Capítulo 27

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Eu voltei para casa, caminhei até a sala e acabei encontrando o papai lendo um livro. O ignoro e subo as escadas.

- Teresa! - A voz seca dele ecoou em meus ouvidos.

- O que? - Desci as escadas.

- Não se diz "oque".

- Ok então, o que o senhor, vossa alteza e majestade quer?

- Não seja infantil e ignorante porque se falar desse jeito mais uma vez não irei agir por mim.

- Está bem, desculpa... -Revirei os olhos.

- Já falou com aquele irresponsável?

- Já papai, e ele não é um irresponsável, se quer saber ele é policial e um ótimo policial.

- O que ele disse? - Papai parecia curioso, estava certo de que Miguel não aceitou.

- Ele aceitou casar comigo.

- Foi fácil demais, existe alguma coisa que convém a ele. - Colocou a mão no queixo pensativo.

- Papai, para de pensar o pior do Miguel, não pode simplismente aceitar?

- Você pelo visto é muito ingênua, eu sinto pena de você ao perceber que amadurecerá da pior maneira.

- Não há motivos para sentir pena,  ah, ja ia esquecendo.. Será com muito prazer que sairei desta casa. - Disse com desdém.

- Vai voltar.

- Oque?

-Você vai voltar, e estará arrependida, mas não se preocupe quanto a isso, nós a receberemos de braços abertos, isto é, quando você aprender a lição. - Me olhava com pena.

- A cada dia tenho mais certeza que você e a mamãe não vivem no século  XXI, acham que tudo se baseia em Deus, que Deus castiga e... Blá, blá, blá... Me poupe desses discursos que eu sei decorado.

Votei a subir as escadas e entrar no meu quarto. O cheiro gostoso de rosas empreguinaram o meu nariz assim que entrei.

- Magda esse cheiro é maravilhoso. -Disse assim que a mesma saiu do banheiro.

- Eu sei menina é o seu preferido não é?

- Você sabe coisas sobre mim melhor do que eu, acho que eu vou levar você junto comigo quando eu me casar.

- Está falando sério? - Arregalou os olhos e me deu um sorriso largo.

- É claro que eu estou Magda. - Sorri para ela.

- Ohh menina, obrigada.

- Escuta... - Meus olhos marejaram. - Você é como uma mãe para mim. Eu não sei o que teria sido de mim sem você. - Confessei.

- Ah menina... - Me abraçou. - E você é como a filha que eu nunca pude ter.

- É sério Magda, você não teve filhos? - Ela me liberou do abraço.

- Não, eu cheguei a me casar, quis ter um, fiz tratamentos, mas não consegui. Depois que comecei a trabalhar aqui e vi você, tão pequenininha, cabelos negros, pele tão branquinha, os olhinhos grandes, era uma menininha encantadora, a filha que eu pedi a Deus, ai eu desisti de tentar. Sua mãe deixava você comigo o dia inteiro, foi ai que começaram a trabalhar mais e quanto mais eles trabalhavam mais eu ficava com você, tinha dias que você dormia comigo meu amor. - Acariciava meu rosto. Eu te vi então a filha que eu não pude ter.

- Magda. - A abracei. - Eu te amo. E eu te agradeço por tudo que fez por mim. - Chorava - Bom... Agora vamos parar de chororo porque se não vou ficar com os olhos vermelhos e você Magda, está muito velhinha pra ficar sentindo esse tipo de emoção.

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora