Guerreiros Vol.01

O Mutagênico

— Pois bem, o que descobriu?;— Eu pergunto bocejando. Eu, Titã e Trovão estávamos no esconderijo de Sonar.
— Aqui está;— Ele diz mostrando um desenho de células que eu não tinha ideia do que significavam.
— Uau, que troço é esse?;— Titã pergunta cansado.
— Isso, meus caros, é uma espécie de suplemento feito com códigos de DNA de seres humanos geneticamente modificados com o objetivo do usuário obter poderes sobre-humanos;— Sonar responde admirando a imagem.
— Comé?;— Trovão diz.
— Esse treco é feito com DNA mutante e dá poderes pra quem usa, acertei?;— Eu pergunto para confirmar.
— Se você quer dizer de forma leiga;— Sonar diz.
— Não é mais fácil dizer que é um mutagênico?;— Titã reclama.
— Tipo as Tartarugas Ninjas? Maneiro;— Trovão diz empolgado.
— Tá vamos nos focar no que interessa, como o tal do Encrenqueiro conseguiu isso;— Eu digo chamando a atenção.
— Esse cara trabalha ou tem contato com algum tipo de gangue ou coisa assim?;— Sonar pergunta.
— Que eu saiba, ele trabalhava pra gangue do Heller;— Titã diz pensativo. Eu e Sonar ficamos encarando ele;— Que foi?
— A gangue do Heller? Tá de brincadeira né?;— Eu digo espantado enquanto Titã balança a cabeça negando.
— Que ótimo, tem alguma coisa que esse cara não faça contrabando?;— Sonar diz enquanto pesquisa na internet;— Tá bem, o cara não é ninguém importante então vai dar pra conseguir informações suficientes, depois localizo o sinal do celular dele, cruzo os dados e... pronto.
— Conseguiu?;— Eu pergunto.
— É claro que eu consegui. De acordo com o celular do cara, ele ficava várias horas por dia nessa região de Aparecida, bem longe da casa e da escola dele;— Sonar diz coçando o queixo.
— Bem, acho que agora já sabemos o que fazer;— Titã diz estalando às mãos.
— Na verdade, não. A policia já passou por lá então não adianta irmos no local;— Sonar diz olhando para o computador.
— Bom o que faremos então?;— Trovão pergunta.
— Pera, a policia foi no local mas conseguiu prender alguém?;— Eu pergunto tendo uma ideia.
— Não;— Sonar diz aparentemente percebendo aonde eu iria chegar. Depois começa a buscar algo na internet;— Isso, consegui. Cruzei os contatos do celular do cara com os arquivos da policia, tem “alguns” rostos conhecidos nos dois, entre eles um cara chamado Pedro Castro, aparentemente ele dirige um caminhão de “carga” pro Heller.
— Tem a localização dele?;— Eu pergunto. Ele só da um sorriso se achando.
— Bom, então agora podemos ir?;— Titã pergunta.
— Sim, mas antes disso;— Sonar diz procurando alguma coisa, depois empurra um caixote até perto de nós;— Um presentinho pros dois.
Titã abre a tampa do caixote e pega uma marreta preta e cinza dali, depois Trovão pega de dentro do caixote uma corrente grande com um gancho na ponta, os dois itens bem legais e novos em folha.
— Maneiro, tô me sentindo o Scorpion do Mortal Kombat;— Trovão diz brincando com a corrente.
— Brigadão cara;— Titã fala olhando para cada detalhe da marreta.
— Ei, eu não vou ganhar nada não?;— Eu pergunto.
— É só pra VIPs;— Trovão brinca.
— Quem manda não usar uma arma;— Sonar diz rindo.
— Eu não queria mesmo;— Eu digo entrando na brincadeira;— Agora vamos lá!
— Pera, não vai ter nenhuma frase de efeito, tipo um “Avante Vingadores” ou um “Titãs Atacar”;— Titã diz brincando.
— Só, vamos lá e pronto;— Eu digo segurando a risada. Eu penso em chamar as garotas, mas resolvo deixá-las descansar um pouco, afinal, nós passamos um sufoco mais cedo.

Chegamos até a localização, um armazém aparentemente normal em Aparecida. Nos escondemos no telhado de um prédio vizinho, Sonar observa o lugar com seus óculos de espionagem enquanto eu crio um binóculos para ver também.
— O que cês tão vendo?;— Titã pergunta.
— Parece que tem uns vinte e poucos caras, a maioria tá tirando uns caixotes de um caminhão;— Eu digo;— Devemos entrar?
— É melhor. Tão prontos?;— Sonar diz olhando para nós.
— Sempre;— Trovão diz rindo e estalando o braço. Entramos no lugar pela grande janela que tinha no topo de uma das paredes.
— Qualé RA-PA-ZE-ADA!!!;— Trovão grita quando entramos.
— Sério, cê chama isso de entrada triunfal?;— Eu digo enquanto crio duas massas, tipo a da Mulher-Gavião, e começo a lutar com quatro caras.
— Que vergonha alheia;— Sonar diz e derruba um cara que tentava entrar no caminhão e fugir.
— Sou obrigado a concordar;— Titã diz enquanto nocauteia meia dúzia de caras ao mesmo tempo.
— Ah, calem a boca, alguém tem que bancar o herói-bonitão-cômico aqui;— Trovão reclama enquanto prende a corrente ao redor de alguns dos caras e depois puxa a corrente com tudo, transformando os caras em piões.
— É, que cê tem cara de palhaço eu concordo, já com a parte do bonitão...;— Titã diz rindo e fazendo dois bandidos baterem a cabeça um do outro.
— Titã, não começa;— Trovão diz, puxa um bandido para perto de si com a corrente e dá um soco em seu queixo. Eu crio chicotes e mando alguns bandidos de um lado para outro do lugar, me protegendo dos poucos caras que tinham armas, Sonar cuida deles com umas bombinhas de fumaça, depois dá um grito que os joga para longe. Trovão corre em círculos, criando um mini-tornado, depois lança esse tornado em alguns bandidos, Titã bate no chão com sua marreta, empurrando os bandidos que estavam próximos, depois ele lança o marreta como se fosse um bumerangue de plástico, acertando um cara que estava fugindo por uma porta. Um dos bandidos surge com uma machine-gun na janela de uma sala que ficava no topo do armazém.
— Tá de sacanagem;— Eu digo criando um escudo que me protege dos tiros.
— Morram desgraça, morram;— O bandido grita rindo e atirando. Foi então que Titã e Trovão fazem um golpe que chamo de Arremesso Especial, Trovão corre segurando uma ponta da corrente, joga o braço com a corrente para frente, então a corrente se estica até Titã, que segurava a outra ponta da corrente, surge e acerta sua marreta em cheio na machine-gun. Pouco tempo depois disso nós já tínhamos vencido todos os criminosos e os prendido com correntes em uma coluna. Depois começamos a abrir os caixotes, a maioria tinha armas, drogas e até produtos pirateados.
— Muito bem vamos ver o que tem nesses outros;— Sonar diz abrindo um dos últimos caixotes, que tinha “Lote-H” escrito na tampa. Depois mostra uma caixinha de acrílico com várias ampolas com o mesmo tipo de gosma mutagênica que vimos antes.
— Olha só, mas que curioso não?;— Eu digo olhando para a dupla.
— Alguém quer falar alguma coisa?;— Titã pergunta batendo o punho de uma mão na palma da outra.
— Sim, cês tão muito ferrados;— Disse um dos caras.
— Por quê?;— Eu pergunto.
— Cês tão mexendo com gente perigosa, nosso chefe e os associados dele são pessoas bem, agressivas. Eu ficaria com medo se atrapalhasse o negócio dele como cês tão fazendo;— Responde o cara rindo.
— Como se eu tivesse medo de um carinha metido a Poderoso Chefão e uma meia dúzia de capanguinhas;— Trovão diz se vangloriando. O cara começa a dar gargalhadas.
— Cês que sabem, depois não digam que não foram avisados;— Ele diz.
— Se o seu chefe resolver nos enfrentar tudo bem, nós estamos prontos pra isso;— Eu digo querendo encerrar o assunto.
— Não, não tão não;— O cara diz.
— Vamos embora, eu já alertei a policia, eles chegaram logo;— Sonar diz, então fomos embora deixando os bandidos e as evidências do crime para os policiais.
Paramos no telhado do maior edifício de Aparecida, ficamos um tempo calados, sem nada para dizer.
— Bem, acho que é isso;— Eu digo quebrando o iceberg que já estava me incomodando.
— Pois é;— Sonar diz e tosse um pouco.
— Foi divertido até;— Titã diz.
— Foi, foi;— Trovão concorda balançando para frente e para trás.
— Então... eu tô indo nessa, se algum dia precisarem de ajuda, tamos aí;— Eu digo me preparando para ir.
— Claro, pode deixar. Valeu pela ajuda;— Titã diz e dá uma cotovelada em Trovão.
— É, é, valeu;— Trovão diz coçando o pescoço. Titã dá uma encarada nele;— E me desculpem pelo o que rolou aquele dia depois que vencemos o Spawnador.
— De boa;— Eu digo e Sonar concorda. Depois cada um foi para um canto, eu por exemplo, fui para casa, para finalmente descansar um pouco, eu ia ter muito trabalho pela frente ainda.