Capítulo 4

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Faltavam dois dias para a festa de dez anos do restaurante de Maite e a morena sentia-se tão ansiosa como se estivesse prestes a se casar... Mas por que estava pensando em casamento? E por que, ao pensar na palavra casamento, a imagem de Christian veio à sua mente? Deus, ela estava enlouquecendo!

— Eu preciso parar de pensar essas coisas — Maite disse mais alto do que pretendia e Derrick, seu cozinheiro, olhou-a estranhando.

— Pensar em que, Mai? — ele perguntou assustando-a.

— Hã? — ela olhou-o com os olhos arregalados.

— Precisa parar de pensar em quê? — ele perguntou novamente e Maite ofegou sem saber o que dizer.

— Assuntos pessoais — a morena respondeu somente e Derrick riu.

— Tá apaixonada, Mai? — ele perguntou risonho voltando a preparar as massas para os pratos que mais saiam.

— O que te interessa? Faça-me o favor de se calar e fazer o seu trabalho — Maite vociferou e Derrick gargalhou. — Não ria! — ela resmungou e ele riu ainda mais. — Argh — bufou e voltou aos preparativos de outros pratos.

— Sabe, eu acho que você precisa de um homem pra dar uns pega e você largar de ser tão estressada e chata. Você está ficando amarga — Derrick comentou e Maite olhou-o tão ofendida e indignada como nunca havia se sentido.

— Derrick! — ela gritou com os grandes olhos amendoados arregalados. – Por Deus! – Maite sentia-se completamente envergonhada. — Não diga isso, eu não preciso de homem nenhum, ok? Me basta o meu emprego — ela disse tentando se recompor do susto.

— Mai, eu não digo por maldade, mas é que há muito tempo eu não te vejo com ninguém — Derrick explicou-se e Maite mordeu o lábio inferior. —Pensa nisso morena, você tem que sair mais, parar de ficar enfiada aqui vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana — o moreno de olhos verdes continuou.

— Eu não preciso disso, ok? Para, não insista — Maite disse ainda envergonhada, sentindo o rosto vermelho.

— Mai, é sério...

— Derrick, chega! — Maite interrompeu-o e ele se calou.

Derrick não disse mais nenhuma palavra e Maite tampouco. Ela sentia-se nervosa e ansiosa por motivos desconhecidos, ou não tão desconhecidos. Sabia que Derrick tinha razão, ela precisava sair, conhecer novas pessoas, ter uma companhia. Precisava sair um pouco daquele restaurante e ter, além de uma vida profissional, uma social... Uma vida pessoal... Uma vida amorosa. Maite respirou fundo. Não podia continuar no restaurante aquela noite, não sentia-se bem, precisava ir para sua casa e colocar os pensamentos e os sentimos em ordem.

— Derrick, eu vou embora, estou me sentindo mal — Maite disse retirando o avental e ele olhou-a preocupado se aproximando.

— É pelas coisas que eu disse? Oh, Mai, desculpa, eu não queria, eu...

— Não Dé, não é isso. Sério — Mai segurou a mão dele e sorriu. — Acho que é a minha pressão, não sei, estou me sentindo zonza. Vou pedir para Annie me levar – Maite disse e Derrick assentiu.

— Qualquer coisa me liga, tá? — ele disse e Maite sorriu.

— Aham, eu ligo sim — ela disse pendurando o avental e entrando em sua sala para pegar suas coisas e ligar para Anahí.

— O que aconteceu morena? Por que quer ir embora? — Anahí disse preocupada ao chegar e avistar Maite sentada em um banquinho do lado de fora do restaurante, perto da porta que dava para o estacionamento. Maite levantou a cabeça e Anahí viu sua maquiagem borrada. — Ai meu Deus! A coisa está séria! — disse histérica e abraçando a amiga. — Vem, vamos e no caminho ou em casa você me conta o que está acontecendo — Anahí a ajudou a se levantar e a levou até o carro. As duas entraram, colocaram o cinto de segurança e Anahí deu a partida.

Eu sou o melhor... pra vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora