CAPÍTULO QUATORZE

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~~ sonhos, babá e reflexões ~~

Estava chovendo.

Exatamente na mesma intensidade do dia anterior, e Daniel não se importou em ir para debaixo da água que caía dos céus novamente. Ele correu até Rebecca, que estava sentada na beira da piscina, os pés dentro da água, inexplicavelmente ali, parada, sentindo as gotas de chuva batendo no seu rosto e ensopando suas roupas. Ela estava com as mesmas roupas do dia anterior e, quando Daniel chegou perto, os passos apressados, ela levantou o rosto para olhá-lo e sorriu. O sorriso mais bonito que ele tinha visto no rosto dela desde que a conhecera, e Daniel quis ver aquele sorriso todo dia, toda hora, como se fosse o combustível perfeito para manter as coisas no lugar certo. Ele esticou a mão para que ela tomasse de apoio e levantasse, e assim que fez, Daniel envolveu a garota num beijo de corpo inteiro. Ele a abraçou, enroscando seus corpos, e juntou os lábios nos dela com intensidade e ternura. E água. A chuva ainda caía e envolvia os dois de forma mais bruta agora, como se uma única nuvem tivesse em cima deles, abençoando aquele momento. Daniel sentiu o corpo aquiescer e estremeceu ao toque de Rebecca, que retribuía o beijo como se aquilo fosse o que ela queria o tempo todo, também. Daniel ouviu, ao longe, um som agudo, como um sino. Uma campainha.

Daniel acordou sem fôlego.

Estava sentado na cama, embora não lembrasse como tinha chegado lá, pois tinha certeza que tinha dormido no sofá, e... Rebecca estava com ele quando adormecera.

Ele olhou ao redor no quarto, procurando-a, mesmo que fosse estúpido. Rebecca mora bem ao lado, ela não iria passar a noite lá só porque ele estava com um pouco de febre e dor de cabeça.

E por falar em dor de cabeça... a campainha soou na vida real e aguçou a dor de Daniel, mas ele apertou os olhos e levantou-se mesmo assim. Calçou os chinelos que trouxera da sala e caminhou a passos arrastados até a porta de entrada da casa. Não podia se ver naquele momento, mas podia apostar que estava com a pior aparência possível.

Ele abriu a porta e...

Era Rebecca.

Daniel lembrou-se do sonho e sentiu o corpo todo retesando, depois estremecendo. Ele não sabia qual reação tomar.

Nunca tinha sonhado com Rebecca antes, e o primeiro sonho ter sido... bem, ele com certeza teria que pensar sobre o significado daquilo depois, e o porquê de ter acordado tão... animado, mesmo estando doente.

— Ah! — Rebecca virou-se para ele; já estava de costas, indo embora. — Pensei que você tivesse dormindo, ou fora de casa. — Ela sorriu, mas ao olhar Daniel de corpo inteiro, completou: — Embora eu não recomendaria que você saísse de casa nesse estado.

— Eu sei. — Ele disse, a voz ainda rouca do sono. Ele coçou a garganta e reforçou — Eu sei. Não vou sair; daqui a pouco mandarei uma mensagem pro meu pai dizendo que não irei trabalhar hoje.

— É bom. — Rebecca esticou os lábios em um traço — Eu espero que você melhore.

— Obrigado.

— É... queria te pedir um favor. Prometo recompensar — Ela assegurou, antes mesmo de saber a resposta de Daniel. Ele a perguntou o que queria. — Você pode ficar com Zeus hoje? É por pouco tempo, já que você está em casa, pensei que não se importaria. Estou indo até a farmácia de Nicolas, depois na boutique. Nada muito demorado. Eu o deixaria sozinho, mas...

— Rebecca... — Daniel suspirou, colocando um freio nela — não precisa implorar. Eu fico.

— Não estou implorando, é só que... não me sinto confortável pedindo favores, e você está doente, e...

O Amor (nem sempre) Mora ao Lado (À Venda Na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora