Chego na pizzaria no bairro do Pedregulho, a policia tinha cercado todo o local, seria difícil eu entrar se não soubesse voar. Entro por uma varanda nos fundos e me escondo para avaliar a situação.
Eram trinta e três reféns, todos estavam agachados em um canto perto do banheiro . Tinham vinte e seis bandidos, todas mulheres e armadas com revólveres, e o mais estranho é que todas pareciam ser exatamente iguais. Vinte e poucos anos no máximo, todas usando as mesmas roupas: camiseta azul, jaqueta preta, calça, tênis e uma máscara de coelho que cobria apenas o rosto, e parecia ser feita de papelão, além de todas terem o mesmo tipo de cabelo: Castanho, liso e comprido.
Saio do esconderijo e crio dois punhos gigantes na minha frente e faço com que eles voem e acertem todo o grupo de criminosas, até que uma das criminosas é atingida e de algum jeito faz com que todas as outras integrantes desapareçam como fumaça.
— Ah que ótimo, isso era tudo o que eu precisava. Outra mutante. E eu achando que seria fácil; — Eu digo desanimado. A criminosa se levanta e cria mais vinte clones em segundos.
— Se renda garoto, ou vai ser fuzilado!; — Disse a criminosa original e os clones em uníssono, me deixando com um pouco de medo.
— Olha Cara de Coelho, posso te chamar assim né? Estou tentado mas, não; — Eu respondo e crio um escudo em forma de doma. A Cara de Coelho e seus clones começam a atirar em mim. O escudo começa a rachar, mas por sorte as balas acabam. Eu faço o escudo virar do avesso e ir para cima delas. Consigo prender os clones, que logo viram fumaça, mas a original foge e começa a criar ainda mais clones. Depois todas partem para cima de mim. Eu crio outra doma, que me protege por algum tempo, até que a série de socos de todos aqueles clones consegue quebrar o escudo e eu levo uma baita surra. Quando eu estava quase desacordado, os clones me levantam, me deixando de joelhos na frente da Cara de Coelho original, que pega uma faca em cima de uma mesa.
— Eu te avisei; — Ela diz apontando a faca;— Mas antes, eu gosto de olhar nos olhos das pessoas;— Ela diz enquanto tira o meu capuz e depois minha máscara.
— Davi?!; — Exclama a Cara de Coelho depois que tira sua máscara.
— Nattaly?;— Eu falo cansado e com um pouco de sangue escorrendo da boca. Nattaly foi minha colega de sala na minha antiga escola por uns cinco anos. Não nos falávamos muito, mas todos na escola conheciam a fama dela de ter “tendências criminosas”.
— Desde quando você virou uma criminosa mutante?;— Eu perguntei.
— É uma longa história;— Ela responde tranquilamente.
— Fica tranquila, quando cê terminar eu te Ievo pra policia;— Eu disse ainda exausto.
— Continua tentando ser engraçado. Cê não mudou muito, por isso eu peço desculpas por isso; — Ela disse mostrando mais uma vez a faca. Ela estava prestes a me esfaquear, quando quatro garotas surgem do nosso lado e atacam ela e os clones. Uma delas ataca os clones com relâmpagos que saíam de suas mãos. A outra enfrentava os clones esticando seu corpo como se fosse feita de elástico. A terceira atravessava o corpo de um clone enquanto lutava com outro. E a quarta tocava no máximo de clones possível, se teleportava para fora da pizzaria, 10m acima para ser exato, e voltava no segundo seguinte para dentro da pizzaria. Eu conseguia ouvir o som dos corpos dos clones caindo no teto do lugar. Eu aproveito o momento e pego minha máscara que estava no chão. O grupo enfrenta todos até que sobra a Cara de Coelho original, que se preparava para fazer mais clones até que eu solto uma rajada no meio do estômago dela, que cai no chão desacordada. Olho para os reféns, pareciam estar todos bem, apesar de paralisados de medo. A policia tinha ouvido o barulho da luta e começava a entrar.
— Cê vem ou não?; — Pergunta a garota de poderes elétricos enquanto ela põe a mão no braço esquerdo da teleportadora, assim como as outras integrantes da equipe. Eu corro para perto delas e encosto a mão no ombro da teleportadora.
— Pra ond…;— Eu começo a dizer quando sumimos dali. Coincidentemente os policiais chegam, prendem a Cara de Coelho e levam os reféns para fora.
— …e vamos?; — Eu termino a frase quando aparecemos no telhado de um edifício próximo ao Shopping.
— Isso responde sua pergunta?;— Disse a teleportadora, que usava uma blusa preta de capuz, calça preta, botas, luvas com desenho de ossos, e uma máscara de caveira que deixava só a região dos olhos a mostra.
— Aliás de nada por termos salvo sua vida lá;— Diz a garota com poderes elétricos, que usava uma camiseta preta com o raio do Shazam, uma jaqueta prateada, calça Jeans preta, tênis, luvas pretas, uma bandana preta que cobria a parte de baixo do rosto, além de um óculos escuros, e uma touca que deixava uma mecha de cabelo roxo aparecendo.
— Obrigado, apesar de que tudo estava sobre controle;— Eu digo tentando elevar minha moral.
— Só se levar uma surra e quase morrer for o seu “ Sobre controle ”;— Disse a garota enquanto as outras davam risadas. Meu nível de Auto-estima ficou abaixo do volume morto naquele momento.
— Desculpa mas quem são vocês?; — Eu pergunto meio irritado, até que penso em como elas me são familiares.
— Eu sou a Light-girl, essas são Portal, Stelfie e a Elastano. Somos As Protetoras de Guará;— Disse a garota.
— Muito prazer, eu me chamo …; — Eu comecei a dizer enquanto tentava me lembrar de onde as conhecia.
— … Kid Construtor. Nós vimos o seu vídeo no Shopping;— Disse a Stelfie. Uma garota loira de jaqueta marrom, calça e camiseta branca sem manga, luvas pretas, botas marrons, além de uma máscara de carnaval branca que só cobria a região dos olhos.
— Na verdade eu me chamo Espectro;— Eu falo um pouco irritado.
— Prefiro Kid Construtor;— Disse Elastano, que tinha os cabelos pintados de ruivo e usava uma camiseta preta de manga comprida e com detalhes cinzas na região das costelas, luvas cinzas sem dedos, calça cinza, botas pretas, além de uma máscara também preta que deixava os olhos, a região da boca e nariz a mostra.
— Engraçado, vocês me parecem familiares; — Eu comento pensando em uma coisa absurda, mas que parando para pensar, até que fazia sentido..
— Q-quê? Não, não, você não deve nos conhecer. Ahn, vamo embora gente, nosso trabalho aqui já tá feito. Até mais garoto; — Disse a Light-girl enquanto se aproximava da Portal.
— Espera um pouco, Pauline?;— Eu disse. Todas param e ficam me olhando.
— Desculpa mas eu… nun-nunca ouvi esse nome; — Ela disse.
— É você sim, e ela é a Inês além daquelas suas amigas que eu conheci hoje mais cedo, Daiane, e Catarina né?;— Eu falo empolgado com a minha descoberta.
— Espera, como assim “cê nos conheceu hoje” ?; — Pergunta Portal.
— Simples; — Eu respondo e tiro a máscara.
— Davi!?;— Elas falam espantadas.
— Sim. Qual é galera, custava vocês me contarem que eram mutantes?;— Eu digo meio chateado.
— Ei, que eu saiba você não nos contou que Você é mutante também;— Disse Pauline.
— Eu pensei em contar mas vocês não me deram chance nem ontem nem hoje.
— Tá bom gente, agora pelo menos todo mundo aqui sabe a verdade, não precisamos começar a discutir o que poderia ter ou não ter acontecido;— Disse Stelfie/Inês tentando impedir uma discussão.
— A Inês tá certa, reclamar sobre isso agora não vai mudar nada; — Diz Portal/Daiane. Eu e Light-girl/Pauline concordamos com a cabeça.
— Quem mais sabe que vocês são mutantes?;— Eu pergunto curioso.
— Bom, agora além de você e nossos pais, Victor, Fábio, o meu namorado e o da Inês;— Responde Pauline.
— Tendi. Então foi por isso que vocês faltaram anteontem?;— Eu digo entendendo as coisas.
— Sim. Anteontem elas descobriram os poderes e ontem de tarde nós fomos fazer os uniformes; — Disse Pauline.
— Elas?;— Eu pergunto sem entender direito.
— É, depois eu explico melhor; — Responde Light-girl olhando para o nada.
— Gente, podemos ir embora agora? Já devem ser quase onze horas; — Disse Elastano resmungando com voz de coitada.
— Vamos sim. Quer carona Davi?; — Oferece Stelfie.
— Claro;— Eu respondo. Poucos segundos depois, estávamos no quintal da minha casa.
— Falou gurias, amanhã a gente conversa mais;— Eu digo me despedindo delas.
— Tchau, até amanhã; — Elas disseram e se teleportaram. Minha mãe ouve o barulho e sai para o quintal.
— Ah oi filho. Que barulho foi esse?
— Foi uma super-equipe que eu conheci.
— Ué, você já tem concorrência é?
— Olha mãe, a senhora é uma comediante sabia?;— Eu respondo sorrindo enquanto entramos em casa onde finalmente pude descansar um pouco.
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Guerreiros Vol.01
Phiêu lưuDavi Ramos Vieira tem 15 anos e é um nerd comum, vivendo uma vida tranquila em uma Terra similar a nossa, até que ele e outras milhares de pessoas em todo o mundo começam a manifestar poderes de uma forma inexplicável, sendo intitulados Mutantes. Ag...