Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2

Capítulo 6

 
   Começamos a ensaiar o louvor...
Durante a música Estêvão se empenha bastante, era como se estivesse vivendo o personagem da música e eu precisava acompanha-lo se quisesse fazer dueto com ele. Dependendo de mim a sonsa da Emily não canta.

- Estamos chegando lá. - disse ao término da canção.

- Eu estou indo bem? - Esperava um "sim" mas ouvi um :

- Digamos que sim.

- Estêvão eu quero muito cantar é importante para mim.

- Acredito que para todos que cantam ao Senhor. - levantou-se.

- Eu te admiro muito. - levanto e me próximo dele.

- Porquê? - ele estreita os olhos.

- Você é usado por Deus, prega, ora, canta, toca com a alma.. Como não iria admira-lo.

- Grato, mas sou falho assim como você. - disse com um sorriso fraco.

- É tem razão, mas eu ainda não vi defeitos em você. - me a próximo ainda mais.

Ele estava preso entre mim e a parede atrás dele.

- Está sendo irônica? - suas costas encontram na parede e ele percebe minha aproximação.

- Estou falando super sério.  - avanço sem pensar, meus lábios encostaram no dele enquanto seguro sua nuca com uma das mãos, Estêvão não recua, aliás, não tinha como recuar, ele teria que me afastar se quisesse sair, o que me faz ir com mais desejo.

Nos beijamos pela primeira vez. Seu beijo era doce, sem intenções, nossos lábios se moldaram lentos por alguns segundos... Parecia um beijo de cena de filme, e aquilo fez com que eu me apaixonasse ainda mais.

- Não Teresa! - ele rompe o beijo me afastando levemente, ainda estava com os olhos entreabertos, embriagado pelo beijo assim como eu.

- O que foi? - minhas duas mãos seguram sua nuca mas ele as tira no mesmo instante.

- Não é assim que as coisas começam. Tem noção do que fizemos?

- Nos beijamos?! - disse o óbvio erguendo uma das sobrancelhas.

- Isso...

- O que tem demais em um beijo? - franzi a testa.

- Tudo, não era para ser assim, além disso você é filha do pastor Stefan.

- O que uma coisa tem haver com a outra?

- Eu sou obreiro na casa do Senhor e você filha do pastor. - ele se afasta. - Acha correto nos beijarmos assim, como se não fosse nada demais?

- Eu sei que temos que orar antes, pedir discernimento a Deus quando gostamos de alguém para ver se é do querer dele. Mas eu não me segurei, você me atrai muito e eu sou apaixonada por você Estêvão.

- Teresa me perdoa, mas eu não deveria ter correspondido a esse beijo, eu não sinto o mesmo que você, eu já amo outra pessoa. - suas palavras saíram como agulhas nos meus ouvidos, na verdade eu preferia ter levado uma surra do meu pai a ter que ouvi-lo dizer aquilo.

- O quê? - disse sem acreditar no que ele havia acabado de confessar.

- Eu amo a Emily, tenho orado por isso...

- Eu não acredito que estou ouvindo isso. - viro de costas para ele.

- Me perdoa por fazer com que pensasse o contrário, eu não deveria ter correspondido seu beijo, me perdoa. - ele falava como se a gente tivesse feito algo muito grave.