Capítulo 30

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Abro os olhos lentamente me dando conta da enorme claridade no quarto. Quase puxei o edredom e cobri o rosto, até me dar conta de que eu não estou em casa, e essa claridade exagerada que me faz querer fechar os olhos não é a da janela do meu quarto.

Olho para o outro lado da cama e vejo Miguel dormindo. Me coloco de pé e quase corro para ver a paisagem, é uma janela e tanto, praticamente no lugar de uma parede colocaram uma janela de vidro para quem quer que venha passar a noite aqui apreciar essa maravilha que se chama praia. As ondas se quebravam a todo momento, o cheirinho da maresia invadia minhas narinas mesmo estando através do vidro, estava louca para me trocar, descer e entrar naquela água, sentir a areia nos pés, o sol... Faz tempo que eu não venho a uma praia, diria que uns quatro a cinco anos. Começo a tirar meu vestido de noiva, havia chegado tão cansada que nem isso eu fiz, caminho até o banheiro deixando o vestido na cama. Depois do banho delicioso com água morna...

- Ahhh não! Eu não trouxe roupa. - Falei comigo mesma. - Miguel! - O balancei. - Miguel!

-Hm... - Ele abre os olhos lentamente. - Oi? O que houve?

- Eu estou sem roupa. - Disse segurando a toalha.

- É eu tô vendo. - Respondeu ainda sonolento.

- Eu estou falando sério, você falou que podíamos comprar as roupas que quiséssemos aqui, mas eu não vou sair no hotel com um vestido de noiva. - Reclamei.

- Ah... - Reclama. - Teresa, ainda são seis horas da manhã. - Olhou para o relógio de pulso.

- Miguel por favor... Eu quero muito ir na praia. - Puxava seu braço.

- E e eu quero dormir. - Virou o rosto para o outro lado.

- Miguel, não seja chato vai, eu quero muito ir para a praia. - Puxei o edredom e em seguida seu braço.

- Para Teresa, você está parecendo criança. - Reclamou seco e impaciente.

- Eu não posso sair com esse vestido por ai! - Voltei a falar.

- E o que quer que eu faça? - Levantou da cama sentando na mesma e me encarando.

- Que você desça e compre um vestidinho casual para mim.

- Ahhh... - Começou a causar os sapatos.

- Isso é culpa sua, eu quis pegar minhas roupas e você não deixou.

Miguel deu de ombros e saiu.

- Eu vou para a praia! - Comemorei batendo palmas, estava muito animada.

Depois de longos minutos Miguel volta com duas bolsas, ele não parecia nada animado, ainda estava com cara de sono e sem muita paciência.

- O que você comprou? - Começo a revirar as bolsas mas não encontro nada do meu agrado.

Um vestidinho de alças finas com uma estampa horrível, um biquini amarelo sem graça e uma sandália mais sem graça ainda.

- Miguel... - Reclamei enquanto o mesmo já estava debruçado sobre a cama.

- O que foi dessa vez? - Sua voz saiu abafada devido estar praticamente com a cara no colchão.

- Você parece minha mãe comprando roupa para mim, eu detestei essas coisas. - Disse levantando o vestido e o biquíni.

- É nisso que dá casar com menininha mimada. - Reclamou.

-O que? É isso que você pensa de mim? - Falei alto.

- E não é? - Ele levanta.

- Só porque eu não gostei dessas coisas eu sou mimada?

- Olha, Teresa eu não conheço seus gostos tá bom, além disso eu sou homem, não teria como saber o que mulher gosta de usar ou não tá legal? Que saco, será que nem dormir em paz eu posso mais?

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora