Ataque na Cerimônia

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* Data: (06/03/2017); Localização: Guaratinguetá-SP.
— Oi mãe;— Eu digo bocejando entrando na cozinha.
— Oi, morto-vivo;— Ela responde olhando para minha cara de acabado;— Já arrumou a mochila?
— Arrumei ontem antes de dormir;— Eu respondo comendo alguns biscoitos.
— Sei. Ah, e aquela história da cerimônia no Rio? Já se resolveram?
— Não começa mãe. A gente já discutiu isso antes, duas vezes.
— Eu sei, mas eu juro que só vou te perturbar mais essa vez. Por que vocês não vão lá? Pelo menos assim vocês não continuam agindo ilegalmente, se arriscando toda hora pra depois terem que fugir da policia, dos militares e sei lá mais quem;— Ela responde, realmente pensando que isso poderia nos deixar mais seguros.
— Mãe, eu já entendi seu ponto na primeira vez, mas não quero que a equipe se transforme em cãezinhos de estimação do governo, que eles fiquem dizendo o que fazer toda hora. A senhora assiste os mesmos filmes que eu, sabe que isso provavelmente vai acontecer, já tá acontecendo em alguns países agora mesmo;— Eu respondo lembrando de algumas notícias que saíram sobre o assunto em alguns países.
— Sim, mas não falo pra vocês assinarem um contrato nem nada do tipo, pelo contrário, eu quero que vocês vão lá pra se firmarem. As pessoas já apoiam vocês, a grande maioria pelo menos, só falta o governo entender isso de uma vez e largarem dos seus pés. Michael e a Estefânia disseram que o pessoal lá da tal comunidade mutante vai ir;— Ela diz me seguindo até a porta do banheiro.
— Okay mãe;— Eu respondo abrindo a porta depois de escovar os dentes;— Prometo repensar isso, mas agora eu tô um pouquinho atrasado pra escola.
— Eu percebi. É melhor você ir logo, são quase cinco pra sete;— Ela responde séria mostrando as horas no celular. O resto da manhã na escola passa de forma lenta e chata, com duas aulas de Biologia, duas de Química, uma de Matemática e Física para finalizar com chave de ouro. Mas a manhã não foi ruim, já que eu fiquei conversando com a Myriam no intervalo, e porque eu e meus amigos combinamos de sair juntos durante a tarde, depois de algumas “obrigações”, lógico.

Guerreiros, Ataquem!!!;— Eu grito quebrando o telhado de vidro de um galpão, com Light-girl, Gavião-Noturno, Graus, Titã e Trovão atrás de mim. Os remanescentes dos Cruzados Encapuzados da cidade se assustam com nossa invasão em seu esconderijo, mas logo começam a atirar na gente.
— Matem esses desgraçados!;— Um deles grita jogando uma granada, que explodiu dentro de uma bolha que fiz. Jogo um dos meus discos planadores nele, o derrubando.
— Vamo logo galera, tamos sem tempo;— Trovão diz quando começamos a lutar com eles.
— Trovão, se cê reclamar de novo do horário, eu rasgo seu ingresso;— Titã responde enquanto nocauteia um cara com metralhadora e o joga em outro.
— Não se atreveria;— Trovão diz socando três bandidos ao mesmo tempo.
— Quer apostar?;— Titã responde.
Pessoal, prestem atenção na luta;— Sonar diz no comunicador.
— Okay, Bat-chato;— Titã e Trovão dizem juntos.
Eu desarmo um dos bandidos, que tira um facão do cinto e tenta me acertar, consigo fugir dos golpes dele e dou um soco em seu queixo. Vejo um deles tentando fugir, crio um arco e uma flecha com uma luva de boxe na ponta então a atiro no fujão. Um bandido põe um revólver na minha nuca, mas faço uma rolha no cano da arma antes dele atirar, ele se desequilibra e dá alguns passos para trás então eu transformo o arco em minha mão em uma corda e a uso para puxá-lo pelo braço e dou uma cotovelada em seu nariz.
— Gente, alguns deles estão indo pra garagem;— Light-girl diz enquanto magnetiza vários bandidos nas paredes enquanto luta com outros.
— Eu vou lá;— Graus diz congelando as armas de alguns dos bandidos ao ponto de quebrá-las. Depois eu, ela e Gavião-Noturno vamos atrás dos fugitivos até a garagem. Chegamos a tempo de ver um carro indo embora.
— Que droga;— Gavião-Noturno exclama.
Não deixem eles escaparem!!;— Sonar grita no comunicador.
— Vão, eu cuido desses caras;— Graus diz jogando bolas de fogo perto dos outros dois carros, impedindo os bandidos de entrar.
Eu e Gavião começamos a voar atrás do carro, logo que eles nos vêem, começam a atirar.
— Espectro, dividir e conquistar;— Ele grita apontando para o lado, eu balanço a cabeça, torcendo para que eu tenha entendido o plano. Depois disso cada um foi para um lado, deixamos eles pensando que nos despistaram, até alguns metros a frente, onde Gavião lança algumas penas nas rodas, as furando. Então, antes do carro parar de uma vez, eu crio uma pista com vários loopings estilo Hot-Wheels, dou um empurrãozinho para que andem na pista inteira a toda velocidade, e antes de eles caírem no final, reduzo a velocidade e os estaciono no acostamento.
— Cara, mandamos bem;— Gavião-Noturno me diz enquanto pousamos perto do carro.
— Bem demais, modéstia a parte;— Eu digo.
Espectro? Gavião? Qual a situação de vocês?;— Sonar pergunta.
— Estamos bem, quanto aos fugitivos, fora o enjôo, tudo bem;— Gavião-Noturno diz olhando para eles, que começam a vomitar dentro da carro enquanto amasso cada uma das armas deles com um pensamento;— Na verdade, acho que um deles precisa melhorar a mastigação, urgentemente. E o resto da equipe?
Eles estão sobre o controle da situação, estão voltando para o ponto de encontro;— Sonar responde.
— Será que precisam de ajuda? O Trovão tá carregando os três;— Eu pergunto prendendo os bandidos no carro com os cintos de segurança.
— Não acho que vai ser preciso. Acabamos por enquanto, podem vir até o ponto de encontro também, estamos em cima da hora;— Diz Sonar. Depois disso nós voamos o mais rápido que conseguimos até o ponto de encontro da equipe, o telhado do Shopping.
— Ué, cadê os os outros? Eles tavam vindo antes da gente;— Gavião-Noturno diz para Yago e Inês assim que chegamos;— Já deve ter começado.
— Eles devem chegar a qualquer momento, e de acordo com minhas câmeras, ainda não começou;— Ele responde se levantando do chão e guardando seu notebook em uma mochila.
— Cê colocou câmeras em uma sala de cinema?;— Eu pergunto espantado, e com um pouco de medo dele. Trovão e os outros chegam no telhado antes de Yago responder.
— Mano do céu, a Portal tem que melhorar dessa diarréia logo;— Trovão diz ofegante;— Não aguento carregar tanta gente assim.
— Para de frescura Trovão, foi só eu e as duas magricelas aqui;— Titã diz soltando calmamente Graus e Light-girl no chão.
— Valeu pelo “magricelas”;— Graus diz rindo sem-graça.
— Beleza pessoal, acho que é isso. Yago, Inês, guardaram os ingressos né?;— Light-girl diz.
— Estão bem aqui;— Inês responde tirando o ingresso de cada um do bolso e nos entregando.
— Cara, não acredito que deu tempo de prender aqueles caras antes do filme começar;— Gavião-Noturno diz.
— Não comemore ainda, vocês terão que trocar de roupas antes;— Yago diz.
— Cara, cê gosta de ser estraga-prazer né?;— Elastano comenta, e eu seguro o riso.
— Infelizmente ele tá certo. Davi poderia criar umas paredes?;— Light-girl diz tirando a máscara.
— Claro, mas posso fazer algo melhor;— Eu respondo e crio algumas cabines para cada um se trocar sem ninguém ficar olhando.
Alguns minutos depois, já estavamos entrando em uma das salas do cinema, o filme estava começando. A tela mostrava o banco de trás de uma limusine, que começa a ser erguido por um macaco mecânico, Logan acorda e sai da limusine para cobrar satisfações de uns bandidos que tentavam roubar as rodas do carro. Quando o filme acaba, nós saímos meio desnorteados.
— Como assim eles morrem??!!;— Pauline grita de repente, olhando para o nada com uma lágrima escorrendo.
— Não consigo acreditar nisso ainda, não caiu a ficha;— Inês fala sem reação.
— Cara, que filme triste. Incrível, mas triste;— Samira diz e todos concordam.
— Eles não podem ter morrido desse jeito, deve ser pegadinha;— Diz Pauline chorando;— Eles devem dar um jeito de fazê-los voltar. Deve ser por isso que focaram no túmulo do Logan, que nem no final do Batman versus Superman.
— Calma Pauline;— Eu digo achando um pouco estranho a reação dela.
— Duvido que fariam isso. Matar os protagonistas no terceiro filme, fazendo um gancho para trazê-los de volta em um outro seria arriscado demais;— Yago diz com cara de pensativo.
— Caguei pra isso;— Responde Pauline irritada.
— Por isso prefiro os filmes do Marvel Studios. Lá nenhum protagonista morre;— Toni diz triste.
— Verdade, eles nunca fariam isso;— Rafael completa.
— Não acredito que a história deles teria um fim desses;— Pauline diz inconsolável.
— Calmaí Line, é só um filme;— Perceu diz.
— Eu sei;— Ela responde suspirando, coçando sua testa;— Eu sei.
— Mas sou obrigado a reconhecer, essa ideia de irmos no cinema juntos foi muito boa. Parabéns Perceu;— Yago comenta mudando o assunto.
— Valeu. Achei que seria legal pra união da equipe, e também não tinha companhia pra assistir o filme;— Ele responde.
— Ei!;— Toni grita.
— Cê não conta mano;— Perceu diz.
— O que fazemos agora?;— Samira pergunta.
— Que tal irmos na praça de alimentação? Comemos alguma coisa e conversamos mais;— Eu sugiro e todos concordam. Nós conversamos durante o resto da tarde, de coisas como outros filmes que gostamos, além de séries, jogos, falamos até dos problemas de escola. Só paramos mesmo porque uns idiotas tentaram roubar um banco.

Guerreiros Vol.01Onde histórias criam vida. Descubra agora