01-Caitlin

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"O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores; o presente, sempre pior.''
William Shakespeare

Ele estava no laboratório como sempre, sentado na cadeira rodando o anel sobre a mesa e encarando o vazio a sua frente. Caitlin já havia se acostumado com aquela cena, ele sempre chegava cedo e saia tarde, iria fazer quase um mês desde do infortúnio termino de noivado e ele ainda não havia se recuperado.

Se aproximou, o barulho do seu salto chamou a atenção dele, Barry levantou a cabeça e encarou.

-Bom dia Cait. - ele falou sem aquele animo na voz que ela tanto gostava.

-Bom dia Barry, como você está? - indagou deixando a bolsa sobre a mesa e lhe estendendo um dos cafés que havia comprado no Jittler, ele aceitou e forçou um sorriso.

-Bem. 

Ela suspirou e um puxou uma cadeira se colocando à frente dele.

-Não minta para mim, Barry, sou sua amiga se lembra. - colocou a mão sobre o joelho dele. - Pode confiar em mim.

Barry a encarou por segundo antes de colocar a mão sobre a dela e apertar com carinho.

-Eu sei e agradeço, mas não estou com vontade de conversar agora.

Ela assentiu com um sorriso mínimo no rosto. Ambos ficaram se encarando por um tempo, ela não se importaria de ficar ali para sempre, Barry lhe transmitia uma paz e uma tranquilidade que ela não conseguia explicar, ele era seu melhor amigo, sempre estava lá para o que der e vier.  

-Que tal se sairmos hoje à noite, em? - Barry fez uma careta de protesto. - Vamos lá Bar, sair para dar uma volta pela cidade, comer alguma coisa em um lugar legal, assistir um filme, comédia romântica de preferência com um musical. Vai ser divertido.

-Não sei, Cait.

-Bartholomew Allen, vai fazer quase três mês, sei que ainda a ama, mas não pode deixar de viver sua vida para ficar sofrendo pelos cantos.

Barry arqueou a sobrancelha.

-Você está me dando um sermão? 

-Claro! Você é meu amigo e eu vejo o quanto esta sofrendo. Não consigo vê-lo assim.

Ele a encarou e o rastro de um sorriso passou por seus lábios. 

-Ok, vamos sair hoje à noite.

Caitlin sorriu animada.

-Ótimo, já tenho um lugar em mente.

Barry pareceu intrigado, estava pronto para perguntar para onde iriam quando um barulho alto soou. Ambos se levantaram e se viraram procurando o barulho, o som parecia ter vindo de perto.

-O que foi isso? - indagou.

-Eu não sei. - Barry segurou sua mão e a puxou para perto. O barulho voltou e desta vez acompanhado por grunhidos, ela se virou e notou a movimentação vinda da enfermaria. O cutucou no ombro e apontou com a cabeça para o local, Barry soltou sua mão e caminhou para perto. Caitlin pegou a primeira coisa que viu, uma prancheta, e preparou-se para atacar a qualquer sinal de ameaça, Barry a encarou confuso e estranhamente sorriu. 

O barulho retornou, então algo de vidro pareceu cair no chão, alguém grunhiu, mas ela percebeu que não eram um grunhido era um choro infantil, seu coração apertou e por algum motivo que ela não soube explicar, largou a prancheta e correu até a enfermaria.

-Caitlin! - Barry gritou, mas ela não ligou, sentiu ele a puxar segundos antes de passar pela porta da sala. Ela iria protestar, mas então encarou o motivo do barulho, no chão encolhida ao lado de uma pequena montanha de cacos de vidro estava uma garotinha de cabelos avermelhados usando um vestido de borboletas, ela estava chorando e seus joelhos estavam sangrando. 

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