Capítulo 9

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Capítulo 9

Fico saltitante pelo resto do dia. Vou dormir cedo, querendo uma boa noite de sono.

— Você acordou cedo de novo. — papai fala com um suspiro.

— Fui dormir cedo. — falo, colocando café para mim.

Meu pai começa a falar, mas é interrompido quando alguém bate na porta. Vou atender, e fico chocada quando vejo Will parado ali.

— Oi? — falo, abrindo a porta.

Antes que ele consiga falar, meu pai o interrompe.

— Will? Mais um madrugando. Você sabe que hoje é seu dia de folga? — papai resmunga atrás de mim.

— Eu sei, chefe. Annabella vai passar o dia comigo.

Olho para ele e então para o meu relógio, vendo que não são nem nove horas ainda.

— Vá se arrumar, anjo. O café da manhã é por minha conta.

Olho para Will por mais alguns segundos antes de correr para me arrumar. Ainda bem que tomei um banho longo ontem à noite; vai me poupar tempo agora.

Desço de novo, e vejo meu pai e Will conversando na cozinha.

— Então, o que vocês dois estão aprontando? — papai pergunta.

Dou de ombros e olho para Will.

— Vou levá-la para a casa do lago dos meus pais. Pensei que poderíamos relaxar, talvez pescar um pouco.

Engulo um gemido. Odeio pescar.

— Você vai leva-la para pescar na casa do lago? — meu pai ri e Will sorri, assentindo.

Papai, com toda sua sutileza habitual, solta uma gargalhada.

— Boa sorte com isso, filho. — ele fala quando consegue parar de rir. — Estão planejando passar a noite lá?

Will olha para mim com as sobrancelhas erguidas e assinto.

— Sim, vamos. Se não se incomodar, chefe.

— Claro, tudo bem. Sei o tanto que a casa do lago é longe. Vejo você amanhã, garota. Me ligue mais tarde. — ele fala enquanto sai.

— Arrume uma mochila para passar a noite, anjo.

Engulo em seco e subo para o meu quarto. Preciso de alguns minutos para achar tudo o que preciso. Quando desço, ele ainda está na cozinha.

— Estou pronta. — falo, me sentindo um pouco tímida.

Will vem até mim, pegando minha mochila com uma mão e segurando minha mão com a outra. Saímos de casa e vamos para o seu carro. Ele abre a porta para mim antes de dar a volta para entrar do seu lado e dar a partida. Franzo a testa quando vamos na direção da saída da cidade e não do seu apartamento.

— Não tem que pegar suas coisas para passar a noite? — pergunto.

— Minha mochila já está no porta-malas, anjo. Além disso, eu durmo pelado. — ele conta.

Sinto meu rosto esquentar, ainda mais quando ele me dá uma piscadela.

Will para na loja logo na saída da cidade. Compramos comida e iscas, e Will pega alguns sanduíches como café da manhã.

Gastamos quatro horas até a casa do lago, mas o tempo passa rápido com Will cantando junto com o rádio. Também passamos um bom tempo rindo e brincando um com o outro.

— É linda. — falo, olhando para a casa, assim que chegamos.

— É incrível. Esse continua sendo um dos meus lugares favoritos.

Assinto, entendendo. A casa está no meio do nada, cercada pela floresta e de frente para o lago.

Will me mostra a casa e guardamos nossas coisas. Vamos para o galpão e ele tira duas varas de pescar. Andamos até a água, e é bonito. Sorrio quando ele coloca a isca no anzol para mim.

— Sabe pescar?

Eu começo a assentir mas paro, sabendo que se disser não, ele vai me ajudar e colocar os braços ao meu redor.

— Não. — minto.

— O chefe nunca te ensinou?

— Não. — minto de novo e pisco o mais inocentemente que consigo. Até faço um pouco de beicinho.

Will sorri e para atrás de mim. Ele passa os dedos pelos meus braços, deixando uma sensação elétrica, quase como energia estática, para trás.

— Você vira a vara para o lado, inclinando assim enquanto joga a linha. — Will fala contra o meu pescoço.

Ele me ajuda a jogar a linha algumas vezes antes de parar ao meu lado e preparar a sua vara.

Olho para Will com o canto dos olhos.

— Então, como é trabalhar com meu pai.

Ele ri.

— O chefe sempre teve meu respeito. Devo muito para ele. Ele sempre foi justo e me defendeu quando importava. Gosto do trabalho. E é divertido ver o rosto das pessoas quando veem o bad boy local num uniforme.

Assinto, imaginando se tem alguma coisa além disso.

— Não gosta do meu uniforme? — Will pergunta.

Sinto meu rosto esquentar quando vejo a imagem dele de uniforme na minha mente. Limpo a garganta e jogo a linha.

— Você fica bem de uniforme. — É o que consigo falar.



Um Amor InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora