Bônus Ana Clara

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Eu havia o aceitado.

- Eu aceitei Jesus na minha vida de verdade. - Cogitava caminhando em direção a minha casa. Eram quase oito da noite e eu precisava voltar.

Depois de subir a escadaria do condomínio onde moro, entro e caminho até meu quarto, na gaveta do guarda roupas velho haviam garrafas de bebida que eu mantinha escondido da minha mãe, na segunda gaveta drogas, começaria a usar hoje, tirei também cigarros da gaveta e joguei tudo em cima da cama, iria me livrar de tudo.

Eu não via, mas agora passo a ver. O diabo queria acabar com a minha vida, de nada disso eu preciso. Para quê beber? Para que fumar, usar drogas? Deus é o meu socorro e meu refúgio agora.

Junto tudo dentro de uma mochila e volto para a rua, sem pensar duas vezes arremesso a mochila no lixo, aquilo não faria mais parte da minha vida.

Caminho até o quarto da mamãe e ali ela estava, dormindo.

Me perguntaria porque minha vida é tão medíocre, mas eu confio em Deus, sei que irá mudar minha história a partir de hoje.

Depois de um bom banho de água fria visto me pijama, uma calça de moletom cinza e uma blusa de alças finas. Deito em minha cama de solteiro e me enrolo.

"Amanhã será meu primeiro amanhecer como uma verdadeira serva de Deus. "

Volto a sentar na cama, precisava conversar com Deus antes de ir dormir, era uma necessidade inexplicável.

- Deus, eu não tenho palavras bonitas para falar contigo, mas eu sinto uma enorme necessidade de conversar com o Senhor. Eu sei que está me ouvindo, e de todo coração quero lhe pedir perdão. Como eu me envergonho por ter fingindo ser crente, por ter ido por várias vezes a sua casa para zombar dos teus servos. Me perdoa meu Senhor, sei que não sou digna, mas a tua misericórdia é grande. Sou uma pecadora, sou suja e de coração impuro. Me lava senhor, me transforma em uma nova criatura, eu renuncio o meu eu para te servir...

Quando dei por mim estava de joelhos chorando, havia terminado a oração que seria breve, mas olho no relógio e são quase quatro da manhã.

"Meu Deus..."

As horas se passaram rápido ou minha oração foi longa. Não saberia explicar.

Levanto quase travada, meus joelhos doiam. Deito na cama cheia de sono e acabo adormecendo sem perceber.

〽〽〽

- Eu sei Gregory, mas eu já cansei!

- Eu te odeio, você não serve para nada!

Acordo ouvindo meus pais discutindo. Não era novidade A discussão mas o que falavam sim. Estavam querendo se separar.

Levanto de supetão e caminho para a sala.

- Você não presta para nada mesmo. - Papai berrava.

- Parem com isso! - Gritei chamando a atenção de ambos.

Era a primeira vez que me intrometia entre os dois.

- Vocês não estão vendo que discutir não vai levar ninguém a nada? É isso que o diabo quer. Brigas, ameaças e por fim a separação! Ele está conseguindo destruir a nossa família.

- Safira, essa menina bebeu?

- Eu não sei... - Mamãe respondeu.

- Eu não bebi papai, eu renasci, agora vejo a gravidade da nossa situação familiar.

- Você não tem nada haver com isso Clara, vá para o quarto! - Mamãe ordenou.

- Para que? Pra daqui a pouco o papai te encher de porrada? Não, para mim isso acaba aqui. - Afirmei segura.

- O que está dando em você menina? - Papai estava confuso.

- Já que não resolvem essa situação eu irei ajuda-los, porque vocês são a minha família.

Quero vos apresentar uma pessoa muito importante. Só depende dessa pessoa nossas vidas mudarem para sempre, só depende dessa pessoa a restauração do casamento e da família...

- Quem é essa pessoa? -Mamãe perguntou curiosa.

- Jesus Cristo. - Disse firme.

- Jesus? - Papai gargalhou. - Jesus nunca nos ajudou.

- Porque será que ele não ajudou? Será que tens dado lugar a ele, tem o buscado? Adorado? Não! O que tens feito é buscado e adorado o diabo! Por isso nada dá certo, o diabo quer destruir você, eu a mamãe... Ele tem reinado nesta casa e se diverte vendo como vocês se agridem com palavras e fisicamente.

Papai recai sobre o sofá e mamãe senta na cadeira, ambos pensativos e com olhares tristes. Dava pra ver que queriam o novo de Deus, queriam ver suas vidas mudarem, o casamento restaurar e sermos como antes éramos. Papai era evangélico mas desviou depois que casou com mamãe, minha mãe era striaper de uma boate aqui da cidade.

Mamãe havia feito com quê meu pai saísse da igreja, ele ia comigo aos cultos, e então depois de um tempo desviou e foi direto para a bebedeira, anda em bares boates e sabe-se lá o que mais.

O que eu mais queria era vê meus pais felizes, ter uma família feliz...

- Acho que Deus nos esqueceu faz tempo. - Papai murmurava cabisbaixo.

- Nao papai, ele não esquece de ninguém, nós esquecemos dele. - Disse me aproximando.

- Volte para a casa do pai e verás quem esqueceu quem. - Me abaixei ao seu lado segurando suas maos.

- Eu quero mais que se dane! - Soltou minhas mãos bruscamente e levantou saindo e fechando a porta atrás de si.

Mamãe chorava, e dava para vê que estava sofrendo com tudo isso.

No entanto eu estava crendo que meu Deus não deixará as coisas assim, ele tem providências para minha casa e eu creio nisso.

- Mamãe, vamos a igreja hoje? - Me aproximei.

- Eu não sei Clara, são tantas coisas... - Fungou.

- Por isso mesmo, mais motivo para ficar perto de Deus.

- Porque essa atitude? Nunca nos chamou para ir a igreja.

- Porque só agora estou exergando a grandeza de Deus. Só agora estou me dando conta do Deus que existe.

- Talvez depois filha. - Levantou da cadeira enchugando as lágrimas.

- Tá esperando as coisas piorarem para ir? - Franzi a testa.

- Não Ana Clara, eu só não sinto vontade de ir, só isso, entende isso. - Levantou contrariada.

Talvez eu estivesse indo rápido de mais, meus pais não irão a igreja assim tão fácil, e se for para insistir, insistirei até conseguir.

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Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora