O PIOR Detetive do Mundo

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Fui para o meu quarto, pensar no que eu poderia fazer para impedir a aprovação daquela lei anti-mutante. Eu precisaria de algo que chamasse atenção positivamente, que fizesse o povo apoiar os mutantes o suficiente para que a maioria dos políticos se sentisse intimidado.
Vou para o computador pesquisar sobre problemas que a região sofria. Encontrei algumas reportagens sobre o aumento da criminalidade em todas as cidades do interior do estado, procuro pelos crimes mais cometidos aqui na região, tráfico de drogas e de produtos pirata, latrocínio e roubo. Por fim procuro pelos criminosos mais procurados, era uma lista maior do que eu poderia imaginar então eu foco no nome que está no topo da lista: Franz August Heller. O poderoso chefão do crime do Vale do Paraíba.
— É isso;— Eu digo em voz alta. Se eu prendesse esse cara, as pessoas poderiam começar a confiar mais nos mutantes. Então eu começo a pesquisar tudo relacionado a Heller.
No dia seguinte eu vou a escola e conto o meu plano para às garotas, o Victor e o Fábio.
— Cê acha que esse plano pode dar certo?;— Pergunta Fábio.
— Bom, eu tenho que tentar, vocês querem participar dele?;— Eu digo empolgado.
— Tá;— Diz Pauline.
— Por mim tudo bem, depois avisamos a Daiane e a Catarina;— Diz Inês.
— Aí galera, olha lá;— Disse um dos nossos colegas de sala apontando para uma das janelas. Todo mundo olha para fora e vê um cara, um mutante com asas gigantes de um pássaro, voando bem longe, ele trazia uma faixa enorme que dizia: “Diga não à lei anti-mutante”.
— Olha que daora né?;— Diz Inês enquanto todas às garotas da sala ficam babando pelo cara.
— Bem que ele podia entrar pra nossa equipe;— Pauline fala sorrindo.
— Ei, que isso? Cês nem conhecem o cara;— Eu digo com uma pontinha de ciúme.
— Não acredito, cê tá com ciúme é?;— Disse Pauline achando graça, pouco depois a professora de história chega na sala e a aula começa.
Na hora do intervalo eu desso até a cantina e pego três bolinhos e dois sucos de caixinha e quando eu vou embora eu dou de cara literalmente com uma garota, derrubando o meu lanche.
— Desculpa foi sem querer;— Diz a garota sem graça.
— N-não, não, eu q-que peço desculpa;— Eu digo ainda mais sem graça pegando o lanche do chão.
— Então os dois tão desculpados?;— Ela diz sorrindo e mostrando o aparelho nos dentes.
— Sim;— Eu digo sorrindo quase explodindo de tão sem graça.
— Meu nome é Myriam;— Ela disse dando a mão para me cumprimentar. Ela era morena, tinha os cabelos negros e cacheados e os olhos castanhos, e como todo adolescente que se preze, ela era mais alta que eu.
— Davi;— Eu digo pegando a mão dela e cumprimentando.
— Você tá em que sala?
— 1m4, eu acho, ainda não gravei o número da sala, e... você?
— 1m3;— Ela diz rindo.
— Legal, então... eu tô indo, tchau;— Eu digo.
— Tchau, até mais;— Ela responde e eu só sorrio de volta e saio dali mais rápido que o Wally West. Subo até a minha sala, como um bolinho e tomo um suco e guardo o restante, aquele era o meu lanche durante a minha ronda, onde eu começaria as minhas investigações para capturar o Heller.

Olho no relógio do celular, oito da noite, às garotas estavam meia hora atrasadas. Eu mando mensagem, mensagem de áudio, eu ligo para cada uma delas e nada. Eu estava no centro da cidade, na frente de uma loja de roupas que estava sendo fechada, pelo o que dizem, essa loja é usada para lavar parte do dinheiro que a gangue do Heller ganha. A maioria dos funcionários vai embora, depois o dono da loja vai até o carro, ele estava prestes a ir embora também, então eu desisto de esperar às garotas e vou até lá sozinho, fico na frente do carro, o obrigando a parar. O rapaz fica assustado e sai do carro para tentar fugir, eu crio uma esfera ao redor dele e o Ievo para um telhado.
— Quem é você? O que você quer?;— Disse o cara.
— Eu sou Espectro;— Eu digo modificando minha voz com os meus poderes. O cara fica ainda mais assustado.
— Que isso véio? Essa não é sua voz é?
— Olha só, parece que temos um Sherlock Holmes aqui hein;— Eu digo irônico;— Onde está Franz Heller?
— Quem?
— Franz Heller, o cara que lava dinheiro na sua loja;— Eu digo acendendo os olhos.
— Olha cara, eu não conheço ninguém com esse nome;— Ele responde nitidamente apavorado. Eu o faço levitar até fora do telhado e o deixo de cabeça para baixo. Ele grita feito louco.
— Última chance. Onde está Franz Heller?;— Eu grito cruzando os braços.
— Eu nunca o encontrei na vida, eu só me encontro com um dos capangas dele, um tal de Ricardo, ele que traz a grana. Nóis combinamos de negociar umas coisa agora na sexta à noite;— Ele diz chorando.
— Onde vocês se encontram?
— Em um boteco na Tamandaré, o Bar do Zeka. Por favor não me machuca, é tudo que eu sei, eu juro;— Ele diz enquanto eu reparo na calça dele ficando molhada. Eu seguro minha risada e o deixo cair lentamente até a calçada e vou embora. Esse negócio de ser intimidador parecia ser mais legal e útil do que eu pensei.
No outro dia na escola eu encontro Catarina, Victor, Inês e Pauline.
— Sabiam que eu acho incrível pessoas que combinam as coisas e cumprem o combinado? Viram alguém assim por aqui? Porque eu não tô;— Eu digo estressado.
— Foi mal, é que teve um problema em casa e não deu pra ir. E pelo que sei a Daiane passou mal;— Responde Pauline.
— Eu tava terminando o meu trabalho de DP;— Inês diz chateada.
— E você? Qual a sua desculpa?;— Eu pergunto para Catarina.
— Nada, eu só tava com preguiça mesmo;— Ela responde com a maior cara de pau.
— Tendi;— Eu digo secamente.
— Mas conseguiu descobrir alguma coisa?;— Pergunta Victor.
— Até que sim. Cês tão livres na sexta?
— Não vai dar, eu vou viajar com minha família;— Diz Inês sem graça.
— Eu vou encontrar o meu boy;— Diz Pauline.
— Eu vou... passar o fim de semana na casa da minha vó;— Catarina fala bocejando. Eu dou um suspiro.
— Cê quiser eu posso ir com você?;— Victor fala animado.
— Como assim?;— Eu pergunto.
— Eu posso ser seu parceiro, tipo Batman e Robin.
— Cê sabe que eu tô indo em um lugar bem barra pesada, eu mesmo só vou porque tenho poderes.
— Relaxa, eu treino Taekwondo e Jiu-Jitsu na academia do meu tio três vezes por semana e sou aprendiz de mecânico, eu sei me virar;— Victor diz animado;— Deixa eu ir cara, vai ser legal.
— Err, Victor, me desculpa cara mas é melhor não, pra sua própria segurança. Quem sabe numa próxima, quando for mais seguro;— Eu digo tentando fazê-lo desistir da ideia. Ele só concorda com a cabeça desanimado.

Às aulas acabam e eu vou para casa. Encontro minha mãe fazendo o almoço na cozinha, a cumprimento e depois vou para o meu quarto, guardo minha mochila e pego meu celular, para dar uma olhada nas notícias. Foi quando ele tocou, olho o número, era o mesmo número com que me ligaram no domingo, desligo o celular e decido usar o computador para ver as notícias. Descubro que eu não era o único revoltado com a ideia da lei anti-mutante. Havia um movimento muito forte de pessoas, mutantes e não-mutantes, que faziam protestos, passeatas, correntes da internet e até abaixo-assinados contra esse projeto de lei. Eu estava tão envolvido com essas notícias que nem percebi minha mãe me chamando algumas vezes, desligo o computador e vou na cozinha almoçar.
Depois do almoço minha mãe volta para o trabalho e eu vou para minha ronda. Estava tudo tranquilo, como sempre, até que depois de meia hora rondando eu vejo um cara, provavelmente bêbado, estava desmaiado no meio da linha do trem, e para piorar a situação, o trem estava indo em uma velocidade fora do normal.
— A que ótimo, isso é hora do cara beber?;— Eu reclamo. Voou até o cara e o tiro da linha do trem bem a tempo.
Aãahn...?;— Ele diz sem entender nada. Olho para o trem, ele estava realmente rápido, resolvo dar uma olhada na situação, voou até a frente do trem, olho pela janela e vejo um senhor desacordado lá dentro, o trem estava fora de controle.
Vou para a frente do trem e crio uma aura de energia ao meu redor para tentar frear o trem, mas não funciona. Uso o dobro de energia, o triplo, e nada. Foi quando eu vi uma movimentação na parte de cima do trem, depois o trem começa a parar. Desfaço a aura de energia e olho para os lados do trem, a região onde ficam às rodas estavam totalmente congeladas. Vou para dentro do trem e encontro o motorista tentando se levantar.
— O senhor está bem?;— Eu pergunto.
— Estou sim rapaz, só a minha pressão subiu;— Ele responde sorrindo. Uma garota entra pela janela, ela usava uma camiseta amarela de manga curta com uma camiseta preta de manga comprida por baixo, um cinto preto por cima da camiseta, luvas sem dedos pretas com detalhes amarelos, botinas, além de um óculos de natação, um lenço que cobria a maior parte do rosto e uma bandana que cobria a região da boca, ambos pretos.
— Quem é você?;— Eu pergunto.
— Oi, eu sou Graus, e você é o Kid Construtor do YouTube né?;— Ela diz.
— É, mas na verdade meu nome é...;— Mas sou interrompido por um policial com megafone.
Aqui é a policia, saíam com às mãos pra cima
— Droga;— Eu exclamo;— O senhor tá bem mesmo?
— Sim, podem ir e obrigado por me salvarem;— O senhor diz.
— De nada. Vambora guria;— Eu digo e eu e Graus saímos dali de dentro, depois crio uma esfera que nos protege de alguns tiros de meia dúzia de policiais “apressados” e nos leva voando para longe dali. Depois de um tempo voando, Graus pede para eu pousar no telhado de uma loja no centro.
— Valeu pela carona Kid Construtor;— Ela diz se preparando para ir embora.
— De nada, mas pode me chamar de...;— Mas sou interrompido por um toque de celular.
— Ah é o meu;— Diz Graus sem graça;— Alô? Ô mãe, eu disse pra senhora não ligar enquanto eu estiver na biblioteca. Tá bom mãe, eu vou na padaria depois que sair.
— Ela não sabe né?;— Eu digo achando graça.
— Não. Tenho que ir, até mais Kid Construtor;— Ela diz indo embora depressa enquanto eu volto a fazer minha ronda.
O restante daquela semana passou rápido, quando vi já era sexta. Eu estava observando o tal bar, estava tudo quieto, o que era estranho para um bar em uma sexta à noite na época do carnaval. Resolvo observar mais de perto, percebo que o bar estava vazio, entro ali para tentar procurar alguma pista, foi quando os três portões do bar se fecham sozinhos e eu sou atacado por um bando de bandidos armados até os dentes. Eu tinha caído em uma armadilha. Como não pensei nisso antes? Eu sou mesmo o pior detetive do mundo.
Crio um escudo que me protege dos tiros durante um tempo, mas começa a rachar. Corro até uma mesa caída no chão, tento pensar em um plano. Olho rapidamente para os bandidos, que estavam escondidos em uma grande bancada, atrás deles tinham várias garrafas de bebida, isso me dá uma ideia. Eu respiro fundo, me preparando, eu teria que ser muito rápido. Eu saio do meu esconderijo, me protejo de alguns tiros com uns escudos pequenos, depois solto uma rajada no meio das garrafas. Isso distraí os bandidos tempo o suficiente para eu conseguir me aproximar e atingir todos. Quando achei que tinha acabado, três caminhonetes com metralhadoras no capô arrebentam os portões do bar.
— Ah eu vou morrer;— Eu reclamo desanimado e exausto.

Guerreiros Vol.01Onde histórias criam vida. Descubra agora