✩ noite de surpresas ✩
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Rebecca tem certeza de poucas coisas.
Sim, ela é indecisa. Ela vai por eliminação, não por escolha – sempre optando pelo último que sobrou (isso se aplica a, bem, quase tudo).
Porém, de uma coisa Rebecca tem certeza: seu cachorro é muito sapeca. E uma coisa que ela não esperava ter dúvidas: ela fechou o portão lateral da casa quando saiu, mais cedo neste dia. Sim, ela tinha certeza que o tinha fechado, mas agora...
— Ah, não.
O portão está escancarado.
Rebecca corre, atravessa o portão, chega no quintal, e, é claro: Zeus não está lá. E não está dentro de casa, pois a porta dos fundos está fechada.
— Ah, não. — Repete, num tom desesperado agora — Zeus?! Zeus! — Chamou, a todos pulmões. Juntou a frustração no grito e bradou: — Zeus!
Sabia que Zeus sumia sempre que uma brecha aparecia, ele não tinha consideração por preocupações, só queria correr por aí.
Rebecca correu, atravessou o portão e parou logo em seguida, as mãos apoiadas nos quadris. Olhou de um lado para o outro e nenhum sinal do Border Collie fujão.
Gritou pelo cachorro mais duas vezes e foi para o meio da rua. Os vizinhos já sabiam da fama de Zeus, e por isso não deixavam os portões e portas abertas a não ser por esquecimento. Ninguém ficava muito feliz com um cachorro cheio de energia subindo em todas as plataformas macias e limpas da casa.
— Fugiu mais uma vez, Rebecca? — Ela ouviu uma voz bem atrás de si.
Estava em frente ao portão da casa de Seu Roberto, o idoso que morava sozinho e tinha muito mais disposição para exercícios e espiar a vida dos outros do que ela – ou qualquer outro vizinho.
Becca abriu um sorriso mostrando todos os dentes e girou o corpo nos calcanhares.
— Pois é, Seu Roberto. O senhor viu ele por aí? — Tentou, já que ele via tudo mesmo.
— Não vi não, menina.
Claro. Aquilo ele não via.
Rebecca franziu os lábios num traço.
— Se o senhor o vir...
Seu roberto levou a mão esticada a testa, como batendo continência.
— Pode deixar.
— Obrigada.
Rebecca se apressou em dizer, então voltou a andar e chamar por Zeus.
Ele tinha energia para três cachorros, e por mais que Rebecca amasse a casa cheia de bichos, quando ganhou Zeus do irmão, Nicolas, soube depois de uma semana que não poderia por muito tempo ser dona de outros peludos; ele sugava sua energia como nenhum de seus primos gêmeos e abaixo dos dez anos fazia. Nenhum. E ela tinha uma família enorme, repleta de crianças iguais. Alguma coisa no gene dos Nonato adorava a ideia de pares. Ela não tinha vindo em par – amém a isso – mas não fazia diferença. Seu irmão, Nicolas, era apenas um ano e meio mais velho, e a irmã, Ana Júlia, três anos mais nova, então foram quase criados como trigêmeos.
Rebecca vagou um pouco mais, andando pelas ruas ainda vazias do condomínio. O relógio em seu pulso bate 16:12, então as crianças ainda não chegaram das escolas no período da tarde, e as mães e pais ainda estão relaxando antes da hora de ter os pequenos de volta. As ruas sempre ficavam lotadas de crianças, num vai-e-vem constante, para todos os lados. Pensando novamente, Rebecca constatou que os vizinhos mantêm as portas fechadas para evitar a invasão de cachorros e de crianças.
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O Amor (nem sempre) Mora ao Lado (À Venda Na Amazon)
General FictionBecca namora Louis há dois anos. Dan acabou de sair de um relacionamento de sete, traído e magoado. Ambos estão em momentos conturbados da vida quando se conhecem, e isso faz com que criem um laço de amizade forte e praticamente...