Capítulo 11

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São quase sete horas e eu estou quase pronta para o culto.

- Anda menina ou vai se atrasar. -Magda tenta me apressar.

- Magda para de me apressar ou eu vou...

- Teresa! - Mamãe entra no quarto.

-Droga. - Grito ao borrar meu olho com o delineador em líquido. - Mãe você me fez borrar não sabe o quanto isso é difícil de fazer! Agora eu vou demorar mais. - Tento concertar sem tirar os olhos do espelho mas não adianta.

- Desculpe querida, mas a Ana Clara está lá embaixo. - Disse.

Mamãe estava bem arrumada, usava uma saia lisa preta até os joelhos, uma blusa branca de seda com decote em U e mangas até o pulso, salto combinando com a saia e cabelos soltos.
- Peça para que ela Suba. Agora vou ter que fazer tudo denovo. - Reclamei.

Mamãe desce e Magda fica parada me olhando.

- Não sei para quê se arruma tanto menina, você vai para uma igreja e não para um casamento. - Começa a dobrar alguma de minhas roupas que estavam sobre a cama, havia feito uma bagunça para escolher apenas uma peça.

- Magda você calada fica bem mais bonita. - Digo voltando a fazer tudo de novo. Depois do sacrifício de fazer um delineado perfeito levanto. Ajustando meu vestido diante do espelho.

Era um vestido rodado de cor azul claro acima do joelho três dedos, faixa entrelaçada na cintura e pregas no busto e na saia. Seu decote era em V, tinha também detalhe de cetim na borda do decote e da alça.

- Está linda menina. - Magda me elogia.

- Eu sei, eu sou linda e com esse vestido estou uma perfeição.

- Não exagera. - Disse com a voz falha.

- Não é exagero, é amor próprio. - Digo satisfeita com o que vejo no espelho.

- Vamos logo Teresa, você denora um século e meio para se arrumar. - Clara entra no quarto.

Veste um vestido todo rendando preto, com alguns strass na barra e uma fita na cintura na mesma tonalidade, também usa um colar com pingente de coração combinando com a pulseira e o anel. Estava linda.

- Nossa você está linda. - Digo balançando a cabeça e torcendo a boca.

- Eu sei que sim, esse vestido me coube muito bem, obrigada Tessa, quando terminar o culto te devolvo.

- Não precisa sua boba, fica pra você, ficou melhor em você do que em mim. Pega esses brincos também eu nem uso. - Digo jogando na cama brincos de variados tamanhos, não sei ao certo mas tinha uns dez pares.

- Sério? Ah obrigada.

-Agora vamos a casa do Estêvão porque já estamos atrasadas. - Digo e saímos do quarto.

- Vocês estão lindas. - Papai me dá um beijo na bochecha e um selinho na minha mãe que acabara de descer as escadas.

- Obrigada papai. - Digo convencida.

- Obrigada querido. - Mamãe disse com um sorriso.

-E você também está muito bonita Ir Clara.

- Obrigada pastor. - Agradeceu envergonhada.

- Papai irei pegar seu carro mais uma vez... - Digo temendo sua resposta.

- Vi que saiu com ele sem a minha permissão mocinha,e ainda saiu sem meu consentimento, ou esqueceu que está de castigo?

- Papai...

- Mas está perdoada! - Me interrompeu. Fico feliz que tenha saido de casa as pressas para tentar me ajudar com a mãe do Estêvão. Fico orgulhoso de você, mostrou que tem amor ao próximo seja quem for.

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora