Quando tomamos um choque sentimos o nosso corpo enrijecer, da pontas dos dedos do pé até o último cabelo da nuca. Caitlin sentia assim, congela sem nem ao menos conseguir respirar, seus olhos pinicavam ameaçando transbordarem pelo excesso de água, respirou fundo tentado recobrar os sentidos do seu corpo.
Com cuidado se levantou do sofá e sem fazer barulho seguiu até o quarto, Natali ainda procurava o quebra-cabeça no armário, fechou a porta com cuidado e escorregou até o chão, sentiu uma lágrima escorrer pela bochecha até o canto de sua boca.
-Mamãe? - Natali chamou, Caitlin se virou para ela e colocou o dedo indicador sobre a boca pedindo silêncio. Engatinhou até ela e a puxou para seu colo. - Mamãe por que você está chorando? - ela perguntou em um sussurro.
-Porque algumas coisas nem sempre são como a gente quer. - disse e limpou algumas lágrimas com o dorso da mão.
-Mas por que estamos fazendo silêncio?
-Porque as vezes o silêncio é nosso melhor companheiro.
Natali bufou.
-Não gosto dessas frases misteriosas.
Riu sem muita vontade e beijou o topo da cabeça dela. Sentia seu coração doer, como se uma mão invisível o apertasse.
Sabia que Barry ainda amava Íris, estava na cara, mas não esperava por isso, às vezes se esquecia o quanto os homens podiam ser idiotas quando queriam. Fechou os olhos e deixou os minutos correrem, talvez ficasse tempo o suficiente para ver o sol nascer pela janela, a vista deveria ser linda pela manhã.
Natali apertou seu braço e se ajeitou em seu colo, ela não parecia incomodada com o fato de ter que ficar em um quarto sem fazer nada, talvez Natali gostasse do silêncio tanto quanto ela. Fechou os olhos tombando a cabeça para o lado e a apoiando na cômoda. Tentou controlar sua respiração e começou a contar, mal chegará ao quatrocentos e sessenta quando sentiu uma mão tocar seu ombro.
-Cait, ela já foi. - a voz de Barry saiu meio arrastada. - Cisco está na sala.
Assentiu, sabia que se falasse qualquer coisa, mesmo que uma pequena confirmação, acabaria desabando em lágrimas de novo. Tocou no cabelo de Natali.
-Ela dormiu. - ele falou já esticando os braços para pegá-la. O deixou leva-la para a cama e sem jeito se levantou do chão, Barry deitou Natali sobre a cama, ajeitou os travesseiros ao redor dela e colocou o urso de pelúcia sobre seu braço, a pequenina o apertou com força. Barry então se virou para sair, ele mal conseguia olhar na sua cara. Respirou profundamente, pegou a saia que havia deixado sobre a cômoda e a vestiu, colocou a blusa por dentro, ajeitou o cabelo bagunçado, calçou os saltos, caminhou até Natali e lhe deu um beijo na testa sussurrando.
-Boa noite meu anjo.
Saiu do quarto deixando a porta entreaberta. Cisco estava na sala e conversava animadamente com Barry, este porém não prestava muita atenção, parecia perdido em seu próprio mundo particular.
-Ei Cait, pronta para começar o experimento? - Cisco indagou sorrindo, ela tentou dar um sorriso amigável, mas provavelmente a única coisa que conseguiu foi uma careta irritada.
-Não posso, lembrei que tenho uma coisa para fazer. - disse já pegando a bolsa e o casaco sobre o sofá e indo em direção a porta. - Tchau.
Saiu antes mesmo que Cisco ou Barry pudessem falar alguma coisa. Não estava afim de papo, principalmente de ouvir as desculpas de Barry.
Pegou o celular na bolsa e mandou uma mensagem de socorro, o devolveu para a bolsa.
[...]
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Quartevois
FanfictionÀs vezes o destino age como uma ponte entre o possível e o impossível. Caitlin e Barry achavam que já haviam visto tudo o que a vida lhes reservava, porém com a chegada de uma pequena velocista ao laboratório S.T.A.R, eles percebem que às vezes a vi...