Festa

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Assim que coloquei meus pés no salão fui recebida por palmas.
O lugar estava todo enfeitado com flores. Mesas finamente decoradas e repletas de pratos fae, foram colocadas ali.
- Bem vinda majestade. Disse Dracon se aproximando e cumprimentando-me com uma reverência.
O salão estava cheio de pessoas, muitas das quais eu não conhecia.

Estendi a mão que Dracon beijou como de costume.
- O que esta acontecendo aqui senhor Dracon? Perguntei ansiosa.
- Ainda não se lembra majestade? Hoje é vosso aniversário. Contou com um sorriso discreto.
Aquilo me surpreendeu. Eu nem me lembrava de meu próprio aniversário.
- Ahh! Respondi surpresa e sem palavras.
- Conseguimos te surpreender? Sussurrou Andrês em meu ouvido.
Concordei com um gesto de cabeça.
- Venha majestade. Disse Dracon oferecendo o braço que eu aceitei.
Seguimos até o trono que havia no salão. Esse era prateado e um pouco menor do que aquele que havia na sala do trono.
Aliás, havia várias salas e salões para cada ocasião que eu nem era conhecedora de todas.  Esse castelo era tão grande, que apesar de estar ali a algum tempo, eu ainda não o conhecia de todo. Não que eu tivesse muito tempo de explorar com todas as minhas obrigações de monarca.

Assim que me assentei fui saudada por todos. Logo depois um grupo de dança fae se apresentou seguido de mais algumas apresentações.
A seguir era a hora da valsa. Deslizei pelo salão nos braços de vários nobres e autoridades de Aurór. Depois de muitos rostos desconhecidos, finalmente Andrês me pediu para dançar.
Encaixei minha mão na dele, enquanto sua outra mão descansava na minha cintura e minha mão esquerda se apoiava em seu ombro.
Suspirei aliviada.
- Que foi? Não gostou de eu ter te tirado para dançar?  Sussurrou fazendo cócegas em meu ouvido.
- Longe disso! Quem me dera eu pudesse dançar só com você. Afirmei em um cochicho.
- Na verdade eu estou é bem cansada. Você sabe com quantas pessoas eu tive que dançar?
- Tenho uma idéia. Respondeu ele sem errar o passo.
- Agora imagina isso em cima de um salto. Falei arqueando a sobrancelha.
- Deve ser bem cansativo. Afirmou solícito.
- E é. Concordei.
- Mas você está gostando da festa? Indagou me fazendo dar uma volta para em seguida voltar a seus braços.
Mordi os lábios.
- Mais ou menos.
- Por quê? Indagou sério.
- Ah, você sabe. Eu não sou muito dessas super festas chiques. Sou muito mais uma pequena reunião com meus amigos onde eu não tenha que ser uma pessoa formal o tempo todo. Confessei.
- Entendo, mas sabe, o meu pai se esforçou muito para te agradar com essa festa.
- Eu posso imaginar e lhe sou muito grata. Não só por isso, mas também por tudo o que ele tem feito por mim. O problema é que eu ainda penso como uma adolescente humana, mas logo me acostumarei com os costumes daqui. Tenho certeza. Garanti com um sorriso.

Logo depois um belíssimo bolo foi introduzido ao salão.
Tinha cinco andares, era dourado e ricamente adornado de flores brancas. No topo uma estrela coroava o doce, representando o meu título de rainha da Luz.
Ofereci o primeiro pedaço a minha mãe apesar de ela não poder aprecia-lo, mas eu queria que todos soubessem que ela sempre estava em meus pensamentos.

Após, a festa ainda rolou por algum tempo antes que Dracon a desse por encerrada.
Quando todos os convidado se retiraram, só restaram Dracon, Andrês, Rose e eu. Nossos guardas nos esperavam do lado de fora.
Me sentei em uma cadeira para aliviar o cansaço.
- Apreciou a festa majestade? Perguntou Dracon todo solícito.
- Claro, estava maravilhosa. Obrigada pelo seu trabalho. Agradeci apesar de preferir outro tipo de comemoração, mas eu não poderia desprezar o seu trabalho duro.
- Fico feliz que tenha gostado. Acrescentou.
- Sim, mas senhor Dracon, ainda tenho algum compromisso para hoje? Perguntei temendo a resposta.
- Não majestade. Deixei a tua agenda livre para esse dia.
Respirei aliviada.
- Ainda bem. Soltei sem querer.
- Mas...
Me aprumei na cadeira.
- Mas o quê senhor Dracon? Perguntei apreensiva.
- Vossa majestade havia marcado um treino com o senhor Mercúrio. Lembrou.
- Ah! Por favor cancele. Estou realmente muito cansada. Informei.
- Sim majestade. Deseja se recolher a seu quarto?
- Sim, se não houver mais nada a ser feito. Respondi ansiosa por livrar logo meus pés daqueles sapatos apertados.
- Pode ir majestade. Eu cuido do resto. Despreocupou-me Dracon.
- Obrigada. Agradeci já me levantando.
- Andrês e Rose irão acompanhá-la. Disse Dracon.
- OK. Concordei.
Andrês me ofereceu o braço que eu aceitei prontamente.
- Ah, mais uma coisa. Peço que vossa majestade e seu guardião se encontrem comigo amanhã pela manhã no escritório da sala de reuniões. Tenho algo importante a tratar com os dois. Informou Dracon sério - Com sua licença. Pediu Dracon fazendo uma reverência e saindo rapidamente antes que eu pudesse perguntar alguma coisa.
- O que será que seu pai quer com a gente? Perguntei a Andrês.
- Não tenho a mínima idéia. Respondeu ele.
- E você Rose, sabe de algo? Indaguei a minha amiga.
- Dessa vez eu não sei de nada.
- Isso é estranho. O jeito que ele falou... Falei pensativa.
- Não parece ser uma coisa ruim. Ele não tinha uma má expressão no rosto. Opinou Andrês.
- Concordo. Disse Rose  levantando a mão direita.
- Mas também não tinha uma expressão alegre. Objetei.
- Humm. Talvez estivesse num meio termo. Disse Andrês com dedo no queixo em seu modo pensativo.
- É acho que sim... Comecei.
- OK, OK. Suas especulações não vão nos levar a lugar algum. Interrompeu Rose.
- Mas... Tentei.
- Não. Vocês só vão ter que esperar até amanhã. Não sejam tão ansiosos. Bronqueou Rose com as mãos na cintura.
- Tudo bem. Não há nada a ser feito a não ser esperar. Corcordei relutante.
- Obrigada. Agora senhor guardião leve nossa majestade até o quarto real. Brincou Rose fazendo uma reverência exagerada.
- OK. Capitã. Respondeu Andrês na mesma altura.
- Tá vamos logo. Falei enganchando meu outro braço no de Rose.

O Filho Do Rei Das Sombras - Contos Dos Medium Fairy. Em PausaOnde histórias criam vida. Descubra agora