte hematomas e alguns arranhões.

— Posso ir para casa agora? — Annabella fala, interrompendo o médico.

— Eu realmente penso que deveria ficar aqui ao menos esta noite, em observação; mas sei o tanto que quer ir para casa. Então vou fazer um acordo. Vou deixar você ir para casa, mas com algumas condições. Você vai tomar os remédios que prescrevi. Vai ficar de cama, Annabella, e eu realmente quero dizer de cama. Não vai cozinhar, limpar, andar por aí, subir e descer escadas ou qualquer coisa que cause cansaço físico. Sua única tarefa é descansar. Um desses homens pode de ajudar a ir no banheiro, subir e descer escadas, e eles podem pegar qualquer coisa que você precisar. E eu vou ver como você está em dois dias. Além disso, vou marcar algumas consultas e você vai comparecer.

Annabella sorri, assentindo.

— Imaginei que fosse aceitar. Então aqui estão os remédios, cada um com suas instruções detalhadas. Marquei uma consulta para você com o Dr. Moore.

Annabella geme, interrompendo o médio, e sei que é porque o Dr. Moore é um psicólogo. Vamos ser honestos, quem quer conversar com um deles?

— Eu sei que não parece divertido, mas é parte das condições para ir para casa hoje. Claro, pode ficar aqui, e nesse caso o Dr. Moore vai vir te ver.

— Não. — Annabella fala alto. — Eu irei na consulta.

— Ótima escolha. — O médico sorri.

Alaric sai com o Dr. Smith, e tenho certeza de que ele quer mais detalhes sobre como Annabella está.

— Não tenho roupas aqui. Eles levaram as minhas para a investigação. — Annabella fala, mordendo o lábio.

Rapidamente, tiro minha camisa e a ajudo a enfiar a cabeça e os braços nela.

— Que bom que você é tão pequena, Isso quase parece um vestido em você.

Annabella ri, mas não parece ter brilho nenhum nos olhos.

— Annabella. — Jaque chama, e nós dois nos viramos para a porta, onde ela está parada.

— Entra, Jaque.

— Seu pai me disse que vai voltar para casa como queria. É isso mesmo?

Annabella assente e Jaque se aproxima e a abraça.

— Quer que eu ligue para Anastacia e Melissa, para fazer uma noite das garotas?

Annabella balança a cabeça.

— Não essa noite, Jaque. Talvez semana que vem ou coisa assim.

Jaque assente.

— Okay, vou vir na sexta ver como você está, certo? E vou fazer as anotações sobre as aulas para você. Quer que eu converse com os professores ou vai ligar para eles?

— Você se incomoda de falar com eles?

— De forma alguma, Annabella! Você é minha amiga. Além disso, você faria o mesmo por mim.

Annabella assente enquanto Jaque se mexe, desconfortável. Posso ver claramente que ela não sabe como lidar com o que aconteceu com Annabella, e não sabe o que deveria ou não dizer.

— Okay, todo mundo pronto para ir? — o chefe pergunta na porta.

Annabella se levanta e vai até seu pai. Eu aproveito para segurar o braço de Jaque e murmurar no ouvido dela, sem Annabella me ouvir.

— Só aja como sempre. Não fique hesitando ou medindo as palavras, okay?

Jaque só olha para mim e vejo que ela está segurando as lágrimas.

— Eu... Ela passou por tanta coisa e não temos... Não quero machucá-la.

Assinto, sabendo como ela se sente.

— Eu sei que isso é novo para todos nós e para Annabela também, mas você está indo bem, juro.

Jaque assente.

— Me ligue para me contar como ela está, okay?

— Pode deixar. — falo enquanto saímos da sala.

Vou com Jaque até seu carro antes de me juntar ao chefe e Annabella no carro dele.



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