Sete meses depois...

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Eu dei a luz a uma menina, uma linda menina, Soph Nasceu saudável e só vem trazendo alegria. Papai e mamãe trataram de encher a casa de flores e fazer uma festa de boas vindas.

- Ai, ai meu Deus, eu não via a hora de pegar essa menina linda. - Ana Clara começa a paparicar Soph nos meus braços.

- Ela é a cara da Teresa. - Mamãe comentou.

- Ah, isso é verdade. - Estêvão que estava ao meu lado concordou.

- Eu posso segurar? - Ana Clara perguntou ansiosa.

- Claro que sim. - Passei Soph para os braços de Ana que estava com cara de boba.

Enquanto todo mundo babava na minha filha, Estêvão me chamou atenção.

-Tessa, desde aquele dia em que disse que queria ser o pai da sua filha você se afastou de mim. E agora que a acompanhei na maternidade, estou ao seu lado, você me trata com indiferença. Não me ama? - Aproximou-se de mim.

- Não é isso Estêvão, é que, bom, é claro que eu te amo, eu sempre te amei. Mas agora o mais importante na minha vida é a minha filha. - Olhei para ela nos braços da minha mãe a alguns metros de distância.

- Eu sei e concordo com você, mas não é por isso que você vai se privar de ser feliz.  Tessa, já se passaram meses que eu venho tentando me aproximar, provando que eu te amo. - Aproximou-se mais.

- Talvez seu lugar seja ao lado da Emily. - Conclui com os olhos marejados.

- Não, Deus já me provou por muitas vezes que não é ela,  e além disso eu não a amo.

Dentre tudo o que houve eu tenho impressão de que você tem medo, medo de alguma coisa - Disse com os olhos fixados nos meus.

- Sim. Eu tenho, tenho medo de me machucar de novo, de não ser feliz. - Confessei limpando uma lagrima que vinha. - Eu sofri muito Estevão, eu não quero sofrer de novo.

- Teresa eu não sou o Miguel, deixa eu ficar ao seu lado, cuidar de você e da Soph.

- Estêvão, por favor me deixa, eu não quero falar sobre isso.

- Está bem... - Disse desistindo. - Como quiser. - Se afastou.

Eu o amo de todo o meu coração, mas o medo entrou na minha vida de maneira cruel, eu o queria ao meu lado e ao mesmo tempo não. O vi se dispedir dos meus pais, da minha filha e sair. Não consegui ir atrás dele, talvez exista um trauma dentro de mim que precisa ser superado. Depois dos comes e bebes os convidados cujo maioria era da igreja começaram a se despedir.

- Teresa. - Ouvi uma voz feminina nada estranha atrás de mim. Virei para ela.

- Oi, Emily, eu não sabia que você estava aqui. - A encarei serena.

- É... Seu pai convidou todo mundo da igreja. - Explicou sem jeito.

- Ahh, que bom, sinta-se a vontade. - Disse dando as costas para ela  e terminando de arrumar as lembrancinhas é um bercinho de acrílico com um bebê dentro simulando ser a Soph , com um papelzinho de agradecimento.

- Teresa, eu quero te pedir desculpa por aquele tapa, eu estava muito furiosa, achando que de verdade você gostava do Estêvão. Bom, agora eu sei que não porque você casou, tem uma filha...

- Ok Emily, eu já entendi. - Peguei a lembrancinha. - Obrigada pela presença. - Lhe entreguei.

- Com licença. - Começou a caminhar.

- Emily.- Chamei antes que saísse. - Você e o Estêvão, vocês estão juntos?

- Não, Deus não aprovou a nossa relação, e agora Estêvão está longe de mim. Nem a minha amizade ele quer, acha que estou insistindo. Porque a pergunta?

- Não, por nada. - Respondi.

Emily engoliu a seco e saiu. Depois da festa, caminho com Soph até seu quarto tão bem organizado por Clotilde, queria que Magda tivesse arrumado, Soph seria uma alegria muito grande para ela. Com certeza se sentiria como uma avó para minha filha.

Coloco meu anjinho no berço cor de rosa e bem arrumado, cheio de ursinhos e travisseirinhos bordados, tudo organizado com muito amor. Começo a admira-la enquanto dorme, confirmando o quanto Deus é perfeito para criar um serzinho assim, tão inocente e tão lindo. Ela possui cabelos negros e volumosos, pele branquinha, bochechas grande e rosadas e lábios finos, parece até uma boneca.

- Precisa de alguma coisa senhorita? - Clotilde perguntou colocando a cabeça na porta.

- Não, está tudo bem. - Respondi lhe dando um sorriso singelo.

- Ela é a sua cara. - Afirmou olhando para o bercinho.

- Você acha?

- Claro, ela não tem nada do Miguel. - Aproximou-se do berço.

- Que bom. Não sabe o quanto me alivio sabendo disso. - Sorri.

- Se precisar de algo é só gritar e eu venho correndo. - Disse com intusiasmo.

- Obrigada Clo.

Após ter agradecido a mesma sai e agora quem entra é o papai.

- Pelo visto esse quarto não vai parar gente. - Brinquei.

- Como ficar longe desse anjinho? - Se aproximou do berço.

- Impossível ficar longe dessa bebê linda. - Mamãe entrou concordando com o papai.

- É, não vai faltar amor para ela. - dou um sorriso para eles.

- Claro que não querida. Olha ela parece muito com você quando recém nascida.

- Está falando sério mamãe?

- Porque eu mentiria?

- Sua mãe tem razão Tessa, ela lembra muito você.

- Filha, está acontecendo alguma coisa? - Mamãe perguntou camihando de meu encontro.

- Não...

- Você tem certeza?

- É o Estêvão mamãe... Ele tem se aproximado de mim, tem me ajudado em tudo, além disso, pediu para ser meu marido e assumir o papel de pai da soph.

- Nossa, mas esse rapaz é uma bênção de Deus filha, é um obreiro exemplar na igreja e um bom homem. Qual o problema com isso? - Mamãe explicou. - Ele tem se esforçado tanto para conseguir o seu amor. Porque não se dá a essa oportunidade?

- Concordo com a Sarah, Tessa, Estêvão te ama. Se percebe isso.

- Eu não sei papai.. Não quero me machucar e nem a ele, eu também o amo, mas imagino a responsabilidade que é assumir uma família e uma filha que não é dele.

- Filha, não pense dessa forma ou nunca encontrará alguém que fique ao seu lado, pai de verdade não é só o que faz, mas o que cria e cuida como se fosse o verdadeiro. Estêvão sabe a responsabilidade a assumir e ainda sim aceitou, ele te ama de verdade. - Mamãe continuou.

- Tem razão, eu não havia pensado nisso... Mas agora é tarde.

- Nunca é tarde para ser feliz filha. - Papai segurou em minhas mãos.

- O que vocês acham que eu tenho que fazer?

- Eu diria que ir a casa dele, mas você não pode, precisa de repouso. Então eu sugiro que ligue para ele.

- Acho melhor esperar uns dias, quem sabe ele não apareça não é?

Mamãe e papai se entre olham.

- Isso nos iremos deixar com você. - Papai terminou.

- Isso mesmo. - Mamãe concordou.

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Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora