Capitulo 19

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Depois do jantar caminho para o quarto de hospedes, vovó insistiu para que eu a ajudasse com as malas. Expliquei que para isso existem os empregados da casa, mas ela insistiu tanto que se eu não fosse ajuda-la soaria uma grande grosseria.

Colocamos as duas malas sobre a cama e começamos a guardar todas as roupas e acessórios.

- Soube pela sua mãe que já terminou os estudos, parece ser uma menina muito inteligente. - Dizia enquanto dobrava a manga de um dos casacos.

- Claro, eu era a melhor aluna na sala. - Respondi convencida.

- É, mas não é a melhor em dobrar roupas. - Sorriu da minha forma de dobrar os casacos. Isso me deixou sem graça.

- Eu não estou acostumada a dobrar roupas, as empregadas fazem isso para mim. - Disse com desdém.

- Imagino. Seus pais a encheu de mimos não é? - Colocava os casacos em um espaço no guarda roupas.

- É para isso que temos dinheiro. - Dei de ombros.

- Veja, é assim que se dobra. - Mostrava dobrando um dos casacos. - E comida, sabe fazer?

- O que, comida? - Sorriu irônica. - Olha para minha cara e vê se tenho cara de cozinheira? Não vovó eu não cozinho, isso é coisa para os empregados. - Respondo pendurando um dos vestidos no cabide.

Marina suspirou.

- Seus pais não fizeram bem em dar essa vida para você.

- Como assim? Está dizendo que deveríamos ser pobres para poder cozinhar e guardar roupas? -Arquiei as sobrancelhas

- Não foi isso que eu disse querida. - Sentou-se na cama.  - Quando casar como vai ser?

- Quando eu me casar meu marido será rico, eu também e teremos dinheiro para pagar empregados.

- E se não for assim? Você não pode vê o futuro. As vezes Deus nos faz surpresas, não me leve a mal querida, mas sua mãe deveria ter ensinado você a cozinhar, a passar, a guardar suas roupas. Isso é o básico que uma mulher deve saber. Mesmo que não vá fazer isso aqui, mas quem sabe não haja um imprevisto e tenha que cozinhar?

- Minha mãe não tem tempo para ficar comigo, imagina para me ensinar algo.

- Sua mãe cozinha muito bem.

- Eu sei, a alguns anos provei de sua comida. Mas hoje ela não tem tempo nem de fritar um ovo.

- Quer conversar?

- Não, estou bem assim. - Disse me recompondo e voltando a dobrar as roupas.

Ela não era minha avó de verdade, não sei porque se mete tanto na minha vida... Não temos aproximação, parece que hoje ela decidiu se aproximar, vai entender velhos.

- O que acha de fazermos um lanchinho? Um bolo talvez.

- Fazer um bolo, sério isso?

- Bom, eu te chamei aqui para conversarmos, para nos aproximarmos mais. - Pegou em minhas mãos. Mas fazer algo para comer será bom não acha?

- Porque isso agora? Nós duas não somos os tipo de vó e neta apegadas e super amigas.

- Porque você sempre se excluiu. Cada vez que me aproximava se afastava. E não está sendo diferente agora. - Terminava de dobrar as roupas e guardar.

- Para quê veio para cá?

- Senti saudades dos meus filhos. Sarah sempre se comunica comigo pelo telefone, mas não é a mesma coisa, Miguel mal tem me ligado, morar sozinha em San Francisco não é nada bom.

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora