Final

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Lá fora uma grande tempestade cai, as árvore se inclinam com a ventania, e no céu já não se vê estrelas.

Olhei pensativa pela pequena janela de vidro.

Já fazem semanas, duas semanas que o Estêvão não voltou, talvez tenha desistido, ou quem sabe tenha muito trabalho, já que agora trabalha em uma empresa.

- Aqui está a neném mais linda do mundo. - Mamãe trás Soph enrrolada em uma toalha rosa, havia acabado de dar banho nela. A colocou no trocador enquanto ia pegar as roupinhas no guarda-roupa. Nesse momento Soph olhou para mim com a cara mais fofa e gostosa, e ai eu tive certeza de que serei a mãe mais feliz do mundo.

- Mamãe, será que Estêvão já me esqueceu? - Caminho para perto da minha filha e começo a acariciar seus cabelinhos lisos.

- Ah, não meu bem, só porque ele não veio esses dias não quer dizer que se esqueceu. - Afirmou enquanto colocava a fralda em Soph. - Acontece que ninguém quer ficar ao lado de uma pessoa que só se afasta em fim... - Agasalhava a neta.

Sento na poltrona enquanto mamãe terminava.

- Ela está faminta não é meu amor. - Se inclinou me ajudando a posicionar minha bebê no braço, para que eu possa amamenta-la corretamente.

- O que eu aconselho é que espere, espere mais, se for de Deus ele virá vê-la. - Voltou a ficar com postura normalmente

- Tem razão mamãe. - Acariciava minha filha que se satisfasia no peito.

- Mamãe, eu nunca me senti tão feliz. - Confesei com os olhos marejados.

- Eu sei meu amor, dá para ver isso nos seus olhinhos. - Deu um sorriso para mim.

- Eu nunca pensei que ser mãe fosse isso... É uma sensação inexplicável, é um amor incondicional, só agora eu sei o que sente por mim.

- Eu te amo minha filha. - Me abraçou com os olhos marejados.

- Eu também te amo mãe.

Depois de alguns minutos Soph dorme no peito, e eu a coloco mais uma vez no berço. Desde que nasceu o que mais tem feito é dormir.

Após acomodar minha filha no bercinho, ouvimos o som de uma música, como se fosse dentro de casa. Eu e mamãe nos encaramos tentando descobrir de onde vem a música abafada pelo barulho da chuva.

- Tessa, eu conheço essa voz. - arqueou uma das sobrancelhas e me lançou uma cara sapeca.

Se não tivesse de repouso teria corrido até a janela. Caminhei cuidadosamente até a mesma, avistando Estêvão e um grupo de cantores com instrumentos. Cantando na chuva.

- Meu Deus, mamãe é ele, é o Estêvão, está fazendo uma serenata para mim. - Dissa ponto de gritar.

Mamãe correu até a janela fascinada.

- Que coisa linda, eu só via isso em filmes. - Comparou apoiando o cotovelo na travessa interior da janela e levando sua mão dobrada para a bochecha, deitou a cabeça de lado como se estivesse apaixonada pela atitude de Estêvão

- Eu... Eu não sei oque fazer... - Disse enquanto meu coração palpitava, e minhas pernas ameaçavam fraquejar de tanta emoção.

- Vai lá, desce para vê-lo. - Disse me empurrando de leve e eu estive em ponto de sair correndo do quarto.

- Ei menina, não esquece que você está de repouso. - Mamãe avisou ao me ver sair disparada do quarto.

Chegando na sala sem nem pensar sai na chuva de seu encontro.

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora